Uma visita a Pessoa e aos seus heterónimos neste dia em que Fevereiro vai-se despedindo de nós .
Seja Março, em todos os sentidos, um mês de Primavera.
Hoje de manhã saí muito cedo,
Por ter acordado ainda mais cedo
E não ter nada que quisesse fazer...
Não sabia que caminho tomar
Mas o vento soprava forte, varria para um lado,
E segui o caminho para onde o vento me soprava nas costas.
Assim tem sido sempre a minha vida, e
Assim quero que possa ser sempre --
Vou onde o vento me leva e não me
Sinto pensar.
Alberto Caeiro
Isto
Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está de pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
Fernando Pessoa
sexta-feira, fevereiro 26, 2010
quinta-feira, fevereiro 25, 2010
Proletariados
Aqui na rua de S. Paulo, onde por vezes tomo o café da manhã se não passo primeiro pela Versailles, existe uma pequena pastelaria\café\leitaria que ainda tresanda ao Estado Novo, apesar do Plasma na parede (ou por causa disso) e dos micro-ondas permanentemente a trabalhar .
Encontramos naquele local, logo pelas 7.00h, uma fauna notável: o imigrado italiano de sobretudo e gravata que passa para beber a bica e dar uma olhada nos jornais desportivos para ir acompanhando o seu Inter, o imigrado de leste, que passa para comprar uma ou duas sandes que serão o seu almoço lá no "batimênt" desta bidonville à moda do Tejo em que estamos transformados, os reformados que - com os seus vagares - se sentam à mesa e discutem as 1as notícias do dia, o velho negro que faz uns biscates para os proprietários e vem logo ali tomar, à borla, também o seu café.
Operários portugeses não vejo lá muitos, mas os que vejo comportam-se como no "antigamente", naquelas memórias de neblina que tenho do quiosque da estação de comboios do Estoril nos anoos 70, onde a ementa das 6,18h era sempre o papo-seco com manteiga e o bagaço da ordem. Ah, já me esquecia, e ainda a BOLA...
Mas o que me espanta é que toda esta gente pára para ver e ouvir uma pequena rúbrica (não sei em qual canal de TV) chamada "Assim se fala em bom Português"... As pessoas ouvem atentamente e pôem-se a adivinhar o que estará certo ou errado, rindo muito quando acertam e lastimando-se quando erram.
Da última vez em que presenciei a cena estava em causa a palavra "gastado" ou "gasto", na frase " Tanto tempo que temos gasto (gastado) para nada" . Todos no cafézito erraram ao dizer que o que estava certo era "gasto"... E uma velha senhora até ripostou: " Até a falar temos preguiça de dizer palavras mais compridas! Não há-de o país estar como está! É a lei do menor esforço!"
Não sei porquê tal situação enternece-me, nas manhãs em que a presencio... Na falta de outra distracção o povo aprende a falar a sua língua! Parece-me muito bem.
Embora tenha algumas dúvidas que os ensinamentos lá fiquem dentro, para a próxima vez que se utilizarem aqueles termos... Em Portugal, como em todo o mundo, a tal da Lei do Menor Esforço deve prevalecer sobre estas heróicas tentativas. Mas houve quem tentasse... E, nos tempos que correm, tentar já é de louvar.
Encontramos naquele local, logo pelas 7.00h, uma fauna notável: o imigrado italiano de sobretudo e gravata que passa para beber a bica e dar uma olhada nos jornais desportivos para ir acompanhando o seu Inter, o imigrado de leste, que passa para comprar uma ou duas sandes que serão o seu almoço lá no "batimênt" desta bidonville à moda do Tejo em que estamos transformados, os reformados que - com os seus vagares - se sentam à mesa e discutem as 1as notícias do dia, o velho negro que faz uns biscates para os proprietários e vem logo ali tomar, à borla, também o seu café.
Operários portugeses não vejo lá muitos, mas os que vejo comportam-se como no "antigamente", naquelas memórias de neblina que tenho do quiosque da estação de comboios do Estoril nos anoos 70, onde a ementa das 6,18h era sempre o papo-seco com manteiga e o bagaço da ordem. Ah, já me esquecia, e ainda a BOLA...
Mas o que me espanta é que toda esta gente pára para ver e ouvir uma pequena rúbrica (não sei em qual canal de TV) chamada "Assim se fala em bom Português"... As pessoas ouvem atentamente e pôem-se a adivinhar o que estará certo ou errado, rindo muito quando acertam e lastimando-se quando erram.
Da última vez em que presenciei a cena estava em causa a palavra "gastado" ou "gasto", na frase " Tanto tempo que temos gasto (gastado) para nada" . Todos no cafézito erraram ao dizer que o que estava certo era "gasto"... E uma velha senhora até ripostou: " Até a falar temos preguiça de dizer palavras mais compridas! Não há-de o país estar como está! É a lei do menor esforço!"
Não sei porquê tal situação enternece-me, nas manhãs em que a presencio... Na falta de outra distracção o povo aprende a falar a sua língua! Parece-me muito bem.
Embora tenha algumas dúvidas que os ensinamentos lá fiquem dentro, para a próxima vez que se utilizarem aqueles termos... Em Portugal, como em todo o mundo, a tal da Lei do Menor Esforço deve prevalecer sobre estas heróicas tentativas. Mas houve quem tentasse... E, nos tempos que correm, tentar já é de louvar.
terça-feira, fevereiro 23, 2010
Os Arcos e o Toscano - Antigos e bem bons!
Existiam alguns sócios que partilhavam a propriedade de duas antigas Casas de Restauração da Linha de Cascais. Entre eles aquele que melhor conheci, o Sr Puga (nome antigo da Beira Baixa), hoje já retirado das lides dos comes e bebes, mas felizmente vivo e de boa saude.
A "filosofia gastronómica" de ambas as casas era parecida. Produtos frescos do dia, com relevo para os peixes e mariscos em exposição . Pratos antigos de "Tacho", sobretudo aos fins de semana, para tentar dar "isco" às famílias nem tanto desejosas de cozinhar, mas aspirantes a alguns mimos do tempo das avós: as feijoadas completas de Trás-os Montes, a Mão de Vaca com Grão, a Dobrada, o Cabrito no forno, as Cabidelas e por aí...
Hoje em dia o velho "TOSCANO" e os "ARCOS" têm uma gestão independente, embora os proprietários continuem a dar-se bem. E, muito importante nos dias que correm, ambas permitem fumantes em salas adequadas a essa importante "função". No Toscano é mais usual ver as tais famílias portuguesas aos Domingos, daí que os mimos de "tacho" sejam mais habituais, enquanto que o "Os Arcos" se terá um pouco mais "enturistado", com a sua oferta de mariscos e peixes vivos um pouco mais abrangente . Cada um encontrou o seu rumo de vida, não retirando espaço ao outro, o que se enaltece.
Uma coisa muito importante nesta Lisboa fechada ao Domingo: ambos estâo abertos nesse dia de descanso!
Visito mais os Arcos, por causa da vista de mar soberba que se observa da sala dos "fumantes" e pese embora o facto de por vezes lá se encontrar o presidente da autarquia oeirense, pendurado num dos seus famosos charutos... De facto não há situações perfeitas a 100%... Mas como - até ver - aquelas "coisas" de que é o senhor em causa acusado não consta que se transmitam pelo ar, estaremos descansados.
Relato a seguir e sucintamente o que se passou numa das últimas visitas, onde estive acompanhado por dois Administradores de uma conhecida e respeitada Impressora de Segurança holandesa.
Restaurante Os Arcos
Rua Costa Pinto 47 - Paço de Arcos
2780-582 PAÇO DE ARCOS
Concelho: Oeiras
Telefone - 214433374
A Ementa dos "Arcos" é mais ou menos composta pelo seguinte (e cito de memória):
Entradas: Presunto Pata Negra; Pastéis de bacalhau; Rissóis de camarão, Amêijoas à Bulhão Pato; Santola recheada, gambas de Cascais, camarão de Espinho, Lagosta e Lavagante nacionais.
Peixe: Lampreia com arroz; Sável frito com açorda; Robalo ao Pão ou ao Sal; Açorda de marisco; Ovas de pescada grelhadas com vinagrete ou panadas; Espetada de garoupa com gambas; Filetes de Cherne com arroz de marisco, Cabeça de Pescada, Garoupa ou Cherne cozida com todos. peixe do dia (salmonetes, cherne, garoupa) para grelhar, cozer ou assar.
Carne: Paelha; Medalhões do lombo; Cabrito assado à Padeiro; Pato caseiro corado à Portuguesa; Bife à Wellington.
Doces: Creme de amêndoas; Surpresa de chocolate; Soufflé ao rum.
Naquele dia dei aos holandeses:
Camarão da costa (soberbo, embora requerendo mão-de-obra hábil); Ameijoas à Bulhão Pato (boas mas já tenho comido maiores e melhores). Tudo isto com as conhecidas e estimadas torradinhas de pão saloio com manteiga, sempre quentes e a chegar...
Meio Pregado de mar grelhado - Excelente! como só o Pregado fresco e de mar, rijo de carnes, pode apresentar-se. Vinha acompanhado com grelos salteados, bróculos cozidos e batata torneada.
Com 3 cafés, 2 garrafas de vinho (o verde Muros Antigos Loureiro e o branco do Douro Redoma) pagámos cerca de 140 euros...
Peixe de mar ao kg é no que dá... Mas o reverso da medalha foi a satisfação absoluta dos meus convivas... e quando assim é , está tudo bem o que acaba bem!
A "filosofia gastronómica" de ambas as casas era parecida. Produtos frescos do dia, com relevo para os peixes e mariscos em exposição . Pratos antigos de "Tacho", sobretudo aos fins de semana, para tentar dar "isco" às famílias nem tanto desejosas de cozinhar, mas aspirantes a alguns mimos do tempo das avós: as feijoadas completas de Trás-os Montes, a Mão de Vaca com Grão, a Dobrada, o Cabrito no forno, as Cabidelas e por aí...
Hoje em dia o velho "TOSCANO" e os "ARCOS" têm uma gestão independente, embora os proprietários continuem a dar-se bem. E, muito importante nos dias que correm, ambas permitem fumantes em salas adequadas a essa importante "função". No Toscano é mais usual ver as tais famílias portuguesas aos Domingos, daí que os mimos de "tacho" sejam mais habituais, enquanto que o "Os Arcos" se terá um pouco mais "enturistado", com a sua oferta de mariscos e peixes vivos um pouco mais abrangente . Cada um encontrou o seu rumo de vida, não retirando espaço ao outro, o que se enaltece.
Uma coisa muito importante nesta Lisboa fechada ao Domingo: ambos estâo abertos nesse dia de descanso!
Visito mais os Arcos, por causa da vista de mar soberba que se observa da sala dos "fumantes" e pese embora o facto de por vezes lá se encontrar o presidente da autarquia oeirense, pendurado num dos seus famosos charutos... De facto não há situações perfeitas a 100%... Mas como - até ver - aquelas "coisas" de que é o senhor em causa acusado não consta que se transmitam pelo ar, estaremos descansados.
Relato a seguir e sucintamente o que se passou numa das últimas visitas, onde estive acompanhado por dois Administradores de uma conhecida e respeitada Impressora de Segurança holandesa.
Restaurante Os Arcos
Rua Costa Pinto 47 - Paço de Arcos
2780-582 PAÇO DE ARCOS
Concelho: Oeiras
Telefone - 214433374
A Ementa dos "Arcos" é mais ou menos composta pelo seguinte (e cito de memória):
Entradas: Presunto Pata Negra; Pastéis de bacalhau; Rissóis de camarão, Amêijoas à Bulhão Pato; Santola recheada, gambas de Cascais, camarão de Espinho, Lagosta e Lavagante nacionais.
Peixe: Lampreia com arroz; Sável frito com açorda; Robalo ao Pão ou ao Sal; Açorda de marisco; Ovas de pescada grelhadas com vinagrete ou panadas; Espetada de garoupa com gambas; Filetes de Cherne com arroz de marisco, Cabeça de Pescada, Garoupa ou Cherne cozida com todos. peixe do dia (salmonetes, cherne, garoupa) para grelhar, cozer ou assar.
Carne: Paelha; Medalhões do lombo; Cabrito assado à Padeiro; Pato caseiro corado à Portuguesa; Bife à Wellington.
Doces: Creme de amêndoas; Surpresa de chocolate; Soufflé ao rum.
Naquele dia dei aos holandeses:
Camarão da costa (soberbo, embora requerendo mão-de-obra hábil); Ameijoas à Bulhão Pato (boas mas já tenho comido maiores e melhores). Tudo isto com as conhecidas e estimadas torradinhas de pão saloio com manteiga, sempre quentes e a chegar...
Meio Pregado de mar grelhado - Excelente! como só o Pregado fresco e de mar, rijo de carnes, pode apresentar-se. Vinha acompanhado com grelos salteados, bróculos cozidos e batata torneada.
Com 3 cafés, 2 garrafas de vinho (o verde Muros Antigos Loureiro e o branco do Douro Redoma) pagámos cerca de 140 euros...
Peixe de mar ao kg é no que dá... Mas o reverso da medalha foi a satisfação absoluta dos meus convivas... e quando assim é , está tudo bem o que acaba bem!
Afinal é só Fumaça??!!
Sinais de Fogo começava bem. Ia lá o 1º Ministro, o Chefe (ou não...) do Governo. Miguel Sousa Tavares não tem fama de ser acomodatício nas suas entrevistas e, embora socialista, nunca escondeu ( e bem) algum desprezo pelo actual status quo.
Mas o que se viu foi morno e previsível.... Não pôde Sócrates explicar cabalmente aos Portugueses os grandes problemas da sua actual relação com os Media: O Freeport, a Face Oculta e a compra da Prisa pela PT para domínio da TVI e ainda o envolvimento de Luis Figo na campanha do PS a troco de favores.
Não pôde explicar porque - Freeport à parte , já que ali não parece existir prova de envolvimento, apenas indícios - se calhar as acções em causa não têm outra explicação a não ser a que se pode deduzir das "escutas" até aqui tornadas públicas...
Fez pena ver e ouvir o PM a tentar descolar-se dos seus "perdigueiros" - ambos , aliás, já forçados a demitirem-se da ADM da PT, embora com os bolsos cheios - e fez pena vê-lo também a tentar provar que a questão do Luis Figo não era mais do que uma simples e natural coincidência...De manhã era filmado à mesa com ele, de tarde assinava um contrato com o Tagus Park, via PT... Homessa! Tal "coincidência " nem lembraria ao Blaise Pascal, que inventou o moderno cálculo de probabilidades...??!!
Esteve melhor, em minha opinião, na segunda parte da entrevista onde abordou as questões económicas e a estratégia do Governo para os próximos tempos. Deveria ter falado mais abertamente do PEC (Programa de Estabilidade e de Crescimento) , embora se aceite que o deve antes discutir n a AR , com a Oposição.
Numa escala das antigas, de 0 a 20, eu daria um 10 ao PM por esta entrevista ( à barra! como dizia o grande professor de matemática, Dr. Brito, nos Salesianos do Estoril).
Mas o que se viu foi morno e previsível.... Não pôde Sócrates explicar cabalmente aos Portugueses os grandes problemas da sua actual relação com os Media: O Freeport, a Face Oculta e a compra da Prisa pela PT para domínio da TVI e ainda o envolvimento de Luis Figo na campanha do PS a troco de favores.
Não pôde explicar porque - Freeport à parte , já que ali não parece existir prova de envolvimento, apenas indícios - se calhar as acções em causa não têm outra explicação a não ser a que se pode deduzir das "escutas" até aqui tornadas públicas...
Fez pena ver e ouvir o PM a tentar descolar-se dos seus "perdigueiros" - ambos , aliás, já forçados a demitirem-se da ADM da PT, embora com os bolsos cheios - e fez pena vê-lo também a tentar provar que a questão do Luis Figo não era mais do que uma simples e natural coincidência...De manhã era filmado à mesa com ele, de tarde assinava um contrato com o Tagus Park, via PT... Homessa! Tal "coincidência " nem lembraria ao Blaise Pascal, que inventou o moderno cálculo de probabilidades...??!!
Esteve melhor, em minha opinião, na segunda parte da entrevista onde abordou as questões económicas e a estratégia do Governo para os próximos tempos. Deveria ter falado mais abertamente do PEC (Programa de Estabilidade e de Crescimento) , embora se aceite que o deve antes discutir n a AR , com a Oposição.
Numa escala das antigas, de 0 a 20, eu daria um 10 ao PM por esta entrevista ( à barra! como dizia o grande professor de matemática, Dr. Brito, nos Salesianos do Estoril).
domingo, fevereiro 21, 2010
A Madeira, afinal, não é um Jardim...
Seria muito fácil escrever aqui uma crónica muito crítica dos métodos do Régulo Alberto João, sobre a construção desenfreada em cima das linhas de água, sobre a estupidez e o provincianismo de "tiradas" como aquela em que se dão graças por "o Turismo não ter sido, felizmente, afectado pela catástrofe", querendo com isto dizer que 40 madeirenses mortos se calhar valem menos na Bolsa de Transacções do que uma perna partida de um ou dois turistas britânicos...
Seria muito fácil insurgir-me contra a insinuação de que "devem estes assuntos serem tratados aqui dentro, vá lá e quanto muito entre o Governo da Região e o Governo da República, para que lá fora não se fale muito disto e os negócios das viagens não sejam afectados..."
Seria fácil demais, por isso não vou por aí.
Não irei por esse caminho de expor a personalidade "inenarrável" do Dr Alberto João, nem sequer pelo caminho de chamar os bois pelos nomes e achar - salvo seja e descontando a miséria e a dor verdadeira de quem sofreu e sofre na pele estas desgraças - que o que aconteceu pode ter sido a "sorte grande" para o Sr 1º Ministro, mediaticamente falando... E de como ele imediatamente abraçou com pés e mãos esta oportunidade, metendo-se a caminho, prometendo mundos e fundos ao antigo "inimigo", agora convertido em "irmão na desgraça"...
As voltas que a reles política vai dando. De demagogia em demagogia até ao "apito final".
Pouco importará que quem autorizou a construção defeituosa e em locais impróprios seja o mesmo Governo Regional que , agora, bate com o punho no peito e clama pelo Governo da República. Pouco importará... excepto para os desgraçados que perderam familiares , que perderam os haveres, que perderam as casas e os carritos.
E que têm de se manifestar com juízo depois destas desgraças! Pois o auxílio, as prebendas pós-catástrofe e os lugares de trabalho a disponibilizar na autarquia , na secretaria regional, na escola, no hospital ou no porto do Funchal serão para quem se portar devidamente e mostrar devoção ao Senhor das Ilhas...
Dito isto - por desabafo - obviamente que estou de alma e coração com essa gente afável e trabalhadora que, a todos os níveis, merecia melhor sorte.
Pomba Branca, Pomba Branca, Já perdi o teu voar...
Seria muito fácil insurgir-me contra a insinuação de que "devem estes assuntos serem tratados aqui dentro, vá lá e quanto muito entre o Governo da Região e o Governo da República, para que lá fora não se fale muito disto e os negócios das viagens não sejam afectados..."
Seria fácil demais, por isso não vou por aí.
Não irei por esse caminho de expor a personalidade "inenarrável" do Dr Alberto João, nem sequer pelo caminho de chamar os bois pelos nomes e achar - salvo seja e descontando a miséria e a dor verdadeira de quem sofreu e sofre na pele estas desgraças - que o que aconteceu pode ter sido a "sorte grande" para o Sr 1º Ministro, mediaticamente falando... E de como ele imediatamente abraçou com pés e mãos esta oportunidade, metendo-se a caminho, prometendo mundos e fundos ao antigo "inimigo", agora convertido em "irmão na desgraça"...
As voltas que a reles política vai dando. De demagogia em demagogia até ao "apito final".
Pouco importará que quem autorizou a construção defeituosa e em locais impróprios seja o mesmo Governo Regional que , agora, bate com o punho no peito e clama pelo Governo da República. Pouco importará... excepto para os desgraçados que perderam familiares , que perderam os haveres, que perderam as casas e os carritos.
E que têm de se manifestar com juízo depois destas desgraças! Pois o auxílio, as prebendas pós-catástrofe e os lugares de trabalho a disponibilizar na autarquia , na secretaria regional, na escola, no hospital ou no porto do Funchal serão para quem se portar devidamente e mostrar devoção ao Senhor das Ilhas...
Dito isto - por desabafo - obviamente que estou de alma e coração com essa gente afável e trabalhadora que, a todos os níveis, merecia melhor sorte.
Pomba Branca, Pomba Branca, Já perdi o teu voar...
sexta-feira, fevereiro 19, 2010
Para Descansar a vista
De um amor antigo e sempre presente, Sophia, o notável soneto "Porque..."
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
Sophia de Mello Breyner Andresen
E para terminar o clássico Nemésio, "Senhor das Ilhas da Bruma"
A Concha
A minha casa é concha. Como os bichos
Segreguei-a de mim com paciência:
Fechada de marés, a sonhos e a lixos,
O horto e os muros só areia e ausência.
Minha casa sou eu e os meus caprichos.
O orgulho carregado de inocência
Se às vezes dá uma varanda, vence-a
O sal que os santos esboroou nos nichos.
E telhados de vidro, e escadarias
Frágeis, cobertas de hera, oh bronze falso!
Lareira aberta pelo vento, as salas frias.
A minha casa... Mas é outra a história:
Sou eu ao vento e à chuva, aqui descalço,
Sentado numa pedra de memória.
Vitorino Nemésio
quinta-feira, fevereiro 18, 2010
A Cama
Existem pessoas que se levantam da cama, seja qual for a hora , de um salto. Arremetem para a "privada", tratam dos seus assuntos, regressam ao quarto, vestem e calçam-se. E estão a sair de casa normalmente meia hora depois de se terem levantado. Eu sou - felizmente - dessas pesssoas. Nem necessito de despertador! Pelas 5 e um quarto já espreito o relógio pelo "rabo" do olho, pelas 6 e picos estou a pé. Às 7 e 10h estou a chegar aos serviços. Em sendo 7 e 20h já estou a bater à porta da Versailles, para tomar o pequeno almoço.
E depois, existem os "outros" ...os do outro extremo da escala, onde se inclui - infelizmente - o meu "senhorio"...
Essas criaturas , àcerca das quais o bom povo fez ditados engenhosos ("é bom para ir buscar a Morte"; "Parece mesmo uma lesma paralítica"...) têm com a cama uma relação estranha, entranhada e algo pérfida.
Uma cama, para os normais mortais, é um local de repouso noturno e , vá lá, de recreio sensorial. Admitimos que - sózinhos ou acompanhados - todos gostaríamos de fazer da cama um local aprazível, onde se deveria partir para locais bem melhores do que esta vida de Faces Ocultas , Freeports e Casas Pias.
Ou pelo sonho, ou então pelo jogo do amor que - nestes tempos e em podendo -, deve ser das coisas melhores e mais baratas que ainda se vão fazendo...
Mas depois temos as tais outras criaturas que necessitam de duas horas para abrir uma pálpebra, mais duas a seguir para abrir a outra , e ainda mais uma horita para decidir se saem da cama pela esquerda ou pela direita, e depois mais outra meia horita para perceberem que, afinal, saíram pelo lado contrário àquele onde estavam os chinelos, pelo que ... se deitam outra vez e recomeçam a árdua tarefa, bem devagar..
Esta gente nem tanto dorme como sobretudo (e gabardina) "veste a cama como se fosse uma segunda pele"... Têm-lhe uma afeição doentia que os leva a encarar a separação diária dos seus lençóis como se se tratasse de uma viagem ao Grande Norte nos tempos do Scott Amundsen.
Pergunta quem não sabe ( que sou eu) como semelhantes caracóis encaram a vida de trabalho normal, com horários de 7 horas? A resposta não é fácil. Dir-me-ão que foi para estas gentes que se fizeram os trabalhos nocturnos, ou que foi algum deles que inventou o trabalho em casa, com ligações seguras dos computadores pessoais aos servidores das suas empresas... Ou ainda que o retrato que acabei de tirar é paradigmático das "grandes almas" , escritores alcoólicos do género Hemingway, grandes jornalistas de investigação , como a Cabrita (salvo seja!), investigadores sonâmbulos e distraídos do tipo Einstein e quejandos.
Pode ser que assim seja, mas de uma coisa podem estar certos: pagarei uma pipa de massa (fazendo para isso a competente subscrição pública) a quem inventasse uma cama que, ao bater das horas do relógio, desse dois coices e um par de cangochas de mula velha aos impetrantes amantes do quentinho... E que acabasse a tarefa deitando-lhes em cima a primeira urina da manhã anterior, depois de convenientemente frigorificada!
E mesmo assim não sei se resultaria com todos...
E depois, existem os "outros" ...os do outro extremo da escala, onde se inclui - infelizmente - o meu "senhorio"...
Essas criaturas , àcerca das quais o bom povo fez ditados engenhosos ("é bom para ir buscar a Morte"; "Parece mesmo uma lesma paralítica"...) têm com a cama uma relação estranha, entranhada e algo pérfida.
Uma cama, para os normais mortais, é um local de repouso noturno e , vá lá, de recreio sensorial. Admitimos que - sózinhos ou acompanhados - todos gostaríamos de fazer da cama um local aprazível, onde se deveria partir para locais bem melhores do que esta vida de Faces Ocultas , Freeports e Casas Pias.
Ou pelo sonho, ou então pelo jogo do amor que - nestes tempos e em podendo -, deve ser das coisas melhores e mais baratas que ainda se vão fazendo...
Mas depois temos as tais outras criaturas que necessitam de duas horas para abrir uma pálpebra, mais duas a seguir para abrir a outra , e ainda mais uma horita para decidir se saem da cama pela esquerda ou pela direita, e depois mais outra meia horita para perceberem que, afinal, saíram pelo lado contrário àquele onde estavam os chinelos, pelo que ... se deitam outra vez e recomeçam a árdua tarefa, bem devagar..
Esta gente nem tanto dorme como sobretudo (e gabardina) "veste a cama como se fosse uma segunda pele"... Têm-lhe uma afeição doentia que os leva a encarar a separação diária dos seus lençóis como se se tratasse de uma viagem ao Grande Norte nos tempos do Scott Amundsen.
Pergunta quem não sabe ( que sou eu) como semelhantes caracóis encaram a vida de trabalho normal, com horários de 7 horas? A resposta não é fácil. Dir-me-ão que foi para estas gentes que se fizeram os trabalhos nocturnos, ou que foi algum deles que inventou o trabalho em casa, com ligações seguras dos computadores pessoais aos servidores das suas empresas... Ou ainda que o retrato que acabei de tirar é paradigmático das "grandes almas" , escritores alcoólicos do género Hemingway, grandes jornalistas de investigação , como a Cabrita (salvo seja!), investigadores sonâmbulos e distraídos do tipo Einstein e quejandos.
Pode ser que assim seja, mas de uma coisa podem estar certos: pagarei uma pipa de massa (fazendo para isso a competente subscrição pública) a quem inventasse uma cama que, ao bater das horas do relógio, desse dois coices e um par de cangochas de mula velha aos impetrantes amantes do quentinho... E que acabasse a tarefa deitando-lhes em cima a primeira urina da manhã anterior, depois de convenientemente frigorificada!
E mesmo assim não sei se resultaria com todos...
quarta-feira, fevereiro 17, 2010
Quarta Feira de Cinzas: Início do reino de Dom Bacalhau
Quarta de Cinzas marcava o início da Quaresma, depois do regabofe carnal e carnavalesco (de etimologia semelhante) que dava nas gentes deste País naturalmente mansas e cordatas.
As feijoadas com cabeça de porco ou os cozidos á portuguesa, que constituiam as refeições do Domingo de Carnaval e da Terça feira Gorda , dão lugar ao recato dos dias magros, de contemplação da paixão de Cristo para os crentes.
Mas antes disso já as antigas doutrinas (judaicas, celtas) teriam estabelecido a sageza da alternância higiénica entre os exageros do consumo da carne vermelha e a dieta de carnes brancas ou peixes (frescos, fumados ou secos) que aliviava os estômagos e acalmava as entranhas.
Foi neste contexto que Dom Bacalhau apareceu aos indígenas deste rectângulo como a oitava maravilha do Mundo: pelo baixo preço (a pataco, en su tiempo...), pelas inúmeras formas de o preparar, pela longa temporada de conservação, pela miscigenação mais que perfeita com o Azeite nativo e ...o Tinto do Lavrador (fosse isso o que fosse, em 1900 ou actualmente...).
Nos lameiros da Estrela, onde a família há mais de 300 anos cultivava as batatas, na Quaresma o Bacalhau compartilhava - com o Polvo - os lugares de honra das mesas mais abastadas, dos comerciantes de gado e dos pastores proprietários que mantinham, para além dos rebanhos de centenas de ovelhas , os competentes pastos para as alimentar.
Vida de Pastor, má como as cobras , só era melhor do que a vida da ...Mulher do Pastor. Esta, para além de ter de fazer os queijos e cuidar dos mesmos, ainda tinha de alimentar a "família" (incluindo os ajudantes "criados" lá em casa , que trabalhavam pela comida e pelo alojamento) e, nas alturas das feiras, carregar na cabeça com as canastras de queijos durante quilómetros a fio... De Seia para Gouveia - 16 Km a pé... De Seia para a Carrapichana, quase uns 30 Km, feitos durante a noite para as feiras pombalinas de gado, em Novembro e Setembro.
A malta de hoje...com os seus ginásios e "malhações" é que deveria tentar estas aventuras, a pé e com uns 10 kg de queijo, ou mais, empoleirados à cabeça...
Mas adiante...
Nesses tempos e segundo ouvi dizer, um dos pratos favoritos dos Pastores era o Bacalhau de Lagarada. Interpretação mais ou menos fiél do bacalhau com batata a murro, mas que aqui deixo tal e qual a costumo comer no sopé da "mais alta"...
Como em muitas outras receitas da nossa província, o fundamental não é tanto a forma, mas sim a qualidade de todos os ingredientes: bacalhau bem seco e de posta alta e lascável; batata de qualidade superior ( se possível utilizem a batata rajá, branca por fora e amarela por dentro, ideal para esfarelar); azeite extra-virgem e ...couves da nossa horta (isto é que será mais difícil...).
Ingredientes : Uma bela e alta posta de bacalhau por conviva, demolhadas e limpas; azeite do melhor; broa de milho em pedaços; uma boa folha de couve portuguesa, bem tenra, por pessoa; ; vários dentes de alho sem casca; 4 a 5 batatas pequenas por pessoa; sal grosso a gosto
Receita: Lavar a batata e assar no forno com o sal grosso. Quando estiver macia, remover o sal e apertar a batata com a palma da mão. Limpar, lavar e cozinhar a couve em pedaços grandes. Escorrer e reservar. Assar as postas de bacalhau até dourarem, numa grelha untada com uma colher (sopa) de azeite. Numa panela de barro, despejar o azeite restante e o alho picado. Juntem o bacalhau, a couve, a batata e a broa de milho. Levem ao bico grande do fogão por 10 minutos, mexendo às vezes com cuidado. Retirar e servir.
Bom apetite!
As feijoadas com cabeça de porco ou os cozidos á portuguesa, que constituiam as refeições do Domingo de Carnaval e da Terça feira Gorda , dão lugar ao recato dos dias magros, de contemplação da paixão de Cristo para os crentes.
Mas antes disso já as antigas doutrinas (judaicas, celtas) teriam estabelecido a sageza da alternância higiénica entre os exageros do consumo da carne vermelha e a dieta de carnes brancas ou peixes (frescos, fumados ou secos) que aliviava os estômagos e acalmava as entranhas.
Foi neste contexto que Dom Bacalhau apareceu aos indígenas deste rectângulo como a oitava maravilha do Mundo: pelo baixo preço (a pataco, en su tiempo...), pelas inúmeras formas de o preparar, pela longa temporada de conservação, pela miscigenação mais que perfeita com o Azeite nativo e ...o Tinto do Lavrador (fosse isso o que fosse, em 1900 ou actualmente...).
Nos lameiros da Estrela, onde a família há mais de 300 anos cultivava as batatas, na Quaresma o Bacalhau compartilhava - com o Polvo - os lugares de honra das mesas mais abastadas, dos comerciantes de gado e dos pastores proprietários que mantinham, para além dos rebanhos de centenas de ovelhas , os competentes pastos para as alimentar.
Vida de Pastor, má como as cobras , só era melhor do que a vida da ...Mulher do Pastor. Esta, para além de ter de fazer os queijos e cuidar dos mesmos, ainda tinha de alimentar a "família" (incluindo os ajudantes "criados" lá em casa , que trabalhavam pela comida e pelo alojamento) e, nas alturas das feiras, carregar na cabeça com as canastras de queijos durante quilómetros a fio... De Seia para Gouveia - 16 Km a pé... De Seia para a Carrapichana, quase uns 30 Km, feitos durante a noite para as feiras pombalinas de gado, em Novembro e Setembro.
A malta de hoje...com os seus ginásios e "malhações" é que deveria tentar estas aventuras, a pé e com uns 10 kg de queijo, ou mais, empoleirados à cabeça...
Mas adiante...
Nesses tempos e segundo ouvi dizer, um dos pratos favoritos dos Pastores era o Bacalhau de Lagarada. Interpretação mais ou menos fiél do bacalhau com batata a murro, mas que aqui deixo tal e qual a costumo comer no sopé da "mais alta"...
Como em muitas outras receitas da nossa província, o fundamental não é tanto a forma, mas sim a qualidade de todos os ingredientes: bacalhau bem seco e de posta alta e lascável; batata de qualidade superior ( se possível utilizem a batata rajá, branca por fora e amarela por dentro, ideal para esfarelar); azeite extra-virgem e ...couves da nossa horta (isto é que será mais difícil...).
Ingredientes : Uma bela e alta posta de bacalhau por conviva, demolhadas e limpas; azeite do melhor; broa de milho em pedaços; uma boa folha de couve portuguesa, bem tenra, por pessoa; ; vários dentes de alho sem casca; 4 a 5 batatas pequenas por pessoa; sal grosso a gosto
Receita: Lavar a batata e assar no forno com o sal grosso. Quando estiver macia, remover o sal e apertar a batata com a palma da mão. Limpar, lavar e cozinhar a couve em pedaços grandes. Escorrer e reservar. Assar as postas de bacalhau até dourarem, numa grelha untada com uma colher (sopa) de azeite. Numa panela de barro, despejar o azeite restante e o alho picado. Juntem o bacalhau, a couve, a batata e a broa de milho. Levem ao bico grande do fogão por 10 minutos, mexendo às vezes com cuidado. Retirar e servir.
Bom apetite!
segunda-feira, fevereiro 15, 2010
Carnavais Toreros
Na Política é o que se vê... Manuel Pinho - El Ministro Torero - terá deixado algumas saudades, pelo menos ao Presidente da PT Henrique Granadeiro, que, no dizer do próprio, teria sido "Encornado" pelos seus dois Administradores que trataram do "assunto" PT\PRISA...
Pinochio, El Solitario Socrates continua colado à muleta do Poder com todas as forças, sem perceber que a sua antiga Afición já não lhe dá Bronca na Praça, nem sequer Pateia, simplesmente o ignora, como jornal de ontem que se deita fora... E procura desesperadamente alternativas para se manter - como as lapas - agarrada às sinecuras, cargos e emolumentos...
Dom Cavaco, El Tabu Linguini, aguarda junto à teia que urde com paciência, contando os dias que faltam para poder ainda agir, e ponderando muito se deve, ou não, utilizar a "bomba atómica da dissolução"...
Os cumparsitas e quadrilheiros rosas , anteriormente tão sabujos de su Primero, já nem vão de capote ao corte , olhando de soslaio para entre-barreiras, procurando o aparecimento do Sebastião Redentor, venha ele de barba e voz profunda de Adamastor de Anadia, ou transvestido de Barak Obama de Lisboa...
E as Direitas e Esquerdas que ocupavam os lugares mais baratos da Arena, dizendo cobras e lagartos de El Solitario Pinochio, mantêm hipocritamente que apenas "O Interesse Nacional" os impede de despedir o Socrático Matador com uma moção de censura.
Nestes extremos de indigência da política à portuguesa, espelho de uma ambição maior do que o Oceano que nos banha, acabamos por ouvir com atenção as palavras do madeirense, El Chino Torero, conhecido palhaço do regime...
Onde chegámos...
Necessita-se de aulas de Ética Torera para as bandas destas Praças ( e praias).
“Hay una ética torera que se distingue de la moral común. Sus principios se remontan a los de los grandes sabios de la Antigüedad, en particular los estoicos. La excelencia suprema para un torero consiste en ser torero, ocurra lo que ocurra. Se resume en una palabra: aguantar. O sea: no ceder frente al adversario ni la adversidad, frente al miedo, frente a la muerte, pero, sobre todo, hacerlo con desapego, lo más cerca del toro, lo más lejos de sí mismo. Aún acosado ―escribe Séneca―, aún zarandeado por la violencia de tu enemigo, resulta indigno ceder: mantén el puesto que te ha asignado la naturaleza. La ética de la plaza es una moral basada en la preeminencia de los mejores, la excepción, la generosidad, el don gratuito. Es la del combate de los héroes, de los príncipes conquistadores y de las princesas liberadas. Es la que hace soñar al niño que juega a los mosqueteros, no la que despierta al adulto que lee el periódico matutino. El héroe es el hombre excepcional que afronta la adversidad a solas o antes que los demás, el que hace lo que los otros no pueden hacer y por ello suscita su asombro y su admiración”.
Francis Wolff "Filosofia de las corridas de Toros"
E talvez de umas mantilhas espessas, para esconder o rubor da vergonha. Pretas, está claro!
Pinochio, El Solitario Socrates continua colado à muleta do Poder com todas as forças, sem perceber que a sua antiga Afición já não lhe dá Bronca na Praça, nem sequer Pateia, simplesmente o ignora, como jornal de ontem que se deita fora... E procura desesperadamente alternativas para se manter - como as lapas - agarrada às sinecuras, cargos e emolumentos...
Dom Cavaco, El Tabu Linguini, aguarda junto à teia que urde com paciência, contando os dias que faltam para poder ainda agir, e ponderando muito se deve, ou não, utilizar a "bomba atómica da dissolução"...
Os cumparsitas e quadrilheiros rosas , anteriormente tão sabujos de su Primero, já nem vão de capote ao corte , olhando de soslaio para entre-barreiras, procurando o aparecimento do Sebastião Redentor, venha ele de barba e voz profunda de Adamastor de Anadia, ou transvestido de Barak Obama de Lisboa...
E as Direitas e Esquerdas que ocupavam os lugares mais baratos da Arena, dizendo cobras e lagartos de El Solitario Pinochio, mantêm hipocritamente que apenas "O Interesse Nacional" os impede de despedir o Socrático Matador com uma moção de censura.
Nestes extremos de indigência da política à portuguesa, espelho de uma ambição maior do que o Oceano que nos banha, acabamos por ouvir com atenção as palavras do madeirense, El Chino Torero, conhecido palhaço do regime...
Onde chegámos...
Necessita-se de aulas de Ética Torera para as bandas destas Praças ( e praias).
“Hay una ética torera que se distingue de la moral común. Sus principios se remontan a los de los grandes sabios de la Antigüedad, en particular los estoicos. La excelencia suprema para un torero consiste en ser torero, ocurra lo que ocurra. Se resume en una palabra: aguantar. O sea: no ceder frente al adversario ni la adversidad, frente al miedo, frente a la muerte, pero, sobre todo, hacerlo con desapego, lo más cerca del toro, lo más lejos de sí mismo. Aún acosado ―escribe Séneca―, aún zarandeado por la violencia de tu enemigo, resulta indigno ceder: mantén el puesto que te ha asignado la naturaleza. La ética de la plaza es una moral basada en la preeminencia de los mejores, la excepción, la generosidad, el don gratuito. Es la del combate de los héroes, de los príncipes conquistadores y de las princesas liberadas. Es la que hace soñar al niño que juega a los mosqueteros, no la que despierta al adulto que lee el periódico matutino. El héroe es el hombre excepcional que afronta la adversidad a solas o antes que los demás, el que hace lo que los otros no pueden hacer y por ello suscita su asombro y su admiración”.
Francis Wolff "Filosofia de las corridas de Toros"
E talvez de umas mantilhas espessas, para esconder o rubor da vergonha. Pretas, está claro!
sexta-feira, fevereiro 12, 2010
O "Futuro" do PSD
Um Leitor nosso esclarece:
"Amanhã ou Sábado será altura de Aguia Branco, Vice-Presidente e lider da bancada, anunciar também os seus propósitos.»
«Para mim, Aguiar Branco será a "lebre" de Paulo Rangel. Compete-lhe desistir antes do acto eleitoral e somar os seus indefectíveis à candidatura de Rangel.»
Pedro Passos Coelho, como sempre, corre sózinho.»
Águias, lebres e coelhos!.........
Está visto, o futuro do PSD.
Comentário ao Comentário: Temos Arca! só faltará o Noé...
"Amanhã ou Sábado será altura de Aguia Branco, Vice-Presidente e lider da bancada, anunciar também os seus propósitos.»
«Para mim, Aguiar Branco será a "lebre" de Paulo Rangel. Compete-lhe desistir antes do acto eleitoral e somar os seus indefectíveis à candidatura de Rangel.»
Pedro Passos Coelho, como sempre, corre sózinho.»
Águias, lebres e coelhos!.........
Está visto, o futuro do PSD.
Comentário ao Comentário: Temos Arca! só faltará o Noé...
Para Descansar a Vista
Uma viagem ao País-Irmão do outro lado do Mar... Em tempo de Carnavais (em muitos sentidos...) é de rigor ir ao Brasil. Nem que seja por meio de alguns poemas.
Escolhi para hoje Sónia Van Dijck e três curtos poemas da sua autoria:
CIGARRA
Escrevo, para te esquecer vivendo.
Canto, e te faço escrevendo.
E, assim, tenho não tendo,
não vivo vivendo;
mas, continuo te querendo.
FORMAS SIMPLES
Quem tem telhado de vidro
deixa a pedra no caminho.
E, se tem rabo de palha,
jamais prefere o cozido.
Nunca se viu cordeiro
de lobo ser travestido.
Depois da tempestade,
vem mesmo a limpeza da lama.
PROFIL D'UN MOT
Pour Pierre
Saudade:
souvenir d'un goût
d'une odeur d'épices
et de la chaleur
d'une nuit d'automne.
Saudade:
mot-océan.
Sônia Maria van Dijck Lima nasceu em Alagoinhas (Bahia - Brasil), diplomou-se em Letras, pela Universidade Católica do Salvador, e em Pedagogia - Orientação Educacional, pela Universidade Federal de Sergipe. Fez mestrado em Letras na Universidade Federal da Paraíba, doutorado em Letras na Universidade de São Paulo e pós-doutorado em Literatura Brasileira na Universidade Estadual Júlio de Mesquita - Araraquara. Reciclou sua formação de pesquisadora em dois períodos de estágio no CNRS-ITEM (Paris).
Foi professora da Universidade Federal de Sergipe e, depois, da Universidade Federal da Paraíba, na qual se aposentou. Foi professora visitante dos cursos de pós-graduação da Universidade Federal da Bahia e da Universidade Estadual de Londrina, com bolsas CAPES e CNPq. Ministrou os cursos "Sagarana: un livre et beaucoup d'histoires" (nov. 2006, nov. 2007) e "Brésil: traversée vers le XXe siècle et propositions pour ce millénaire" (nov.2008) na Université Paris X - Nanterre - atual Université Paris Ouest Nanterre La Défense -, como Professeur invité , onde também proferiu as conferências "La traversée de 'Sarapalha'" (9 dez. 2006), "Archives littéraires au Brésil. Mémoire et recherche" (17 nov. 2007) e "Cunha de Leiradella: um autor hipertextual" (3 nov. 2008).
Integrou a Diretoria da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística (1988-1990), tendo sido, anos depois, sua Presidente (1994-1996). Sócia fundadora do Grupo de Estudos Linguísticos do Nordeste, integrou sua Diretoria. Sócia fundadora da Associação de Pesquisadores de Manuscritos Literários, participou da Diretoria dessa sociedade científica em diferentes cargos, em mais de uma gestão, e fez parte da Editoria Científica da revista Manuscrítica. Revista de crítica genética. Participa do Comité editorial (Rédacteurs en chef) da revista Plural. Pluriel. Revue des cultures de langue portugaise. Integrou a Diretoria da Associação Centro Histórico Vivo - ACEHRVO - biênio 2005-2007 (João Pessoa - PB- Brasil).
Foi líder do Grupo de Pesquisa "Arquivos Literários" - Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil - CNPq (1992-2006).
É crítica literária, pesquisadora de arquivos literários (história da literatura e crítica genética), e tem trabalhos publicados no Brasil e no exterior.
É contista e poeta, publicada no Brasil e no exterior.
Escolhi para hoje Sónia Van Dijck e três curtos poemas da sua autoria:
CIGARRA
Escrevo, para te esquecer vivendo.
Canto, e te faço escrevendo.
E, assim, tenho não tendo,
não vivo vivendo;
mas, continuo te querendo.
FORMAS SIMPLES
Quem tem telhado de vidro
deixa a pedra no caminho.
E, se tem rabo de palha,
jamais prefere o cozido.
Nunca se viu cordeiro
de lobo ser travestido.
Depois da tempestade,
vem mesmo a limpeza da lama.
PROFIL D'UN MOT
Pour Pierre
Saudade:
souvenir d'un goût
d'une odeur d'épices
et de la chaleur
d'une nuit d'automne.
Saudade:
mot-océan.
Sônia Maria van Dijck Lima nasceu em Alagoinhas (Bahia - Brasil), diplomou-se em Letras, pela Universidade Católica do Salvador, e em Pedagogia - Orientação Educacional, pela Universidade Federal de Sergipe. Fez mestrado em Letras na Universidade Federal da Paraíba, doutorado em Letras na Universidade de São Paulo e pós-doutorado em Literatura Brasileira na Universidade Estadual Júlio de Mesquita - Araraquara. Reciclou sua formação de pesquisadora em dois períodos de estágio no CNRS-ITEM (Paris).
Foi professora da Universidade Federal de Sergipe e, depois, da Universidade Federal da Paraíba, na qual se aposentou. Foi professora visitante dos cursos de pós-graduação da Universidade Federal da Bahia e da Universidade Estadual de Londrina, com bolsas CAPES e CNPq. Ministrou os cursos "Sagarana: un livre et beaucoup d'histoires" (nov. 2006, nov. 2007) e "Brésil: traversée vers le XXe siècle et propositions pour ce millénaire" (nov.2008) na Université Paris X - Nanterre - atual Université Paris Ouest Nanterre La Défense -, como Professeur invité , onde também proferiu as conferências "La traversée de 'Sarapalha'" (9 dez. 2006), "Archives littéraires au Brésil. Mémoire et recherche" (17 nov. 2007) e "Cunha de Leiradella: um autor hipertextual" (3 nov. 2008).
Integrou a Diretoria da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística (1988-1990), tendo sido, anos depois, sua Presidente (1994-1996). Sócia fundadora do Grupo de Estudos Linguísticos do Nordeste, integrou sua Diretoria. Sócia fundadora da Associação de Pesquisadores de Manuscritos Literários, participou da Diretoria dessa sociedade científica em diferentes cargos, em mais de uma gestão, e fez parte da Editoria Científica da revista Manuscrítica. Revista de crítica genética. Participa do Comité editorial (Rédacteurs en chef) da revista Plural. Pluriel. Revue des cultures de langue portugaise. Integrou a Diretoria da Associação Centro Histórico Vivo - ACEHRVO - biênio 2005-2007 (João Pessoa - PB- Brasil).
Foi líder do Grupo de Pesquisa "Arquivos Literários" - Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil - CNPq (1992-2006).
É crítica literária, pesquisadora de arquivos literários (história da literatura e crítica genética), e tem trabalhos publicados no Brasil e no exterior.
É contista e poeta, publicada no Brasil e no exterior.
quinta-feira, fevereiro 11, 2010
Rangel na Liça
E vem aí mais um (ou dois). Paulo Rangel assumiu-se, "saíu do armário" (salvo seja...) e veio ontem declarar-se perante as cãmaras de TV. Declarar-se e declarar que estava pronto a cumprir o seu destino: Liderar o PSD agora, Governar Portugal, mais tarde.
A frase que ficou no ouvido "Libertar o Futuro" é boa. Tem sonoridade, serve para iniciar debate e alimentar discussão. Boa escolha Paulo!
O discurso foi longo de mais... teve partes interessantes, mas fez sono lá entre o meio e o fim. A dicção também não será a melhor e (Thank God), a apresentação do candidato também ainda não sofreu os ditames inexoráveis dos conselheiros de imagem, personal buyers e outras coisas assim da pseudo-modernidade metrosexual aguda.
Amanhã ou Sábado será altura de Aguiar Branco, Vice-Presidente e lider da bancada, anunciar também os seus propósitos.
Teremos assim 3 candidatos á cadeira que já foi de Sá Carneiro: Pedro Passos Coelho, Paulo Rangel e Aguiar Branco. Dirão que os dois primeiros são candidaturas da praxis existente, da actual nomenklatura... E que só Pedro Passos Coelho traria ao velho PPD\PSD a rotura necessária para arejar as gavetas e libertar as janelas, emperradas de muitos anos de clientelismo...Pode ser, mas...Paulo Rangel deu ao seu Partido a única vitória em alguns anos, e isso não se esquece.
Balsemão estaria por detrás de Aguiar Branco, Manuela Ferreira Leite apoiaria disfarçadamente Paulo Rangel....
Para mim, Aguiar Branco será a "lebre" de Paulo Rangel. Compete-lhe desistir antes do acto eleitoral e somar os seus indefectíveis à candidatura de Rangel. Pedro Passos Coelho, como sempre, corre sózinho.
A ver vamos que já não falta muito...
A frase que ficou no ouvido "Libertar o Futuro" é boa. Tem sonoridade, serve para iniciar debate e alimentar discussão. Boa escolha Paulo!
O discurso foi longo de mais... teve partes interessantes, mas fez sono lá entre o meio e o fim. A dicção também não será a melhor e (Thank God), a apresentação do candidato também ainda não sofreu os ditames inexoráveis dos conselheiros de imagem, personal buyers e outras coisas assim da pseudo-modernidade metrosexual aguda.
Amanhã ou Sábado será altura de Aguiar Branco, Vice-Presidente e lider da bancada, anunciar também os seus propósitos.
Teremos assim 3 candidatos á cadeira que já foi de Sá Carneiro: Pedro Passos Coelho, Paulo Rangel e Aguiar Branco. Dirão que os dois primeiros são candidaturas da praxis existente, da actual nomenklatura... E que só Pedro Passos Coelho traria ao velho PPD\PSD a rotura necessária para arejar as gavetas e libertar as janelas, emperradas de muitos anos de clientelismo...Pode ser, mas...Paulo Rangel deu ao seu Partido a única vitória em alguns anos, e isso não se esquece.
Balsemão estaria por detrás de Aguiar Branco, Manuela Ferreira Leite apoiaria disfarçadamente Paulo Rangel....
Para mim, Aguiar Branco será a "lebre" de Paulo Rangel. Compete-lhe desistir antes do acto eleitoral e somar os seus indefectíveis à candidatura de Rangel. Pedro Passos Coelho, como sempre, corre sózinho.
A ver vamos que já não falta muito...
quarta-feira, fevereiro 10, 2010
A Intenção das Pessoas
"-Tinha V. Excelência , Sr Carlos da Maia, intenção de ofender quando disse (ao Sr. Dâmaso Salcede) que lhe daria umas bengaladas?
- Intenção de ofender , nenhuma! De lhe dar umas bengaladas, toda!"
E com este diálogo dos imortais "Os Maias", provavelmente mal transcrito porque estou a citá-lo de cor, começamos uma pequena reflexão sobre "Intenções, Resoluções, Acções e ...Arrependimentos".
O que cada um diz dos outros, entre amigos , à mesa do bar , ao telefone , ou no restaurante, ou em casa, é do foro pessoal. Já aqui falámos disso.
O que cada qual pensaria ou teria ganas de fazer se "pudesse", se "tivesse dinheiro para..." , se "tivesse poder para isso", se "fosse ele que mandasse" e etc, etc,,, pode ser mau, muito mau e até infame de mau... mas, enquanto for apenas isso - INTENÇÕES - não virá mal nenhum ao mundo constituído pelos "outros" , os tais "terceiros" que sofreriam com a implementação das Acções que foram Intentadas mas nunca Concretizadas. Quanto muito, e se for o "intencionário" católico, tal poderá constituir um pecado por "maus pensamentos". Mas em relação a isso os nossos Tribunais não têm ainda jurisdição.
O que se passa neste caso das Escutas que envolvem PM, o Sr VARA (Varapau?) , os Penedos, a Manuela Moura Guedes, O seu Marido , a TVI e a PRISA parece-me ser diferente: Segundo diz quem leu as tais transcrições ( pelo menos alguns dos que as leram) por lá aparecerá alguma evidência que tende a envolver a "sociedade PM, Vara e etc" no controlo da TVI em função da aquisição de capital da Prisa.
Agora, uma coisa é desejar que, a determinado indivíduo que nos despediu (por ex) , lhe desse uma "travadinha" que o deixasse cego, surdo e mudo...Outra será contratar um energúmeno para lhe dar um "enxerto de porrada" tão grande que assegurasse que isso acontecia mesmo, na realidade...
Isto porque, durante qualquer Jantar no tempo dos Maias, no Hotel Central, seria possível fazer e desfazer Governos, enterrar e ressuscitar Reis e Ministros, MAS tudo isso não significaria que os "Dândis e Sportsmen" que tal alvitravam, entre o Bucellas e o Collares, financiassem a Carbonária que motivou o Buiça e o Alfredo Costa...
Quanto muito poderia dar algumas indicações sobre o carácter de cada um deles... Mas quanto a isso estamos conversados. Há muito tempo ( penso eu) que o País não terá muitas dúvidas sobre o carácter de quem nos governa actualmente...
- Intenção de ofender , nenhuma! De lhe dar umas bengaladas, toda!"
E com este diálogo dos imortais "Os Maias", provavelmente mal transcrito porque estou a citá-lo de cor, começamos uma pequena reflexão sobre "Intenções, Resoluções, Acções e ...Arrependimentos".
O que cada um diz dos outros, entre amigos , à mesa do bar , ao telefone , ou no restaurante, ou em casa, é do foro pessoal. Já aqui falámos disso.
O que cada qual pensaria ou teria ganas de fazer se "pudesse", se "tivesse dinheiro para..." , se "tivesse poder para isso", se "fosse ele que mandasse" e etc, etc,,, pode ser mau, muito mau e até infame de mau... mas, enquanto for apenas isso - INTENÇÕES - não virá mal nenhum ao mundo constituído pelos "outros" , os tais "terceiros" que sofreriam com a implementação das Acções que foram Intentadas mas nunca Concretizadas. Quanto muito, e se for o "intencionário" católico, tal poderá constituir um pecado por "maus pensamentos". Mas em relação a isso os nossos Tribunais não têm ainda jurisdição.
O que terá de ser esclarecido o mais depressa possível, para sossego de todos , é se essas evidências têm a ver com Intenções ou com Acções. Isto é, se foi transposta a barreira entre o "wishful thinking" e a concretização de um plano de controlo dos MCS em Portugal. E, obviamente, se esse Plano teve o acordo explícito do Sr PM.
Porque sempre existiram Governos(foram TODOS!) que desejaram controlar MCS, mesmo em Democracia. Porque sempre houve pressões económicas dos Governos sobre os MCS, por exemplo ao nível da colocação da Publicidade das empresas que controlavam.
Porque sempre existiram PM's, e até Presidentes da República, que deram um acordo tácito a manobras de intimidação e de pressão sobre os MCS.
E, porque não dizê-lo? Porque sempre existiram MCS que se serviram das suas audiências para "empurrar" agendas estranhas ao Código Deontológico da sua profissão. "Aquilo que é notícia" cada vez mais se confunde com "Aquilo que vende Jornais ou aumenta Audiências". E o "Interesse Público" não parece ser, algumas vezes, mais do que o "Interesse do Público, no Escândalo, na Desgraça, na Maledicência".
E, infelizmente, a TVI era um dos piores exemplos disto tudo durante o consulado da Dª Manuela &Esposo.
Isto porque, durante qualquer Jantar no tempo dos Maias, no Hotel Central, seria possível fazer e desfazer Governos, enterrar e ressuscitar Reis e Ministros, MAS tudo isso não significaria que os "Dândis e Sportsmen" que tal alvitravam, entre o Bucellas e o Collares, financiassem a Carbonária que motivou o Buiça e o Alfredo Costa...
Quanto muito poderia dar algumas indicações sobre o carácter de cada um deles... Mas quanto a isso estamos conversados. Há muito tempo ( penso eu) que o País não terá muitas dúvidas sobre o carácter de quem nos governa actualmente...
terça-feira, fevereiro 09, 2010
Ir a banhos à (ao) Beira Mar
O retorno a um clássico dos clássicos da Linha. Um dos locais escolhidos por Sua Majestade D. Juan Carlos (ali conhecido simplesmente por "Juanito") para jantar quando regressa à Cascais da sua infância.
Costuma beber Quinta do Vale Meão (grande Tinto do Douro) e comer o que lhe dão. As mais das vezes os afamados Filetes de Pescada do Cantábrico com arroz de marisco, que são o florão desta casa.
Restaurante Beira-Mar
Rua das Flores, 6
(à Lota)
2750- 348 CASCAIS
Telefone: 21 482 73 80
Serão "Prazeres de Rei" alguns dos pratos emblemáticos deste Restaurante:
Entradas: Gambas "à al Ajillo"; Espargos verdes com ovos e presunto; Amêijoas à Bulhão Pato, Lagosta Nacional, Lavagante Nacional, Bruxas (quando as há) , Lagostins (idem) , Gambas da nossa costa , Camarão fresco da Aguda (idem...)
Sopas: Creme de marisco; Sopa de peixe; Creme de tomate.
Peixe: Filetes de pescada com arroz de berbigão; Pregado frito com molho tártaro; Lampreia; Medalhões de cherne à delícia; Lulas fritas com arroz de berbigão; Robalo grelhado ou ao sal; Zarzuela de marisco; Filetes de cherne ao caril; Linguado Meunier.
Carne: Caça; Costeleta de vitela grelhadas; Chateaubriand; Fillet Mignon; Pato com molho especial; Steak au poivre; Lombinhos de porco com puré de maçã.
Doces: Mousse gelada de chocolate com avelãs; Cheese cake; Toucinho do céu; Mousse de manga ou maracujá; Queijo de ovo.
O Peixe aqui frito é o melhor do mundo! Pela nobreza (onde se apanha hoje o Linguado Rosa e quem sabe o que é isso?) e pela forma de o fritar "à pobre" , isto é, sem polme, e com a temperatura do óleo ideal. As Perdizes à Beira Mar, só feitas com azeite, vinagre e alho, são soberbas também.
Mas para nós, meros plebeus em busca de conforto, o pretexto - nesta altura do ano - é sempre o Arroz de Lampreia, feito ali com a qualidade e a sabedoria de quem aprendeu com os maiores a tratar o asqueroso (à vista) ciclóstomo.
Cada lampreia inteira a 80 euros, Duas a 160 euros ( se a aritmética não me atraiçoa)... Duas dão à vontade para 6 pessoas (eu disse "pessoas"...).
Antes disso houve que provar umas postas de sável , desta vez sem a usual açorda de ovas , do melhor que se pode tragar em qualquer parte de Portugal onde se frite o Sável, a lembrar o chorado Cantinho do Ti Pedro, da Flora de gratíssima memória.
Também como entradas "entrou-se" por uns fresquíssimos lagostins mendinhos ( de palmo) os quais ainda se vão apanhando pela nossa costa e, embora não tenham a dimensão descomunal dos Lagostins de Meio Kg que fizeram a época gloriosa do João Padeiro, são bem menos enjoativos e mais firmes de carnes do que os primeiros.
Percebes das Berlengas terminaram estes conflitos iniciais, preparando o estômago para o aconchego sápido e estridente de cheiros incitadores da saliva, que nos aguardava de dentro do tacho negro.
Ela , a Senhora Dona Lampreia, estava de se comer e chorar por mais. Eram duas, como referi. Uma delas ovada até mais não. Foi a melhor que comi este ano e uma das melhores da minha memória (até quando a memória palatal nos consente).
Bebeu-se José Maria da Fonseca Branco da casta Verdelho e ...Barca Velha de 99 em Garrafa magnum, oferta de um dos comensais...
Já trémulos e agarrados ao fiel Lagavullin, a aproximar-se a uma da manhã, ainda houve alguma força para fumar um puro , beber um café e filosofar muito sobre a "choldra" , os "buracos das fechaduras", os Tribunais e a Justiça e por aí fora... Só não se falou de Bola, pois a idiosincrisia dos presentes variava entre Vermelho e Verde, e não era tida nem achada celeuma alguma depois de tão grande beatitude.
segunda-feira, fevereiro 08, 2010
Conspirações
Alguns leitores têm reagido às últimas notícias que envolvem o 1º Ministro numa conspiração para "abafar" a produção dos MCS em Portugal e condicionar a actuação do PR, de acordo com as escutas publicadas no jornal "Sol" e "Correio da Manhã". E urgem-me para falar...
Não sou, como disseram e bem, leitor assíduo do "Sol" , nem sequer do "Correio da Manhã", mas este fds obviamente que os comprei aos dois e devorei o que traziam. Também ouvi o Ricardo Costa, na SIC Notícias, fazer um resumo das teias que teriam envolvido José Sócrates e a PT, onde um jovem Administrador que "trataria o PM por tu" foi o encarregue de discutir com a Prisa a eventual compra da TVI. Aliás, consta que esse Administrador - que ganha mais do que 5 Presidentes da República ou Primeiros Ministros juntos - foi escolhido para a PT por ter chefiado o núcleo da JS que apoiava o mesmo Sócrates. E é o tal que tem como password "Sócrates 2009" no PC lá da PT...
Estas notícias são deprimentes, para dizer o mínimo... Ninguém da ala socrática as veio desmentir - porque obviamente não podem, dado que as escutas não tarda muito podem vir a ser tornadas públicas, como já ameaçaram SOL e CM...
A defesa da honra do PM passa pela alegada ilegalidade das escutas, feitas sem cumprimento das regras constitucionais que envolvem PR e PM. É pouco... Podem ser e serão ilegais, mas os factos que contém não podem ser desmentidos...
Existem aqui dois processos, um formal, o outro informal:
a) Primeiro, o que tem de ser feito para saber quem furou o segredo de justiça e entregou as cassetes (mandadas destruir pelo Presidente do STJ) à Comunicação Social. Se assim continuamos o melhor será os Juízes passarem a andar de pistola à cinta, para darem a justiça na hora, omo o velho Roy Bean do Lucky Luke...
b) Em segundo lugar, o Processo de opinião pública que aclare até que ponto a tramóia que parece ter sido montada para controlo da Comunicação Social pelo PM foi avante.
As escutas, repito, foram feitas para o caso "Vara, Penedos& Cia" e dadas como irrelevantes pela Justiça superior em termos do envolvimento do PM nesse mesmo caso... Mas contém outros factos indesmentíveis...
Salvaguardadas as devidas distâncias é quase como se um assassino fosse libertado , numa daquelas séries da TV americana, porque a Polícia quando o encontrou em flagrante delito não possuía mandato de busca para entrar na sua residência...
Este assunto tem um peso evidente no julgamento do carácter de quem nos governa.
Podemos invocar que se estão a fazer processos de intenções, porque nada do que "se teria planeado foi executado", mas é público e notório que foi "tentado"... E, dirão alguns mais avisados, se não foi a PT a fazer o negócio, não se teria arranjado na "pessoa" da ONGOING uma forma de "fazer o favor" ao Senhor PM?
O velho socialista que escreve neste Blog não é cego, surdo nem mudo e, mais do que tudo, ficou incomodado quando ouviu dizer que - nalgumas das conversas gravadas - o" Sr Vara (bancário de profissão) parecia dar ordens ao Primeiro Ministro de Portugal"...
Justiça! Clamam todos, desde Manuel Alegre até ao Professor Cavaco Silva... para quando?
sexta-feira, fevereiro 05, 2010
Para Descansar a Vista
Quem se Lembra de Reynaldo (ou Reinaldo) Ferreira? Mas da "Menina dos Olhos Tristes" quem não se lembrará? Um Poeta colhido pela mala suerte, morto aos 37 anos, Moçambicano de adopção. E como temos estado numa de Cavalos aqui vai um dos seus poucos poemas que existe fora do âmbito das canções: "Quero Um Cavalo de Várias Cores".
Eu também queria...
Eu também queria...
Biografia de Reinaldo Ferreira, da Imprensa Nacional de Moçambique:
Tendo vindo para Moçambique (Lourenço Marques) em fins do ano de 1941 e aqui feito o sétimo ano dos liceus, por cá se conservou, com raras e breves escapadas à Metrópole, até Junho de 1959, data do seu falecimento.
Em Março do mesmo ano declara-se-lhe um cancro de pulmão que quase fulminantemente o arrebatou.
A pouco mais do que isso se resumirá a biografia de Reinaldo Ferreira, se por biografia entendermos o conjunto de acidentes que mais vulgarmente dão nas vistas. Biografia, portanto, como tantos, quase a não tem ou a tem predominantemente interior. Obra também a não deixou publicada e o melhor que se fez é o que agora aqui se publica. Por ironia do destino o que mais alargou as fronteiras do seu nome foi o que de menos valor ele nos legou: colaboração em algumas revistas musicais, letra de uma ou outra canção de grande êxito (Menina dos Olhos Tristes, Uma Casa Portugesa) , teatro radiofónico, pouco mais.
Sabe-se, sabem-no os amigos que com ele mais de perto privaram, que o teatro o seduzia: nele se ensaiara já, sendo certo que exista pelo menos o testemunho de uma (se não mais) sua incursão neste domínio. Muito seria quiçá de esperar neste capítulo, mas para tanto lhe foi pouca a vida.
Quero um cavalo de várias cores
Quero um cavalo de várias cores,
Quero-o depressa, que vou partir.
Esperam-me prados com tantas flores,
Que só cavalos de várias cores
Podem servir.
Quero uma sela feita de restos
Dalguma nuvem que ande no céu.
Quero-a evasiva - nimbos e cerros -
Sobre os valados, sobre os aterros,
Que o mundo é meu.
Quero que as rédeas façam prodígios:
Voa, cavalo, galopa mais,
Trepa às camadas do céu sem fundo,
Rumo àquele ponto, exterior ao mundo,
Para onde tendem as catedrais.
Deixem que eu parta, agora, já,
Antes que murchem todas as flores.
Tenho a loucura, sei o caminho,
Mas como posso partir sozinho
Sem um cavalo de várias cores?
Reynaldo Ferreira
1922/1959
quinta-feira, fevereiro 04, 2010
Farewell
Já tinha dado pelo gato...mas mais rápido que a própria sombra o nosso leitor comentou. E bem!!
O Restaurante do Jockey
Comia-se ali bem mal, infelizmente... Não que eu fosse de lá ir muitas vezes, exactamente por causa disso. Preferia sentar-me no bar com o meu inseparável Jack Daniels e com um cachimbo ou charuto na boca (dependendo dos estado das minhas finanças) a ver os cavalos e ...os jodphurs justinhos das meninas que passavam...
Como sabem gosto muito de cavalos, e não perco uma oportunidade de os ver. A eles e ao "resto"...
E os CTT - cuja imagem tem muito a ver com a Mala-Posta, e com os correios a cavalo - têm também que ser incluídos na história do Jockey, pois foi na altura do Presidente Troni que garantimos através de um patrocínio, que fosse realizado o Concurso Internacional de Saltos de Lisboa desse ano (1993\4).
E quem foi entregar o prémio ao vencedor? Moi, obviamente...
Mas voltemos à Mesa e ao que lá se pôe...Hoje em dia e depois da notável migração de parte da equipa da Tertúlia do Paço para o Restaurante do Jockey, posso garantir-vos que o panorama é bem melhor.
Incomparavelmente melhor!
De tal modo que - imaginem - até dei por mim a lá ir apenas para manducar!
Jockey Restaurante
Soc. Hípica Portuguesa
Hipódromo do Campo Grande
Telefone - 927104008
Como se chega lá?
Bem fácil! Venham do Campo Grande, tomem a Alameda da Universidade ( TANTAS SAUDADES DE ALI CORRER À FRENTE DOS CAVALOS DA GNR, NOUTROS TEMPOS!!) deixem a Torre do Tombo à V. direita. Depois de passarem a Reitoria metam pela direita até ao final do caminho. Chegam a uma portada com guarda e entram para as instalações da Sociedade Hípica Portuguesa. Abrandem a velocidade!! Metam depois da entrada logo pela esquerda, com boxes de um lado e doutro. Ao fim de uns 500 metros têm o Restaurante à vossa direita.
O Sr Rafael comanda a sala. Na cozinha o antigo chefe do Restaurante Quinta dos Frades antes deste ter sido infestado por uma invasão de "Chacais" , ou lá como é ...
No actual Restaurante do Jockey come-se boa cozinha portuguesa. sóbria, bem confeccionada, Ingredientes frescos. Peixe à maneira e Pratos do dia aconselhados, daqueles "antigos" de tacho.
A única falha - de momento - é a necessidade dos grandes profissionais que saíram da Tertúlia treinarem melhor os "outros" que terão herdado da antiga gerência do Jockey. Mas não é nada que o tempo e a boa vontade dos oficiais não resolva.
Vamos a provas: 3 Pessoas, Entradas de polvo em salada, prato de bom pata negra, 1 Robalo do mar assado no forno, soberbo. Iscas à Portuguesa (divinais) . 1 garrafita de Bons Ares Branco e outra de Cabriz Reserva Tinto. 3 cafés.
Tudo isto por 107 euritos. Mas atenção ao preço (em qualquer lugar do mundo) do peixe do Mar!! Só no Robalo estavam 50 euros dos 107 ...Quem quer alimentar os vícios que pague...
Em conclusão: Recomendadíssimo. Vão Lá. Vejam as vistas. Mas, sobretudo MARQUEM com antecedência! Está sempre cheio!
E mais uma dica a quem precisa: poucos locais de Lisboa serão tão aconselhados para noite do dia 14 que por aí se aproxima! Romântico de encher o olho!!
O estranho caso do meu "Senhorio"
Houve gente que me chamou à pedra por estar a chamar nomes ao meu Senhorio. Para esses que ainda não perceberam, explico: o meu "senhorio" é o meu filho, a quem eu - num dia de inexplicável falta de senso - "fiz" a escritura da casa onde habito e da casa da minha Mãe... Ainda que esta, com os seus 80 anos de raposa manhosa, exigisse que o usufruto até morrer fosse da própria...
Por isso estou à vontade para lhe chamar todos os nomes que me aprouver ... por isso e também porque ele poucas vezes aqui vem ler... E se alguns "amigos" que eu conheço lhe forem dizer para aqui passar mais vezes, podem ter a certeza que os lixo bem lixadinhos...Podem dizer Goodbye, Farewell e Au Revoir à Lampreiazita da Sexta feira próxima.
E adiante que hoje o Mar é bonançoso e de pequena vaga para os lados da 2ª circular!
Por isso estou à vontade para lhe chamar todos os nomes que me aprouver ... por isso e também porque ele poucas vezes aqui vem ler... E se alguns "amigos" que eu conheço lhe forem dizer para aqui passar mais vezes, podem ter a certeza que os lixo bem lixadinhos...Podem dizer Goodbye, Farewell e Au Revoir à Lampreiazita da Sexta feira próxima.
E adiante que hoje o Mar é bonançoso e de pequena vaga para os lados da 2ª circular!
Comentário aos dizeres dos almoços
Um Leitor nosso comenta.
Inteiramente de acordo com o que escreveu o Blogger sobre este assunto, acrescento apenas o seguinte: não me parece que saia muito bem da história a pessoa (ou as pessoas) que almoçou com José Sócrates e foi depois relatar o que ele disse. Sócrates devia ter mais cuidado com o que diz e à frente de quem o diz, mas estes intriguistas da treta também não interessam nada. E mais: Sócrates disse que Mário Crespo é um problema que tem de ser resolvido. E depois? Mandou matá-lo? Silenciá-lo? Despedi-lo? Não! O Mário Crespo continua a falar (até foi convidado para umas jornadas do CDS...), continua a ter o seu emprego e agora, se calhar, até tem mais audiência. Portanto, não vejo onde esteja mais um grande ataque à liberdade de expressão. Vejo é mais um ataque ao José Sócrates, que acontece, curiosamente, na semana do Conselho de Estado, da discussão da lei das finanças regionais e de se saber se continuamos todos a pagar os disparates do ditador madeirense (este sim, responsável por muitos e violentos ataques à liberdade de expressão e não só). deve ser coincidência...
Comentário ao comentário: E Olé que tem direito a orelhas e rabo!
Inteiramente de acordo com o que escreveu o Blogger sobre este assunto, acrescento apenas o seguinte: não me parece que saia muito bem da história a pessoa (ou as pessoas) que almoçou com José Sócrates e foi depois relatar o que ele disse. Sócrates devia ter mais cuidado com o que diz e à frente de quem o diz, mas estes intriguistas da treta também não interessam nada. E mais: Sócrates disse que Mário Crespo é um problema que tem de ser resolvido. E depois? Mandou matá-lo? Silenciá-lo? Despedi-lo? Não! O Mário Crespo continua a falar (até foi convidado para umas jornadas do CDS...), continua a ter o seu emprego e agora, se calhar, até tem mais audiência. Portanto, não vejo onde esteja mais um grande ataque à liberdade de expressão. Vejo é mais um ataque ao José Sócrates, que acontece, curiosamente, na semana do Conselho de Estado, da discussão da lei das finanças regionais e de se saber se continuamos todos a pagar os disparates do ditador madeirense (este sim, responsável por muitos e violentos ataques à liberdade de expressão e não só). deve ser coincidência...
Comentário ao comentário: E Olé que tem direito a orelhas e rabo!
quarta-feira, fevereiro 03, 2010
As Conversas à Mesa
Mário Crespo, que muito admiro pelas posições independentes e abertas que mantém nas suas intervenções como cronista e como Pivot do Jornal das 21h da SIC Notícias, arranjou uma tramóia em relação a uma crónica não publicada no JN, alegadamente por nela se fazerem referências a observações do PM à mesa de um almoço, no âmbito das quais teria sido dito que ele (Mário Crespo) e que o "outro" não enfeudado da nossa vida política (Medina Carreira) eram "problemas que tinham de ser resolvidos"...
À mesa e entre amigos pode dizer-se tudo... Até eu, sem o pensar , tenho chamado nomes feios à mesa a muita gente das minhas relações, incluindo a família mais chegada. Para já não falar dos meus superiores, que de vez em quando levam com uma roda de adjectivos capazes de fazer corar o Porteiro do Elefante Branco ... Mas adiante que o Mar está alteroso...
O meu Senhorio, por exemplo, a crer naquilo que eu lhe chamo quando me chateia, já devia ter uns enfeites na testa maiores do que um alce do Canadá na época do acasalamento...
O facto de eu dizer "O Ganda Cab... ontem fez-me isto ou aquilo" não significa que ele seja cab.. , nem sequer que eu pense que ele o é... Significa apenas duas coisas:
a) Que eu próprio tenho uma língua de trapos e devia ser mais bem educado, sobretudo à mesa.
b) Que ele, o visado, tomou alguma atitude que não agradou à entidade paternal.
Quem é que, à mesa, nunca disse : " F... que a P... da sopa está quente comó C..." ? Sobretudo se só estão homens sentados e se escaldarmos o céu da boca com a primeira colherada do caldo verde?
Para já não falar da bola. Hoje, por exemplo, qual o sportinguista de alma quente que - ao almoço, entre o bife à casa e o café com cheirinho - não chamará nomes feios à senhora mãe do Carlos Carvalhal? Mas adiante que o tal Mar, já o disse, está hoje alteroso...
Falar de política à mesa, sobretudo no final de uma refeição bem aviada e prazenteirosa, quando uma letargia benigna parece que tomou conta de nós, tem grandes vantagens:
O mundo parece um local melhor para se viver. O Déficit (esse Cab de um F... de uma Grandessíssima P..." parece-nos um fenómeno passageiro, o Desemprego está a ser bem combatido pelo Governo e pelas Empresas, o próprio clima torna-se ameno e o aquecimento global algum exagero de cientistas malévolos e desejosos de criar o caos na sociedade...
Depois aparece a conta do dito almoço.
Ora aí é que a porca torce o rabo. Defrontado com a realidade comezinha dos duzentos euritos para 4 refeições, o português pagante amaldiçoa várias coisas por ordem de importância:
- A "P...da Cabeça da Garoupa, que foi cara comá M..."
- a choldra do país onde nasceu
- a impunidade dos malandrins que não pagam impostos, fonte de todos os males que nos acontecem (aqui, por acaso não está a pensar mal...)
- o Governo e todos os Ministros, "cáfila de comilões e corruptos"
- os próprios amigos comensais, que, como era ele a pagar , "atacaram os pratos mais caros da ementa que nem porcos a fuçar! E ainda por cima pediram digestivos!!" (Claro que já não se lembra que ,quando lhe toca a ele ser convidado, faz a mesma coisa, ou ainda pior).
Por estes motivos repito que não se deve ligar muito às conversas de amigos, à mesa, seja ela a de um restaurante famoso ou a de uma tasca em Alfama.
Palavras, leva-as o vento e quando são das que se pronunciam depois, ou durante, os almoços... Vou ali e já venho...
Mário, volta que estás perdoado!
Crise Política no Horizonte (Ilhéu)?
O Presidente da República convocou o Conselho de Estado para hoje. Nele se irá analisar a situação (política) do País. Obviamente que se deve falar das "ajudas" do Governo da República aos Governantes da Madeira e dos Açores.
Diremos que , tanto quanto nos pode ser visível neste "esconde-esconde" das relações entre Belém e S. Bento, o Sr PR dará hoje razão ao Governo da República, a Teixeira dos Santos e a José Sócrates, e aconselhará contenção nos gastos públicos, nela incluindo estas parcelas destinadas às Regiões Autónomas...
Se não o fizer será crível que o PM se demita ? Acho que não... Teixeira dos Santos talvez bata com a porta (e quereria mesmo ir por muitos motivos sem ser este) mas José Sócrates só parte se tiver a certeza que voltará "por cima" , com uma percentagem de votos maior do que aquela que o elegeu para este mandato...
Ora as sondagens não referem essa opção. Pelo menos de momento.
Vamos ver no que dá esta intervenção Presidencial, obviamente que tomada tendo já em vista a próxima campanha para a ...Presidência. Tudo é Política, mesmo aquilo que não parece.
Diremos que , tanto quanto nos pode ser visível neste "esconde-esconde" das relações entre Belém e S. Bento, o Sr PR dará hoje razão ao Governo da República, a Teixeira dos Santos e a José Sócrates, e aconselhará contenção nos gastos públicos, nela incluindo estas parcelas destinadas às Regiões Autónomas...
Se não o fizer será crível que o PM se demita ? Acho que não... Teixeira dos Santos talvez bata com a porta (e quereria mesmo ir por muitos motivos sem ser este) mas José Sócrates só parte se tiver a certeza que voltará "por cima" , com uma percentagem de votos maior do que aquela que o elegeu para este mandato...
Ora as sondagens não referem essa opção. Pelo menos de momento.
Vamos ver no que dá esta intervenção Presidencial, obviamente que tomada tendo já em vista a próxima campanha para a ...Presidência. Tudo é Política, mesmo aquilo que não parece.
terça-feira, fevereiro 02, 2010
Cozido de grão com cardos
Já o provaram? Quando bem feito este cozido transtagano é uma coisa de lamber as bêças e chorar por mais... E muito fácil de fazer, como poderão constatar...
Aqui vai a receita em minha interpretação livre e boémia (que São Mendonça Pai me perdoe...):
É muito importante terem em casa um Tacho largo e de bom fundo espesso, para que a cozedura lenta (fundamental para apurar o cozido) seja feita sem perigo de "pegar"...
Apanhem-se (ou mandem-se apanhar nos campos) caules de cardos tenros, limpem-se bem das folhas e dos picos agressivos. Usem luvas, está claro! Lavem muito bem.
Tenha-se em casa salsicharia artesanal de porco preto: Toucinho, Chouriça de carne, Chouriça de sangue.
Acrescente-se as costelas e a mão de um borrego "à maneira" e mais umas mão-cheias de grão de bico previamente demolhado. Componha-se o tacho com umas batatas pequenas da terra, novas e de boa qualidade.
Nota: No caso de não haver cactos ( o mais natural...) substituam-nos por feijão verde ou, ainda melhor, por ervilhaca. Abóbora menina também é sempre bem vinda...
O Borrego e os enchidos devem ficar temperados de véspera com vinho branco, um tudo nada de massa de pimentão, louro e alho (não muito). Podem também dar uma "entaladela" ao grão de bico.
No dia da comezaina prepara-se um bom refogado com azeite do melhor, cebola fininha e alho. Quando estiver bem alourado introduz-se o grão de bico já entalado, os enchidos e as partes do borrego partidas aos bocados. Estufa-se por uns minutos e deitam-se seguidamente os cactos (ou o que houver) e as batatinhas novas.
Corrigimos de sal, acrescentamos com um golpe de vinho branco,coloca-se um ramo de hortelã bem fresca, reduz-se o lume e ...aguarda-se por umas duas horitas que o cozinhado vá apurando.
Comemos esta "maravilha da terra" , comidinha dos pobres de antanho, antecedendo-a com uns ovos mexidos em azeite e espargos silvestres e bebendo um Dão Quinta da Fata 2005 touriga nacional.
Para o pobre Dão não se sentir sózinho com semelhante companhia sulista, arranjou-se-lhe amparo sob a forma de um queijo de meia cura da Arrifana de Seia.
E depois só nos apeteceu deitar nalguma rede e passar a mão por alguma gata (salvo seja) que por ali aparecesse... ele há dias em que sabe bem estar vivo!
Aqui vai a receita em minha interpretação livre e boémia (que São Mendonça Pai me perdoe...):
É muito importante terem em casa um Tacho largo e de bom fundo espesso, para que a cozedura lenta (fundamental para apurar o cozido) seja feita sem perigo de "pegar"...
Apanhem-se (ou mandem-se apanhar nos campos) caules de cardos tenros, limpem-se bem das folhas e dos picos agressivos. Usem luvas, está claro! Lavem muito bem.
Tenha-se em casa salsicharia artesanal de porco preto: Toucinho, Chouriça de carne, Chouriça de sangue.
Acrescente-se as costelas e a mão de um borrego "à maneira" e mais umas mão-cheias de grão de bico previamente demolhado. Componha-se o tacho com umas batatas pequenas da terra, novas e de boa qualidade.
Nota: No caso de não haver cactos ( o mais natural...) substituam-nos por feijão verde ou, ainda melhor, por ervilhaca. Abóbora menina também é sempre bem vinda...
O Borrego e os enchidos devem ficar temperados de véspera com vinho branco, um tudo nada de massa de pimentão, louro e alho (não muito). Podem também dar uma "entaladela" ao grão de bico.
No dia da comezaina prepara-se um bom refogado com azeite do melhor, cebola fininha e alho. Quando estiver bem alourado introduz-se o grão de bico já entalado, os enchidos e as partes do borrego partidas aos bocados. Estufa-se por uns minutos e deitam-se seguidamente os cactos (ou o que houver) e as batatinhas novas.
Corrigimos de sal, acrescentamos com um golpe de vinho branco,coloca-se um ramo de hortelã bem fresca, reduz-se o lume e ...aguarda-se por umas duas horitas que o cozinhado vá apurando.
Comemos esta "maravilha da terra" , comidinha dos pobres de antanho, antecedendo-a com uns ovos mexidos em azeite e espargos silvestres e bebendo um Dão Quinta da Fata 2005 touriga nacional.
Para o pobre Dão não se sentir sózinho com semelhante companhia sulista, arranjou-se-lhe amparo sob a forma de um queijo de meia cura da Arrifana de Seia.
E depois só nos apeteceu deitar nalguma rede e passar a mão por alguma gata (salvo seja) que por ali aparecesse... ele há dias em que sabe bem estar vivo!
A ASAE Comentada
Os Amigos Silvério e Paulo Mendonça comentam:
Bom dia
Eu considero que a ASAE faz aquilo que deve: cumpre a lei, o que não significa que, por vezes, não se exceda e seja mais papista do que o Papa.
Para mim, o pecado original está na legislação que, como veio recentemente no Expresso, é, em geral, mal feita e consome-nos milhões.
Caro Amigo Raúl
Como trabalho no ramo queria só fazer um pequeno reparo, é que a ASAE apenas faz cumprir aquilo que a legislação obriga, em meu entender a culpa dos excessos em Portugal estão ligados aos senhores(as) que fazem a transposição das directivas europeias, que na maioria dos casos concedem aos países a possibilidade de adaptar as directivas às especificidades locais mas estes senhores(as) que desconhecem a realidade e as especificidades da nossa riqueza gastronómica cometem verdadeiros atentados, legislando tendo por base apenas os seus conhecimentos ao nível da nutrição, veterinária e higiene que nunca tiveram por base a realidade prática de quem todos os dias tem de confeccionar as iguarias que todos gostamos.
A realidade é que a restauração em Portugal (muito por "culpa" da ASAE) está neste momento no que concerne à higiene e segurança alimentar em 1º lugar na Europa, facto reconhecido pelas associações internacionais do sector, assim em meu entender o que deveria ser tornado público é quem são os iluminados que transformam directivas em lei sem atenderem às especificidades de um elemento riquissímo da nossa cultrura.Se a gasstronomia foi elevada a Património Nacional hà que a proteger e isto é responsabilidade de todos e em especial de quem tem a tutela sobre a mesma, assim como de todos aqueles que directa ou indirectamente dela se servem e são servidos.
Comentário aos Comentários: longe de mim desdenhar do controlo sanitário, higiénico e etc... que a ASAE faz ( e muito bem) em todos os estabelecimentos! O que quero dizer é que cada terra terá as suas "excepções" aos regulamentos , como diz o Paulo, e se não levarmos em conta algumas dessas especificidades estamos a enterrar usos e costumes ancestrais...Reparem apenas no que acontece aqui ao lado em termos de industria artesanal de salsicharia.
Bom dia
Eu considero que a ASAE faz aquilo que deve: cumpre a lei, o que não significa que, por vezes, não se exceda e seja mais papista do que o Papa.
Para mim, o pecado original está na legislação que, como veio recentemente no Expresso, é, em geral, mal feita e consome-nos milhões.
Caro Amigo Raúl
Como trabalho no ramo queria só fazer um pequeno reparo, é que a ASAE apenas faz cumprir aquilo que a legislação obriga, em meu entender a culpa dos excessos em Portugal estão ligados aos senhores(as) que fazem a transposição das directivas europeias, que na maioria dos casos concedem aos países a possibilidade de adaptar as directivas às especificidades locais mas estes senhores(as) que desconhecem a realidade e as especificidades da nossa riqueza gastronómica cometem verdadeiros atentados, legislando tendo por base apenas os seus conhecimentos ao nível da nutrição, veterinária e higiene que nunca tiveram por base a realidade prática de quem todos os dias tem de confeccionar as iguarias que todos gostamos.
A realidade é que a restauração em Portugal (muito por "culpa" da ASAE) está neste momento no que concerne à higiene e segurança alimentar em 1º lugar na Europa, facto reconhecido pelas associações internacionais do sector, assim em meu entender o que deveria ser tornado público é quem são os iluminados que transformam directivas em lei sem atenderem às especificidades de um elemento riquissímo da nossa cultrura.Se a gasstronomia foi elevada a Património Nacional hà que a proteger e isto é responsabilidade de todos e em especial de quem tem a tutela sobre a mesma, assim como de todos aqueles que directa ou indirectamente dela se servem e são servidos.
Comentário aos Comentários: longe de mim desdenhar do controlo sanitário, higiénico e etc... que a ASAE faz ( e muito bem) em todos os estabelecimentos! O que quero dizer é que cada terra terá as suas "excepções" aos regulamentos , como diz o Paulo, e se não levarmos em conta algumas dessas especificidades estamos a enterrar usos e costumes ancestrais...Reparem apenas no que acontece aqui ao lado em termos de industria artesanal de salsicharia.
segunda-feira, fevereiro 01, 2010
Bacalhau e a ASAE
A ASAE não proibe que se sirva nos restaurantes o bacalhau demolhado "em casa"...O que já não é permitido é congelar bacalhau previamente demolhado no próprio restaurante. Explico melhor:
Na Lista está um prato de bacalhau (ou mais ) marcados para certo dia da semana, por exemplo na Segunda feira ou na Sexta feira, dias emblemáticos para o bacalhau.
O dono do Restaurante pode preparar tudo à antiga para dar bom bacalhau aos Clientes nesse dia. Mas tem de vender naquele dia (ou no dia seguinte) o bacalhau todo que demolhou...
Por outro lado, se um Cliente chegar e pedir um prato de bacalhau em dia onde o bacalhau não esteja marcado em carta , forçoso será o proprietário recorrer ao bacalhau processado e congelado em fábrica, de alguma das muitas marcas que existem...
Na Lista está um prato de bacalhau (ou mais ) marcados para certo dia da semana, por exemplo na Segunda feira ou na Sexta feira, dias emblemáticos para o bacalhau.
O dono do Restaurante pode preparar tudo à antiga para dar bom bacalhau aos Clientes nesse dia. Mas tem de vender naquele dia (ou no dia seguinte) o bacalhau todo que demolhou...
Por outro lado, se um Cliente chegar e pedir um prato de bacalhau em dia onde o bacalhau não esteja marcado em carta , forçoso será o proprietário recorrer ao bacalhau processado e congelado em fábrica, de alguma das muitas marcas que existem...
Por esse motivo e para não terem chatices com as fiscalizações, muitos restauradores deixaram de fazer a sua própria demolha... Compram do fiel amigo processado em fábrica e já está a andar...
Que saudades do velhinho Restaurante Casais, mesmo ao pé do Jardim de S. Lázaro, às Belas Artes da Cidade do Porto, onde o bacalhau grossíssimo era conservado em centeio para assegurar uma seca ideal e depois demolhado dentro de uma rede, debaixo de uma torneira permanentemente a escorrer para umas tinas de mármore...
Bacalhau do nosso Encanto
Por acaso nos dias "circunvizinhos" ao fds passado o vosso Blogger ia tendo uma indigestão do fiel Amigo... Vamos por partes. Logo na quinta feira almoçei no conhecido a Tertúlia do Paço, onde o prato do dia era ...Bacalhau à Gomes de Sá. Acertaram. Foi o que comi e que bom que estava!
Depois , em Ílhavo, foi uma orgia bacalhoeira num simpático e muito recomendável Restaurante, por enquanto ainda não "recenseado" pelos sites do costume... Por isso e se lá forem não o estraguem se fizerem favor!
D. Coutinho
Rua da Malhada
3830-141 ILHAVO
Telefone - 234321832
Fica esta casa junto à Ria, do lado direito da Rua da Malhada, antes de chegarmos à Rotunda que faz a ligação com a fábrica da Vista Alegre. Se se perderem perguntem ou, melhor ainda, telefonem sff.
Casa acolhedora, boas mesas, bom material de amesendação. casa pequena também, por isso, e dado que os locais a frequentam, o melhor é sempre reservar.
Tem também uma Migas de Couve com broa, como acompanhamento, que são de cair para o lado, bem secas, sem o habitual gosto e teor de azeite que, na minha opinião, as tornam algo enjoativas.
Na Lista habitual tem ainda as Enguias da Murtosa, e tem Polvo e Peixe fresco de Aveiro, para grelhar ou cozer. Chocos pequenos grelhados ou fritos com alho, Lulas da Toneira e mais o que vier à rede, no dia-a-dia desta terra ligada ao Mar e à faina da pesca.
5 Mortais comeram que se desunharam nessa Sexta feira: Queijinhos de cabra, Enguias da Murtosa fritas em escabeche, e Mexilhões à espanhola como entradas. Depois Línguas de Bacalhau, Bacalhau assado à Lagareira e Chocos na mesma apresentação, Dão Cabriz Branco e Tinto de 2007 (excelente relação qualidade preço), 2 garrafitas de cada... cafés e sobremesas, tudo por....cerca de 100 euros!
Recomendabilíssimo!! E digo-vos um segredo: Como é Ílhavo terra das secas de bacalhau, se telefonarem três dias antes de algum repasto e pedirem um prato de bacalhau com "aquele especial" , o Sr Amarante vai à seca buscá-lo, demolha-o especialmente para V. e apresenta-o no dia aprazado , à vossa mesa e da maneira que o encomendaram. Bacalhau curado à antiga, demolhado na hora !! E não os Pascoais de triste memória que temos de aturar por esses restaurantes da Lísbia antiga, por mor das restrições Asaesticas...
Bom apetite e que se mantenha o D. Coutinho por aquelas bandas.
Depois , em Ílhavo, foi uma orgia bacalhoeira num simpático e muito recomendável Restaurante, por enquanto ainda não "recenseado" pelos sites do costume... Por isso e se lá forem não o estraguem se fizerem favor!
D. Coutinho
Rua da Malhada
3830-141 ILHAVO
Telefone - 234321832
Fica esta casa junto à Ria, do lado direito da Rua da Malhada, antes de chegarmos à Rotunda que faz a ligação com a fábrica da Vista Alegre. Se se perderem perguntem ou, melhor ainda, telefonem sff.
Casa acolhedora, boas mesas, bom material de amesendação. casa pequena também, por isso, e dado que os locais a frequentam, o melhor é sempre reservar.
Na lista tem um capítulo apenas dedicado ao Bacalhau: Línguas fritas ou panadas com arroz a escorrer, Cozido com todos, à Lagareiro. Assado no Forno. Com Broa e Presunto. E por aí fora...Serão umas 12 propostas mais ou menos... Fora o que fazem a pedido expresso, mas lá chegaremos..
Tem também uma Migas de Couve com broa, como acompanhamento, que são de cair para o lado, bem secas, sem o habitual gosto e teor de azeite que, na minha opinião, as tornam algo enjoativas.
Na Lista habitual tem ainda as Enguias da Murtosa, e tem Polvo e Peixe fresco de Aveiro, para grelhar ou cozer. Chocos pequenos grelhados ou fritos com alho, Lulas da Toneira e mais o que vier à rede, no dia-a-dia desta terra ligada ao Mar e à faina da pesca.
5 Mortais comeram que se desunharam nessa Sexta feira: Queijinhos de cabra, Enguias da Murtosa fritas em escabeche, e Mexilhões à espanhola como entradas. Depois Línguas de Bacalhau, Bacalhau assado à Lagareira e Chocos na mesma apresentação, Dão Cabriz Branco e Tinto de 2007 (excelente relação qualidade preço), 2 garrafitas de cada... cafés e sobremesas, tudo por....cerca de 100 euros!
Recomendabilíssimo!! E digo-vos um segredo: Como é Ílhavo terra das secas de bacalhau, se telefonarem três dias antes de algum repasto e pedirem um prato de bacalhau com "aquele especial" , o Sr Amarante vai à seca buscá-lo, demolha-o especialmente para V. e apresenta-o no dia aprazado , à vossa mesa e da maneira que o encomendaram. Bacalhau curado à antiga, demolhado na hora !! E não os Pascoais de triste memória que temos de aturar por esses restaurantes da Lísbia antiga, por mor das restrições Asaesticas...
Bom apetite e que se mantenha o D. Coutinho por aquelas bandas.
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