No dia em que o inefável Isaltino estreia novo colchâo ( e que falta lhe fazia...), mas também no dia em que o Estado apresenta as contas do 1º Semestre ( parece que pouco boas...), alegremo-nos com o Sporting (MÚÚÚ...) e com o Benfica europeus, choremos com o Porto e com o Braga, mas sobretudo aproveitemos este Outono de Ananazes que por aí nos acolhe...
Por isso aqui vai poema de Amor (tema um tanto arredio destas últimas Sexta Feiras, devo confessar):
Outono do Amor que Folhas Moves
Outono do amor que folhas moves
na direcção dos corpos separados
e molhas desses prantos ignorados de quem
da primavera conheceu o
movimento das aves
e desse movimento estas esperas
agora só conhece já e ouve
a própria descida com as folhas
a voz própria cansada
quando a vida
e a voz lhas está a dor tirando
Outono do amor outono de aves
e de vozes caladas e de folhas
molhadas de temor e surdo pranto
Gastão Cruz, in “Poemas Reunidos”
Gastão Santana Franco da Cruz nasceu no dia 20 de Julho de 1941, no número 20 da Rua de Portugal, em Faro. Com perto de 20 anos publica o seu primeiro livro, A Morte Percutiva (Poesia 61). Após cerca de vinte livros de poesia, revisitaria a infância e a (já desaparecida) casa onde nasceu, numa obra a que deu precisamente o nome de Rua de Portugal (2002), e pela qual foi distinguido com o Grande Prémio de Poesia da APE.
Ainda nos tempos de universidade, e após ter sido preso no auge das greves académicas de 62, o autor foi um dos organizadores da Antologia de Poesia Universitária (1964), dando a conhecer poemas de Manuel Alegre, Eduardo Prado Coelho, António Torrado, José Carlos Vasconcelos, Luísa Ducla Soares ou Boaventura Sousa Santos, entre outros. Este importante papel de Gastão Cruz na divulgação, promoção e crítica da poesia e da literatura em geral, bem como do teatro e da música, prolonga-se até hoje, quer colaborando com textos na imprensa (muitos deles reunidos no livro A Poesia Portuguesa Hoje) e na organização de antologias, quer na direcção de recitais, já desde os tempos da Faculdade. Actualmente, é um dos directores da Fundação Luís Miguel Nava e da revista Relâmpago, por ela editada.
Nota: Biografia por cortesia da DGLB (MC)
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