O Engº Albano Rosa manda-nos algumas observações sobre contenção de custos em cabo Ruivo:
O GARRAFÃO DOS LITROS DE OURO
Sendo utilizados por mais de mil pessoas, existem em Cabo Ruivo 11 bebedouros frigoríficos.
Tendo-se entretanto avariado um desses bebedouros propôs-se a compra de um novo, uma vez que o custo de reparação do antigo era muito elevado e a respectiva data de amortização há muito foi atingida.
Chegou entretanto uma indicação tendo em vista explorar-se a possibilidade de se instalar o sistema alternativo do garrafão em vez desse bebedouro.
Feitas as contas, concluíu-se que o custo médio de utilização do sistema do garrafão neste edifício é cerca de 30 vezes - repito, 30 vezes - mais elevado do que o custo equivalente do sistema do bebedouro; refiro-me a custos que englobam as parcelas todas - amortizações, alugueres, consumíveis, manutenção, água, copos, etc.
Para compreendermos isto, bastará que retenhamos as seguintes informações: o litro de água da companhia custa 0,00122 € e o litro de água dos garrafões custa 0,20611 €; por sua vez, um copo custa 0,0144 € e a capacidade utilizada por copo não ultrapassa os 0,2 litros; finalmente, admitamos que se bebem diariamente cerca de 50 litros de água em cada bebedouro de Cabo Ruivo.
Se é verdade que a quantidade média de energia que é consumida em Portugal por unidade do PIB é o dobro (!) do mesmo valor na Alemanha, então todos nós teremos que fazer qualquer coisa, caso contrário o país estará fatalmente condenado a definhar.
Cada um de nós, quer na sua vida pessoal, quer nas empresas, deve fazer o esforço individual de escolher - e aconselhar - sempre as opções que conduzam a menores custos; se na empresa onde trabalhamos escolhermos soluções que são 30 vezes mais caras do que outras, certamente estaremos a desperdiçar energia, à imagem do que também faremos, por exemplo, quando circularmos com o nosso automóvel nas auto-estradas acima dos 120 km/hora.
Dar-vos-ei conta mais tarde da decisão final que for tomada sobre o bebedouro.
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Um comentário:
O texto do Albano Rosa leva-me a colocar uma questão fundamental para a vida humana: a Água é um bem público ou é um bem económico? Para além das diferenças de preços da situação referida no artigo é importante notar que está implícita a dicotomia da água como direito humano ou como mercadoria. A nível internacional os diversos eventos sobre a temática da água reflectem o choque entre as duas visões opostas. Nos períodos eleitorais que se avizinham seria interessante saber a opinião dos vários intervenientes.
Saudações. P. Palhares
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