Para o canto de poesia de Sexta Feira uma contribuição de Manuel Luar:
Depois da Solidão
Meço no quarto passo a passo
A solidão que me resta
A angústia depois da festa
Quando o corpo dela não está
Meço os minutos traço a traço
No velho relógio da sala
Percorrendo aquele espaço
Na solidão que me resta
Dos momentos de ternura
Nem a voz, nem a memória
De ontem, do passado
A solidão que me resta
A angústia depois da festa
Quando o corpo dela não está
Meço os minutos traço a traço
No velho relógio da sala
Percorrendo aquele espaço
Na solidão que me resta
Dos momentos de ternura
Nem a voz, nem a memória
De ontem, do passado
Substituem o cheiro a mar
Daquele corpo suado
Passa este sombrio tormento
Quando ela, solta, despenteada
Daquele corpo suado
Passa este sombrio tormento
Quando ela, solta, despenteada
Pela porta que se abre ao vento
Entra correndo, apressada
E logo, na cama fria
Deita-se ainda vestida
E recorda-me, nesse dia
Uma história nunca lida
Onde reinava a fantasia
Deseja-me, de paixões perdida
E inclino a boca para a sua
Despindo-a , deixando-a nua
Antecipando a doce orgia
Que dos dois resultaria
Mãos no centro, suor nas palmas
Fundindo-se as duas almas
Enquando os corpos se tocavam
Entregando-se num arfar de dor
Que já não era senão Amor
Manuel Luar
E logo, na cama fria
Deita-se ainda vestida
E recorda-me, nesse dia
Uma história nunca lida
Onde reinava a fantasia
Deseja-me, de paixões perdida
E inclino a boca para a sua
Despindo-a , deixando-a nua
Antecipando a doce orgia
Que dos dois resultaria
Mãos no centro, suor nas palmas
Fundindo-se as duas almas
Enquando os corpos se tocavam
Entregando-se num arfar de dor
Que já não era senão Amor
Manuel Luar
Manuel Luar nasceu em Lisboa em 1955.
Este Grande Poeta (130Kg) algo desconhecido do grande público (embora nem tanto dos donos de alguns bons restaurantes) felizmente continua entre nós ( chega pr'a lá essa boca, pôrra!!) e tem protegido de forma intransigente a sua privacidade, não se lhe conhecendo fotografia publicada.
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