Pelo menos ontem até foi... E explico aos leitores. Vamos todavia por partes:
Esta casa de restauração de Campo de Ourique, substituta do antigo Tico-Tico, situa-se na confluência da Rua de Campo de Ourique e da Rua Ferreira Borges, no nº 193 desta última, quase quase a dar para as Amoreiras.
Tem duas salas, R\c e cave. esta última sempre a abarrotar e , estranhamente, ou não, o R\C limpinho de manducantes...É claro que a primeira deve ser para fumantes e a de baixo para os outros...Ou vice-versa...Tal era a multidão na Cave que não consegui perceber... e como ninguém fumava, em nenhuma delas...
Na cave as pessoas eram tantas que não dava para passar entre as mesas. Ninguém que tivesse entrado no início da hora de almoço podia depois levantar-se sem incomodar vários "parceiros de infortúnio" , tal como quem quisesse sentar-se via-se obrigado a fazer a mesma maldade à malta já atracada à "mangedoura".
Porquê isto? Se, como iniciei a conversa, a sala de cima estava quase vazia? Idiosincrisias patronais? Crença natural dos clientes, a roçar aqui a masoquismo? Terror do fumo nas ventas? Mistérios...Mas adiante.
O que se come nesta casa? Destaque para as cataplanas, como o nome indica, mas também para o Peixe Fresco. E tinham de facto uma mostra de peixe interessante, à vista dos clientes.
Na carta ( cito de memória) -Peixe: Cataplana de tamboril; Cataplana de peixes; Cataplana de bacalhau; Cataplana de frutos do mar. Peixe Cozido ou Grelhado ao momento (Pargo, Pescada, Garoupa). Polvo à Lagareiro.
Carne: Bife especial; Cataplana de coelho à antiga; Cataplana de perdiz.
Na carta apresentava-se - como "Prato do dia" - umas " Cabeças de Pargo cozidas com todos". Quando as pedimos, vieram dizer-nos que só tinham uma, grande, mas que substituiam por "Cabeça de Pescada"... Nada a dizer se fosse Cabeça de Pescada que estivesse escrita no Menu, mas assim começei logo a desconfiar.
Os meus convidados comeram "Polvo à Lagareiro", que estava bem confeccionado embora parecesse curta a dose. A Cabeça de Pescada, por seu lado, estava de tal modo arrepiada de sal que pedia meças a um mal lavado atum de salmoura. Vinha acompanhada de três batatas sofríveis, bom feijão verde e maus grelos de couve. Trazia também ovo cozido.
Uma garrafita de Dão Casa de Santar, duas laranjas descascadas e um abacaxi (muito frigorificado). Três cafés.
Tudo isto por cerca de 60 euros. Caro não será, mas com o barulho tremendo (ninguém se ouvia à mesa) , com a confusão ambiental, a lembrar , salvo seja, um aviário industrial na hora de servir a ração, e com o salgadiço da senhora pescada, a vontade de regressar foi tanta como a de ir a um dentista na tropa...
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