O retorno a um clássico dos clássicos da Linha. Um dos locais escolhidos por Sua Majestade D. Juan Carlos (ali conhecido simplesmente por "Juanito") para jantar quando regressa à Cascais da sua infância.
Costuma beber Quinta do Vale Meão (grande Tinto do Douro) e comer o que lhe dão. As mais das vezes os afamados Filetes de Pescada do Cantábrico com arroz de marisco, que são o florão desta casa.
Restaurante Beira-Mar
Rua das Flores, 6
(à Lota)
2750- 348 CASCAIS
Telefone: 21 482 73 80
Serão "Prazeres de Rei" alguns dos pratos emblemáticos deste Restaurante:
Entradas: Gambas "à al Ajillo"; Espargos verdes com ovos e presunto; Amêijoas à Bulhão Pato, Lagosta Nacional, Lavagante Nacional, Bruxas (quando as há) , Lagostins (idem) , Gambas da nossa costa , Camarão fresco da Aguda (idem...)
Sopas: Creme de marisco; Sopa de peixe; Creme de tomate.
Peixe: Filetes de pescada com arroz de berbigão; Pregado frito com molho tártaro; Lampreia; Medalhões de cherne à delícia; Lulas fritas com arroz de berbigão; Robalo grelhado ou ao sal; Zarzuela de marisco; Filetes de cherne ao caril; Linguado Meunier.
Carne: Caça; Costeleta de vitela grelhadas; Chateaubriand; Fillet Mignon; Pato com molho especial; Steak au poivre; Lombinhos de porco com puré de maçã.
Doces: Mousse gelada de chocolate com avelãs; Cheese cake; Toucinho do céu; Mousse de manga ou maracujá; Queijo de ovo.
O Peixe aqui frito é o melhor do mundo! Pela nobreza (onde se apanha hoje o Linguado Rosa e quem sabe o que é isso?) e pela forma de o fritar "à pobre" , isto é, sem polme, e com a temperatura do óleo ideal. As Perdizes à Beira Mar, só feitas com azeite, vinagre e alho, são soberbas também.
Mas para nós, meros plebeus em busca de conforto, o pretexto - nesta altura do ano - é sempre o Arroz de Lampreia, feito ali com a qualidade e a sabedoria de quem aprendeu com os maiores a tratar o asqueroso (à vista) ciclóstomo.
Cada lampreia inteira a 80 euros, Duas a 160 euros ( se a aritmética não me atraiçoa)... Duas dão à vontade para 6 pessoas (eu disse "pessoas"...).
Antes disso houve que provar umas postas de sável , desta vez sem a usual açorda de ovas , do melhor que se pode tragar em qualquer parte de Portugal onde se frite o Sável, a lembrar o chorado Cantinho do Ti Pedro, da Flora de gratíssima memória.
Também como entradas "entrou-se" por uns fresquíssimos lagostins mendinhos ( de palmo) os quais ainda se vão apanhando pela nossa costa e, embora não tenham a dimensão descomunal dos Lagostins de Meio Kg que fizeram a época gloriosa do João Padeiro, são bem menos enjoativos e mais firmes de carnes do que os primeiros.
Percebes das Berlengas terminaram estes conflitos iniciais, preparando o estômago para o aconchego sápido e estridente de cheiros incitadores da saliva, que nos aguardava de dentro do tacho negro.
Ela , a Senhora Dona Lampreia, estava de se comer e chorar por mais. Eram duas, como referi. Uma delas ovada até mais não. Foi a melhor que comi este ano e uma das melhores da minha memória (até quando a memória palatal nos consente).
Bebeu-se José Maria da Fonseca Branco da casta Verdelho e ...Barca Velha de 99 em Garrafa magnum, oferta de um dos comensais...
Já trémulos e agarrados ao fiel Lagavullin, a aproximar-se a uma da manhã, ainda houve alguma força para fumar um puro , beber um café e filosofar muito sobre a "choldra" , os "buracos das fechaduras", os Tribunais e a Justiça e por aí fora... Só não se falou de Bola, pois a idiosincrisia dos presentes variava entre Vermelho e Verde, e não era tida nem achada celeuma alguma depois de tão grande beatitude.
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