Na Sexta feira passada estive a tratar dos 500 anos das celebrações da fundação do cargo de Correio-Mor em Portugal.
Será em 2020 que se celebra esta efeméride e estamos a preparar um conjunto de iniciativas, comerciais e institucionais, que já a partir de 2016 e durante 5 anos recordem aos portugueses os 5 séculos em que esta actividade de correios caminha formalmente a seu lado.
Deixo aqui um pequeno resumo do que foram esses 500 anos de vida oficial.
Foi a 6 de Novembro de
1520 que o Rei D. Manuel I – de cognome “O Venturoso” - criou em Évora o ofício
de Correio-Mor do reino. O 1º Correio-Mor foi Luis Homem, cavaleiro da Casa
Real. Depois dessa data foram marcos fundamentais:
- Desde 1520 e até 1606, a época dos Correio-Mor de
nomeação real.
- Em 1606 deu-se a compra do cargo (pela avultada
soma de 70,000 cruzados) pela Família Gomes da Mata, aproveitando a necessidade
de dinheiro sentida por Filipe II naquele tempo. Foi a primeira “privatização
do serviço postal”.
- Em 1797 D. Maria I procede à reincorporação dos
serviços outra vez na Coroa.
- Em 1852, durante o reinado de D. Maria II, deu-se a
Reforma Postal Portuguesa, segundo o “modelo inglês” de Sir Rowland Hill.
- A 1 de Julho de 1853 começa a circular o 1º selo
português.
Desde essa altura e até 2013, a entidade empresarial
que se dedica ao correio em Portugal sempre se manteve debaixo do
controlo efetivo do governo do país.
A Empresa Pública Correios e Telecomunicações de
Portugal inicia a sua atividade em 1 de Janeiro de 1970. Nesta altura engloba
as áreas de correios, telefónica e telegráfica, exercida pelas empresas
Telecomunicações de Portugal (depois PT), Telefones de Lisboa e Porto e
Marconi. É a 3ª empresa do País em volume de vendas e a maior empregadora
nacional, com mais de 45 000 empregados.
Os CTT autonomizam-se enquanto Operadores Postais
designados, separando-se da atividade de Telecomunicações e assumem, em 1992, a
forma de Sociedade Anónima de capitais exclusivamente públicos. E foi essa, até
Dezembro de 2013, a sua formatação.
A 10 de Outubro de 2013 foi aprovado o modelo de privatização
dos CTT, constando duma oferta em bolsa que se concretizou pela venda da
maioria do capital e cotação na Euronext Lisbon em inícios de Dezembro de 2013.
A conclusão da privatização deu-se em 5 de Setembro de 2014, com a alienação
dos últimos 31,5% que a Parpública ainda detinha no capital da empresa. Os CTT
passaram a ser uma empresa 100% privada a partir desse dia, e o encaixe total
para o Estado foi de 909,2 milhões de euros, o que traduziu um sucesso absoluto
da operação. Foi historicamente a 2ª vez que se privatizou o Serviço Postal em
Portugal.
Nota: Na imagem o famoso " Português" de D. Manuel I. Foi a moeda portuguesa de maior circulação mundial, reflectindo o poderio do País no apogeu da sua glória.
Cunhada em ouro quase puro, foi uma das moedas que Vasco da Gama levou nas naus para a Índia.
A moeda foi batida em Lisboa, Porto, Goa, Malaca e Coxim e foi cunhada por mais de quatro décadas.
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