A Crise aperta e vai-se notando que as Organizações Internacionais - no caso presente falo da União Postal Universal - vão retraindo os seus auxílios e os seus programas de desenvolvimento e formação...
Para este período de 2009 a 2012 a Associação Mundial para o Desenvolvimento da Filatelia tinha programado fazer acções de formação em África, América Central e do Sul, nos Países Eslavos e na Ásia.
Com o síndroma desta Crise financeira a bater de perto, todos já compreendemos que este programa vai ter de "encolher"...
Como o sabemos? Primeiro porque de Berna já veio a sugestão de que fossem os Operadores Postais onde trabalham os peritos a assumir parte (senão todos) os custos das deslocações e estadias destes...
Depois, porque mesmo em relação aos formandos - de cujas despesas a UPU comparticipava - também já há rumores de que terão de viajar e de se albergar à sua custa...
É uma situação que não augura nada de bom para a Filatelia Mundial. Em cima das decisões unilaterais de muitos Operadores Postais no sentido de deixarem de apoiar a 100% os Programas Exposicionais dos seus Países, levanta-se agora esta sombra de que a própria WADP terá de olhar para o seu próprio umbigo e decidir se vai gerir um conjunto de acções mais limitado no espaço e na abrangência, ou mais geral e sujeito ao fracasso por não adesão de participantes.
De facto, hoje em dia nem os Operadores Postais da Europa e dos USA e Japão se consideram "obrigados" a pagar pelas deslocações intercontinentais dos seus especialistas , a não ser que as mesmas tenham a ver com o negócio, nem - por outro lado - será possível considerar "pobres" países receptores de formação, como Angola ou a Nigéria, ou os Países do Golfo, onde o Operador Postal se confunde com o próprio Estado...
A solução? Não a conheço. Para já vamos navegando "à vista da costa" e trabalhando de acordo com o que nos for permitido fazer , mês a mês, dia a dia.
De uma coisa estou certo: Quando começar a faltar o dinheiro para a mercearia ou para a farmácia não será nos Selos Postais que se vai procurar um valor de "refúgio"...
E quando a Receita filatélica se começar a retrair qual será o "apetite" dos poderes instituídos para continuar a apoiar "pro bono" todas estas acções?
Até lá vamos vivendo , com um "olho no burro do negócio e outro na cadela da crise", esperando que nem o primeiro nos pregue um par de coices, nem a segunda nos morda nos calcanhares...
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