segunda-feira, setembro 16, 2013

Momento de angústia racional


Começa a 8ª e 9ª avaliação da Troika.

 É também a altura em que o Governo se prepara para fazer aprovar as propostas de lei que vão consignar ainda mais cortes na despesa pública através de diminuições nos valores das reformas e despedimentos (encapotados ou não) na função pública.

Para alguns pensionistas estes novos cortes em cima dos anteriores e associados ao aumento das taxas do IRS, diminuem o valor que entra no banco ao final do mês em mais de 50%. Nalguns casos em mais de 60%.

“- Esses ganhavam de mais!” , dirão alguns! “- Por isso é que o país está assim!”.

Admita-se que estamos a falar de pessoas com reformas perto dos 2500€, e não das que recebem 20 000€.  Admita-se também que – mesmo não discutindo quanto é que esses “milionários” descontaram ao longo da vida para estarem a receber assim – a troca das regras do jogo a meio do mesmo não é justiça…

Pensemos que o reformado “rico”  tinha tido a opção, 40 anos atrás, de em vez de descontar para a CGA poder ter começado a descontar para um Fundo de Pensões de algum Banco privado. Hoje estaria a receber quanto?

No meio disto tudo talvez fosse possível minorar os efeitos de tão aguda repressão fiscal. Ora leiam sff: Se a Segurança Social está a morrer pelo desfasamento entre aquilo que entra e aquilo que sai, e se todos temos de ajudar - os com mais dinheiro ajudando mais, está claro -  porque motivo o Governo não legisla abatendo às despesas obrigatórias com os outros compromissos uma proporção exacta à que vai retirar do orçamento disponível dos cidadãos?

Alguém comprou uma casa de 400 000 euros contando com um vencimento\pensão de 3000€. Está a pagar uma prestação de 1500€ por mês ao banco. Como vai viver se o que passar a receber mensalmente  em vez de 3000€ for 1800€?  Baixem estas prestações das casas e outros empréstimos, baixem as da electricidade e das águas, baixem em proporção todas as despesas das famílias que forem obrigatórias e essenciais (não falo de TV cabo nem de TM!)  e ganham todos.  Bem, todos  não… Mas os que ficam a perder são capazes de aguentar o “prejuízo” melhor do que os cidadãos. Ou estarei a pensar mal?


 

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