segunda-feira, março 07, 2016

Os CTT em Portugal , a propósito dos 500 anos



Na Sexta feira passada estive a tratar dos 500 anos das celebrações da fundação do cargo de Correio-Mor em Portugal.
Será em 2020 que se celebra esta efeméride e estamos a preparar um conjunto de iniciativas, comerciais e institucionais,  que  já a partir de 2016 e durante 5 anos recordem aos portugueses os 5 séculos em  que esta actividade de correios caminha formalmente a seu lado.

Deixo aqui um pequeno resumo do que foram esses 500 anos de vida oficial.

Foi a 6 de Novembro de 1520 que o Rei D. Manuel I – de cognome “O Venturoso” - criou em Évora o ofício de Correio-Mor do reino. O 1º Correio-Mor foi Luis Homem, cavaleiro da Casa Real.   Depois dessa data foram marcos fundamentais:
- Desde 1520 e até 1606, a época dos Correio-Mor de nomeação real.
- Em 1606 deu-se a compra do cargo (pela avultada soma de 70,000 cruzados) pela Família Gomes da Mata, aproveitando a necessidade de dinheiro sentida por Filipe II naquele tempo. Foi a primeira “privatização do serviço postal”.
- Em 1797 D. Maria I procede à reincorporação dos serviços outra vez na Coroa.
- Em 1852, durante o reinado de D. Maria II, deu-se a Reforma Postal Portuguesa, segundo o “modelo inglês” de Sir Rowland Hill.
- A 1 de Julho de 1853 começa a circular o 1º selo português.

Desde essa altura e até 2013, a entidade empresarial que se dedica ao correio  em Portugal sempre se manteve debaixo do controlo efetivo do governo do país.

A Empresa Pública Correios e Telecomunicações de Portugal inicia a sua atividade em 1 de Janeiro de 1970. Nesta altura engloba as áreas de correios, telefónica e telegráfica, exercida pelas empresas Telecomunicações de Portugal (depois PT), Telefones de Lisboa e Porto e Marconi. É a 3ª empresa do País em volume de vendas e a maior empregadora nacional, com mais de 45 000 empregados.

Os CTT autonomizam-se enquanto Operadores Postais designados, separando-se da atividade de Telecomunicações e assumem, em 1992, a forma de Sociedade Anónima de capitais exclusivamente públicos. E foi essa, até Dezembro de 2013, a sua formatação.


A 10 de Outubro de 2013 foi aprovado o modelo de privatização dos CTT, constando duma oferta em bolsa que se concretizou pela venda da maioria do capital e cotação na Euronext Lisbon em inícios de Dezembro de 2013. A conclusão da privatização deu-se em 5 de Setembro de 2014, com a alienação dos últimos 31,5% que a Parpública ainda detinha no capital da empresa. Os CTT passaram a ser uma empresa 100% privada a partir desse dia, e o encaixe total para o Estado foi de 909,2 milhões de euros, o que traduziu um sucesso absoluto da operação. Foi historicamente a 2ª vez que se privatizou o Serviço Postal em Portugal.

Nota: Na imagem o famoso " Português" de D. Manuel I.  Foi a moeda portuguesa de maior circulação mundial, reflectindo o poderio do País no apogeu da sua glória. 

Cunhada em ouro quase puro, foi uma das moedas que Vasco da Gama levou nas naus para a Índia. 

A moeda foi batida em Lisboa, Porto, Goa, Malaca e Coxim e foi cunhada por mais de quatro décadas.

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