Hoje ouvia de manhã cedo, na TSF, aquela história meio macabra, meio jocosa, de uma doente a quem foi diagnosticado um aneurisma cerebral depois de ter feito uma RM. Sabedora de que tinha a vida a prazo - o aneurisma podia rebentar a qualquer momento - essa senhora desempregou-se, gastou tudo o que tinha ( e se calhar o que não tinha...) num ano e vive há 17 anos (Dezassete!!) na maior das misérias... Mas vive...
Moral da história: A prazo estamos todos nós. A mortezinha deve ser a única coisa que está garantida. Porquê sofrer ataques de ansiedade por causa disso?
Nestes tempos em que TóZé Seguro revelou que o PS se vai abster na votação do Orçamento de Estado ( e na minha opinião foi bem decidido , que me desculpem alguns Amigos que votariam contra) em que FCP, Sporting e Benfica desiludem os seus adeptos e em que ninguém percebe já o que se passa na Grécia, será a altura ideal para irmos ler uns poemas de saudável Anarquia. E aqui vão:
O primeiro é de um famoso anarquista brasileiro - José Rodrigues Leite e Oiticica (Oliveira, 22 de Julho de 1882 — Rio de Janeiro, 30 de junho de 1957) foi um professor, dramaturgo, poeta parnasiano e filólogo e notável anarquista brasileiro. Foi membro da Fraternitas Rosicruciana Antiqua, estudou Direito e Medicina, não tendo concluído nenhum dos dois cursos em favor do magistério e da pesquisa filológica. Foi vegetariano.
No plano político foi um dos grandes articuladores da Insurreição anarquista de 1918 que inspirada pela Revolução Russa pretendia derrubar o governo central na capital do país.
"Se não houver rebelião, não haverá sobrevivência". Era esta a sua "palavra de ordem".
Seria um Profeta? (isto digo eu...)
Anarquia
Para a anarquia vai a humanidade
Que da anarquia a humanidade vem!
Vide como esse ideal do acordo invade
As classes todas pelo mundo além!
Que importa que a fração dos ricos brade
Vendo que a antiga lei não se mantém?
Hão de ruir as muralhas da Cidade,
Que não há fortalezas contra o bem
Façam da ação dos subversivos crime,'
Persigam, matem, zombem... tudo em vão...
A ideia, perseguida, é mais sublime,
Pois nos rude ataques à opressão,
A cada herói que morra ou desanime
Dezenas de outros bravos surgirão.
José Oiticica
Oiticica? Sim Senhores, este apelido já de si também será algo anárquico...
E agora um poema de humor nonsense, à boa moda de uma anarquia mais de trazer por casa . É preciso ter cuidado, não vá a (o) amante julgar que o ser amado aprecia altas cozinhas e vinhos da moda, Restaurantes "miquelinos" e salamaleques de 11 lacaios, quando afinal a sua perdição será mais pelas Tascas de mesas de mármore, Iscas com elas e verde tinto ... Problemas de identificação.
Wrong Recipe
The vichyssoise is almost chilled,
The salad's crisp and crunchy,
The duck l'orange smells divine,
The apple pie looks muchy,
The coffee's brewing on the stove,
The Riesling's my love potion -
Surely when he's had his fill
He'll speak of his devotion?
I scrape the plates, I clear the decks,
I glumly fill the dregs-can.
I should have know it (damn his eyes!)
He was a steak-and-eggs man.
Roslyn Taylor
Nota: Roslyn Taylor nasceu e viveu no País de Gales (NewCastle) antes de emigrar para a Austrália, onde começou a sua carreira de escritora em 1966. Publicou diversos livros e peças de teatro. Conduziu programas de rádio e ateliers de escrita criativa para jovens. Vive actualmente em Wagga Wagga, Riverina.
Só este nome Wagga Wagga me faria sorrir nesta manhã... Wagga Wagga para vocês também, Leitores! E Oiticica for ever!
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