Nesta sociedade cada vez mais tecnológica e onde os próprios CTT decidiram – e muito bem – enveredar pela digitalização dos circuitos de mensagens, com o lançamento esperado da Caixa Electrónica Postal Universal, haverá ainda lugar para os velhos selos de correio?
Como compreenderão esta é uma questão que interessa sobremaneira a este vosso escriba, sob pena de ter de ir procurar trabalho para outro lado...
O selo postal, na sua antiga função, já com 150 anos, de servir de recibo comprovativo do pagamento do transporte das cartas pelo remetente, é cada vez menos utilizado. Estima-se que apenas 20% das emissões tenham esse destino “proletário” reservando-se os outros 80% para as tarefas mais aristocráticas do coleccionismo.
Hoje em dia existem até fundos de investimento com base em colecções filatélicas, o que se vem tornando numa nova utilidade deste objecto.
Mesmo assim, a Filatelia terá os dias contados na altura em que os clientes do correio deixarem de colar selos nas cartas, pois só a circulação das mensagens na rede postal permite legalmente que o selo seja emitido.
Há, todavia, alguns indícios retirados de outras actividades e que me deixam um pouco mais animado. Tomo a liberdade de os compartilhar convosco:
a) Não obstante o nº de PC’s com processadores de texto não parar de crescer na Europa, Ásia e Américas, a antiga empresa Montblanc, vem batendo todos os anos os seus próprios recordes de venda de... canetas de tinta permanente.
b) A Firma Porsche (o terceiro mais pequeno dos construtores especializados, depois da Ferrari e Lamborghini) anunciou ter decidido fazer uma oferta de aquisição a 20% da... Volkswagen (2º ou 3ª construtor mundial do ramo automóvel) tornando-se assim o maior accionista daquele gigante.
c) A antiga companhia Vacheron Constantin, manufactura de relógios topo de gama há mais de 200 anos, anunciou ter decidido limitar propositadamente a sua produção anual: os artesãos especializados que trabalham nos seus ateliers já não conseguiam satisfazer as encomendas...
À laia de conclusão, sempre direi que nunca deixarão de existir – mercê de Deus – homens e mulheres que preferirão frequentar o atelier de Alain Senderens (restaurante Lucas Carton, Place de la Madeleine, em minha opinião um dos melhores restaurantes do mundo...) do que o MacDonald’s da mesma rua. Mesmo que só o possam fazer 2 ou 3 vezes por ano.
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