António José Seguro cumpriu o objectivo de uma vida: chegou à liderança do PS. Ontem o formalizou e ratificou. Também devemos dizer que, se tivesse podido escolher, não seria este o momento de estar onde está... A crise, as culpas do "velho" PS de há meses atrás, a abada que levou nas últimas eleições (inevitáveis serão estas tareias para precipitarem as mudanças de leaders, mas mesmo asim podia ter sido mais meiga a trepa...) E por aí fora.
Mas as circunstâncias são o que são e é altura para se arrimar onde pode e ir preparando a ascensão ao trono...
O que podemos discutir é se na altura de "ascender" ainda haverá país para governar do dito trono, ou se as funções de 1º Ministro não serão mais do que as do Governador das Ilhas Sandwich que, por falta de ocupação condigna nas ditas ilhas, terá inventado a sandocha que hoje volta a ser o almoço do funcionário público em Portugal...
Que diferença entre este novo Leader e o que encontrou ultimamente a sua veia filosofal ?
TóZé é mais afável. Tem um feitio que o aproxima das pessoas, do Povão .É muito menos arrogante. Também será pior tribuno, não tem a magia declamatória do Sócrates, mas na concorrência também não há melhor. Por acaso a sua forma naif de comunicar até pode ser alguma vantagem neste recanto um pouco farto de demagogia e discurso inflamado. Palavras leva-as o vento (para Paris).
E do ponto de vista dialéctico? Sobre a "mensagem" a transmitir, sobre o "programa" deste PS que se quer Novo? Bem,aqui as coisas vão um bocado no início... Pouco se ouviu de verdadeiramente novo. Talvez o facto de ter sido o primeiro leader nacional que pôs a questão do Federalismo Europeu abertamente à discussão... Terá sido imprudente, com o patriotismo luso a morder-lhe as canelas a partir de ontem, todos os antigos e modernos bastiões do marialvismo (desde o fado negro e as touradas até às claques dos futebóis) todos juntos a declararem guerra à sua pessoa?
Na minha opinião foi imprudente mas também corajoso. É esta uma discussão que não se pode evitar... E entre um Federalismo que respeite as idiosincrisias nacionais e dê melhor nível de vida aos portugueses OU a situação actual ( ou pior) já não sei quem ganharia em referendo...
E quanto à crise? O que nos diz este PS? Também pouca coisa. Que respeitará o que foi assinado pela antiga "gerência", mas que não deve ir o sapateiro para além da chinela, isto é, não deve o Governo da Nação castigar o Povo para lá do que já foi escrito e acordado com a famigerada Troika. Repito, por enquanto é pouco... também falou em algumas alternativas para a subida do IVA, mas soube a almoço bem franciscano este primeiro envolvimento do PS na definição de alternativas ( se calhar porque de facto haverá bem poucas).
Ressalta também deste Congresso a posição de António Costa, demarcada da liderança de António José Seguro, talvez a preparar desde já a sua oposição a este PS... Ou, em alternativa, piscando os olhos a um "Centrão" menos à esquerda que lhe permita base de apoio para as Presidenciais? Logo veremos.
E pronto. Há que esperar e dar o benefício da dúvida.
Pelos Actos e não pelas Palavras o julgaremos.
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