Um dia destes dei por mim a ver namorar… Mesmo ali à beira Tejo, em frente da Praça da Ribeira, um casal de namorados beijava-se com as mãos dadas em pleno jardim da Praça D. Luis I.
Terreno esse que já foi de coisas muito mais bizarras do que namorados a beijarem-se para pacóvio ver…
Terreno esse que já foi de coisas muito mais bizarras do que namorados a beijarem-se para pacóvio ver…
Entre os sem-abrigo e os agarrados de toda a espécie que por lá abancavam e assaltavam transeuntes, e agora estes casais de namorados que aproveitam toda uma recuperação do espaço urbano fronteiro ao antigo edifício da Central Telegráfica para usufruir uns dos outros, vai uma grande – enorme mesmo - melhoria.
Venha de lá então poema que celebre de uma forma bem disposta estes amores de Lisboa:
Os Namorados Lisboetas
Entre o olival e a vinha
o Tejo líquido jumento
sua solar viola afina
a todo o azul do seu comprimento
tendo por lânguida bainha
barcaças de bacia larga
que possessas de ócio animam
o sol a possuí-las de ilharga.
Sua lata de branca tinta
vai derramando um vapor
precisando a tela marinha
debuxada com os lápis de cor
da liberdade de sermos dois
a máquina de fazer púrpura
que em todas as coisas fermenta
seu tácito sumo de uva.
Natália Correia, in "O Vinho e a Lira
Venha de lá então poema que celebre de uma forma bem disposta estes amores de Lisboa:
Os Namorados Lisboetas
Entre o olival e a vinha
o Tejo líquido jumento
sua solar viola afina
a todo o azul do seu comprimento
tendo por lânguida bainha
barcaças de bacia larga
que possessas de ócio animam
o sol a possuí-las de ilharga.
Sua lata de branca tinta
vai derramando um vapor
precisando a tela marinha
debuxada com os lápis de cor
da liberdade de sermos dois
a máquina de fazer púrpura
que em todas as coisas fermenta
seu tácito sumo de uva.
Natália Correia, in "O Vinho e a Lira
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