Nem o facto de existirem quatro candidatos presidenciais à esquerda (e nenhum por enquanto à direita) permite dizer que "esquerda ganha por 4-0" nem, por outro lado, se pode também afirmar que quanto mais candidatos houver à esquerda mais difícil será o percurso do Prof. Cavaco Silva para a sua "vitória anunciada".
Imaginem que o universo de eleitores consiste em 8 milhões de portugueses, e destes os "eleitorados naturais" (que são constituídos pelos que votaram, no passado, pelo menos 2 vezes consecutivas no seu partido ou no candidato que o partido lhes indicou) não representam mais do que 20-30%.
Nos restantes 70% encontramos os eleitores que votam por "simpatia conjuntural", isto é forçados pelo perfil do candidato ou pela imagem que os media dele reflectem, e os abstencionistas.
Admitimos agora que a abstenção em Portugal, nas presidenciais, poderá situar-se ao redor dos 25% (por norma esta abstenção diminui em eleições muito personalizadas como as que se adivinham).
Desta forma, os "indecisos", os tais que votam movidos por simpatias conjunturais, seriam cerca de 45%!
São estes, de facto, quem faz ganhar ou perder eleições em Portugal: o eleitorado flutuante.
O que é que nos garante agora que este tipo de eleitorado divide, na primeira volta, o voto na razão directa do número de candidatos?
Resposta: no actual enquadramento de previsão eleitoral nada nos garante isso! A única forma da candidatura de Manuel Alegre (pois é disso que se trata) conseguir melhorar a "fotografia" dos resultados eleitorais, numa primeira volta, será a sua capacidade para convencer parte dos abstencionistas a votarem nele, mas sem fazer perder quota a Mário Soares!
Não estou seguro que isto possa acontecer!
Peço desculpa por ser tão peremptório, de momento, mas prometo continuar esta análise à medida que os resultados das sondagens forem aparecendo.
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