Estivemos presentes no castelo de S. Jorge para o lançamento da Emissão Comemorativa do Prémio Aga Khan de Arquitectura. Por causa disso não vi o jogo da seleção. Mas o espectáculo proporcionado pelo jogo de cores e de som, na noite de Lisboa e dentro das muralhas, foi memorável.
Os CTT emitiram o 1º bloco filatélico no mundo impresso com talhe doce (intaglio) sobre tecido de seda. Aqui fica a descrição do processo de fabrico para todos os interessados:
“A ideia desta Emissão começou com a notícia transmitida pela Aga Khan Development Network aos CTT de que a cerimónia de 2013 da atribuição do Prémio Aga Khan de Arquitetura seria realizada em Portugal, no Castelo de S. Jorge, em Lisboa.
Os CTT emitiram o 1º bloco filatélico no mundo impresso com talhe doce (intaglio) sobre tecido de seda. Aqui fica a descrição do processo de fabrico para todos os interessados:
“A ideia desta Emissão começou com a notícia transmitida pela Aga Khan Development Network aos CTT de que a cerimónia de 2013 da atribuição do Prémio Aga Khan de Arquitetura seria realizada em Portugal, no Castelo de S. Jorge, em Lisboa.
E como faz parte da tradição deste Prémio de Arquitetura (um dos mais conceituados do mundo) existir uma série de selos do país anfitrião que comemore o Evento, a AKDN solicitou aos CTT se seria possível emitirem esta série de selos evocativa do prémio.
Tomada a decisão pela tutela dos CTT, estes de imediato começaram a estudar a formatação da Emissão de Selos. Decidiu-se – em acordo com a AKDN – que a mesma deveria conter dois selos e um bloco especial filatélico. Um dos selos representa um azulejo árabe de Lisboa e o outro teria um detalhe de uma colcha de Castelo Branco do século XVIII, existente no MNAA e que possui caraterísticas também árabes.
Para o Bloco Filatélico foi escolhida uma representação do Castelo de S. Jorge e do casario de Lisboa que o envolve a descer para o Tejo, perfil único no mundo.
Foi confiado ao atelier português Folk Design a tarefa de produzir as artes finais dos selos e deste bloco filatélico. Trata-se de um atelier que colabora com os CTT há já vários anos, conhecido pela minúcia e o detalhe com que prepara as suas artes finais, tendo já obtido prémios de design internacionais com as suas criações para os CTT.
Para dar ainda mais importância ao acontecimento e testar as capacidades de organização dos Correios de Portugal, foi tomada a decisão de executar o Bloco Filatélico em causa com uma técnica nunca antes utilizada no mundo: uma impressão a Talhe Doce feita em cima de Tecido de Seda.
Esta inovação na utilização de duas técnicas já conhecidas individualmente mas nunca antes justapostas, obrigou a que uma operação de logística importante fosse montada por toda a Europa, envolvendo, em Portugal, os designers do Atelier português Folk Design e os peritos da Filatelia dos CTT.
E ainda: um fornecedor de seda italiano, uma empresa impressora de segurança francesa (certificada pela INTERGRAF), um gravador eslovaco e outra impressora de segurança checa para a impressão a talhe doce.
A escolha destas diversas opções de fornecedores para este projeto tão especial tem razão de ser. Em primeiro lugar a Cartor Security Printing é a única empresa do mundo que domina a técnica de integração de tecido de seda em papel de selos. Depois, a Itália, que já anteriormente ao século XV mantinha relações com a China através de Veneza, tendo assim criado uma relevante industria têxtil baseada na seda. Por fim, é na Eslováquia e na República Checa, que se encontra uma das mais importantes escolas da Europa de gravação manual em aço e de impressão em talhe doce, derivadas de uma tradição de muitos anos.
O processo complexo é descrito em mais detalhe seguidamente:
As artes finais do desenho do bloco filatélico foram aperfeiçoadas em Portugal tendo em atenção que a impressão seria feita a dois tempos. Primeiro a impressão do fundo do bloco, em offset e a quatro cores. Posteriormente a gravação em talhe doce do contorno do castelo de S. Jorge.
A seda crua foi comprada a um fornecedor de tecidos italiano de alto nível. É apresentada em cortes de 80 metros de comprimento que são depois cosidos a topo de forma a serem enrolados em cilindros de 200 metros.
Estes cilindros são posteriormente enviados para o Norte de França, para a Cartor Security Printing, local onde a seda será laminada e integrada no papel adesivo que permitirá a colagem dos selos. Trata-se de um processo industrial que levou vários anos a aperfeiçoar entre o fornecedor de seda e o impressor de segurança Cartor, e onde se utilizaram também técnicas derivadas da Alta-costura para atingir os objetivos desejados.
A seda laminada e já integrada no papel auto-colante é então cortada em folhas, estas são escolhidas e apenas as de melhor qualidade são reservadas para nelas se proceder à impressão da panorâmica do fundo do desenho, em offset, e em quatro cores.
Enquanto todo este processo se desenvolvia em França, foi escolhido um mestre gravador na Eslováquia para realizar o trabalho da gravura manual da placa de aço destinada ao entalhe.
As folhas de selos já impressas a offset foram então enviadas para Praga, para a Impressora Oficial dos Correios da República Checa, onde a placa de aço gravada manualmente é usada para realizar a impressão a Talhe Doce (“recess printing”, o método mais nobre da arte da impressão) do contorno das muralhas do Castelo de S. Jorge, tendo como resultado final proporcionar um toque de relevo ao desenho executado.
As folhas com os blocos gravados foram reexpedidas para França, onde a Cartor Security Printing executou as operações finais: a perfuração nos locais exatos com a ferramenta de picotar, o que permitirá destacar o selo do fundo do bloco filatélico, a escolha em controlo de qualidade, a embalagem e o envio para os CTT Correios de Portugal.
A Gravura de Aço executada pelo mestre gravador e que é a interpretação do desenho original feito em Portugal, foi oferecida aos CTT Correios de Portugal.”
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