O Dia Mundial dos Correios deste ano será celebrado a 11 de Outubro, e não a 9 - data padrão destas comemorações - por se tratar de um Domingo. O local é a Fundação Portuguesa das Comunicações, o edifício que alberga (entre outras coisas) as colecções filatélicas que os CTT e o Estado português (selos das ex-colónias) depositaram a cargo da Fundação.
Pois nesse dia 11 de Outubro de 2011 faremos uma homenagem nacional ao Director de Arte dos CTT - Luiz Duran - aposentado em Março deste ano depois de 33 anos de uma carreira que marcou significativamente o panorama da produção filatélica nacional e não só (dos PALOP's também).
Na sala de exposições da FPC será inaugurada nesse dia uma exposição evocativa da Obra artística do Luiz, não só daquilo que fez para os CTT mas também juntando todas as suas outras actividades no meio da arte em Portugal. Desde a pintura , onde estarão patentes duas dezenas de quadros seus, a maioria pertencente a colecções particulares, até ao design gráfico industrial para grandes editoras nacionais, passando pela sua colaboração na ilustração de meios de comunicação que fizeram história no país de Abril de 74, como o "Jornal Novo" para dar só um exemplo...
Torno a levantar um pouco mais o véu desta iniciativa e anexo o texto (ainda em drfat) da Folha de Sala que será distribuída na inauguração da exposição de Homenagem ao Luiz:
"33 anos de trabalho dedicado aos CTT e à Filatelia de Portugal e mais de 50 – como ele gosta de dizer - “ a fazer bonecos”.
Uma curta frase para lançar esta Exposição do Luiz Duran, Director de Arte dos CTT desde 1978, um dos principais responsáveis pelo facto da Filatelia dos Correios de Portugal ter atingido o lugar de destaque que hoje mantém no panorama mundial da actividade. Mas também o designer e multifacetado autor de inúmeras capas de livros, caricaturas e desenhos para diversos jornais e revistas e o pintor que, nas poucas horas vagas, dava asas à sua imaginação criadora.
A Exposição tenta retratar as diversas facetas dos trabalhos da vida do Luiz, de uma forma necessariamente sintética mas que pretende mostrar os principais pontos altos da sua produção artística.
Sintética porque foi Duran extraordinariamente prolífico como artista plástico. Mas mais ainda como coordenador do trabalho de design de outros, actividade em que se revelou sempre exímio. Fosse em Portugal e para os Correios de Portugal como em Macau, Timor ou em muitos PALOP’s.
Mais de 100 selos assinou pessoalmente, mas mandou fazer e orientou a execução final de pelo menos 1500… Coordenou também a Produção de 140 edições de Livros para os CTT - alguns dos quais premiados ( de entre eles 87 encontram-se hoje completamente esgotados). E tantas quantas 5 dezenas de capas de livros (ou mais) desenhou… Fora o resto que por aqui também se tenta mostrar.
É fácil imaginar a vida artística do Luiz Duran dividida em três partes. Aquela que realizou dentro dos CTT , enquadrada pelo seu papel de Director de Arte, a que decorreu da sua vida profissional antes de entrar para os quadros dos CTT, e a que manteve a título pessoal, convivendo com qualquer das anteriores.
Nesta sala tentamos dar conta das três vertentes, desta “esquizofrenia” virtuosa que permite (e bem) a um espírito livre exprimir-se dentro e fora das peias do seu “ganha-pão” quando se tem a sorte, como teve o Luiz, deste “ganha –pão” não ser mais do que a extensão da sua personalidade.
Nas paredes podem ver-se as suas incursões no universo da pintura. Serão poucas e a elas damos uma relevância que pode parecer inusitada dado o respectivo pouco peso relativo na obra do Luiz. Mas quantidade não é qualidade e mostrar ao Público apenas o designer dos múltiplos de arte sem dar a conhecer a vertente mais escondida e pessoal da sua expressão formal parecia , e seria, redutor.
A pintura do Luiz é intimista mas reveladora dos seus estados de alma. À medida que o tempo passa parece refugiar-se o pintor cada vez mais nas tonalidades sombrias das suas cores de eleição, a paleta do vermelho\cian e respectivas matizes. Mas logo o seu universo de fantasia foge à “vil tristeza” da ditadura cromática para explodir em temas e objectos que não escondem o humor – por vezes corrosivo, é certo – que faz parte integrante da sua personalidade.
No centro da sala uma mostra – uma pequena mostra – da sua produção noutras áreas com especial relevo para os Selos Postais onde revelou mestria absoluta. Não podemos mostrar todos, mas aqueles que aqui estão são todos eles característicos de uma época. Sem esquecer os que receberam grandes prémios internacionais.
Por último uma abordagem à sua intervenção como Editor ao serviço dos CTT Correios de Portugal. Luiz Duran foi um dos principais responsáveis por esta aventura de êxito assinalável que começou em 1983, com primícias de novidade mundial absoluta, ao juntar-se o texto e o tema do Livro aos selos postais de idêntica configuração. E que continua, após 140 títulos editados em 27 anos, a manter as mesmas características de alta qualidade na concepção e produção de cada Obra e sobretudo de elevado nível na escolha de temas e de Autores."
Um dia destes falo do Catálogo que editaremos especialmente para essa ocasião, uma peça rara (apenas 750 exs) que não será vendida (!!) e que contém informação importante para todos os estudiosos da Filatelia em Portugal...
Nota. Caricatura da autoria de Vasco Gargalo.
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2 comentários:
Justíssima homenagem ao sr. Luís Duran, um dos grandes responsáveis pelo prestígio que tem a filatelia portuguesa.
Aproveito a oportunidade para sugerir uma outra exposição que a administração (?) dos CTT poderia promover brevemente: "As estações encerradas dos Correios de Portugal: memórias do tempo do serviço público postal".
Boa tarde
Tenho estado à espera de mais informações sobre o catalogo/livro de selos do Luiz Duran. O livro já foi editado ? Tenho todos os livros do Luiz Duran e também gostava de ter este. É possível ?
Cumprimentos
Francisco Martins
emm@netcabo.pt
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