Hoje era dia de visitar os cemitérios, já convenientemenete arranjadas as campas no feriado de ontem. Digo "era" porque provavelmente apenas as velhas e os velhos continuam a manter esta observação ritual aqui na paróquia... Ontem sim, foram à Missa e aos cemitérios mais cristãos.
Nesta altura da vida, o combate pela sobrevivência das nossas finanças - reparem que pela primeira vez desde que existem registos , o número de famílias falidas oficialmente em Portugal ultrapassou o das Empresas - deve ser a grande prioridade das nossas existências. E lembrar os que já passaram pode ser importante para a saúde mental de todos.
Aquele crescendo de desafogo que começou com o 25 de Abril para as classes média e baixa, revelando-se hoje fugaz e passageiro - durou pouco mais que 30 anos - já antes tinha sido experimentado cá no burgo, nas alturas dos ciclos das Especiarias, do Ouro e das Pedras Preciosas, das Ìndias e do Brasil.
Nessas alturas, como agora, pouco ou nada se investiu na modernização da Nação. Fizeram-se alguns ricos-homens (que se calhar já o eram) e as oportunidades para os outros , para os pobres, limitavam-se à guerra ou ao embarque nas naus do tempo... Desenvolveu-se o Comércio! Dirão alguns. É verdade. Mas ao contrário dos Holandeses e Ingleses, mesmo esse Comércio não passou de um fogacho de amadores que cedo deu lugar ao profissionalismo das Companhias das Indias e etc...
Pouco ou nada aprendemos com a história antiga. Visitem-se por isso os Mortos, nem que seja em espírito, lendo os livros bons que alguns dos ainda vivos escreveram sobre estas matérias. Pode ser - mas não aposto - que alguém aprenda com o passado.
Vejam lá como a Grécia, berço da civilização ocidental, Pátria da Filosofia e da Ciência, acaba por ser hoje em dia a sepultura dessa mesma Europa que ajudou a criar..
E, para terminar em beleza, responda quem puder:
Se em Dezembro fizéssemos aqui em Portugal um Referendo à moda dos gregos. sobre se o Povo queria as restrições impostas à sua vida ou não, qual seria o resultado?
Resposta: mesmo sabendo que a alternativa seria voltar ao escudo - já aqui falei sobre essa desgraça - mesmo assim, repito, não me atrevo a prever o resultado... Só sei uma coisa: quanto mais tarde no tempo for feito esse Referendo, pior para aqueles que querem continuar com a Troika e com a UE...
Notas para leitura:
História Económica de Portugal 1700-2000 - Volume I - O século XVIII
História Económica de Portugal 1700-2000 - Volume II - O século XIX
História Económica de Portugal 1700-2000 - Volume III -O século XX
De Álvaro Ferreira da Silva e Pedro Lains (ICS), a cerca de 27 euros cada volume.
E vejam também aqui (http://www.uc.pt/media_uc/discursos/090916DO.pdf) o discurso do Professor Romero de Magalhães sobre estas matérias, para encontrarem pistas para mais leituras.
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