domingo, setembro 25, 2005

Política não é Futebol!

Nem o facto de existirem quatro candidatos presidenciais à esquerda (e nenhum por enquanto à direita) permite dizer que "esquerda ganha por 4-0" nem, por outro lado, se pode também afirmar que quanto mais candidatos houver à esquerda mais difícil será o percurso do Prof. Cavaco Silva para a sua "vitória anunciada".

Imaginem que o universo de eleitores consiste em 8 milhões de portugueses, e destes os "eleitorados naturais" (que são constituídos pelos que votaram, no passado, pelo menos 2 vezes consecutivas no seu partido ou no candidato que o partido lhes indicou) não representam mais do que 20-30%.

Nos restantes 70% encontramos os eleitores que votam por "simpatia conjuntural", isto é forçados pelo perfil do candidato ou pela imagem que os media dele reflectem, e os abstencionistas.

Admitimos agora que a abstenção em Portugal, nas presidenciais, poderá situar-se ao redor dos 25% (por norma esta abstenção diminui em eleições muito personalizadas como as que se adivinham).

Desta forma, os "indecisos", os tais que votam movidos por simpatias conjunturais, seriam cerca de 45%!

São estes, de facto, quem faz ganhar ou perder eleições em Portugal: o eleitorado flutuante.

O que é que nos garante agora que este tipo de eleitorado divide, na primeira volta, o voto na razão directa do número de candidatos?

Resposta: no actual enquadramento de previsão eleitoral nada nos garante isso! A única forma da candidatura de Manuel Alegre (pois é disso que se trata) conseguir melhorar a "fotografia" dos resultados eleitorais, numa primeira volta, será a sua capacidade para convencer parte dos abstencionistas a votarem nele, mas sem fazer perder quota a Mário Soares!

Não estou seguro que isto possa acontecer!

Peço desculpa por ser tão peremptório, de momento, mas prometo continuar esta análise à medida que os resultados das sondagens forem aparecendo.

Nenhum comentário: