terça-feira, setembro 24, 2013

Campanha para todos os gostos


Há ventos estranhos no ar destas eleições.

Já nem sequer falo daquele  Senhor do PTP de Gaia, que quer  criar uma escola de “Ninjas” (!!??)  para proteger os cidadãos e cuidar de melhorar a segurança nas cidades, nem sequer da promessa de parque automóvel gratuito universal para todos os lisboetas, ou das distribuições de dinheiro em missas (Viseu…) , ou ainda dos passeios de autocarro com a 3ª idade de Gondomar, com direito a lanche e dinheiro para trocos…

Refiro-me sobretudo às faltas de vergonha mais descaradas como  senhores autarcas que vão fazer campanha para outras freguesias com o dinheiro, as viaturas e os meios  da freguesia onde até então exerciam mas onde já não podem concorrer, ou ainda os avultados subsídios concedidos neste mês de Setembro pelos poderes camarários em busca de reeleição às Festas das Cidades, dos santinhos , dos estudantes, aos arraiais minhotos ou beirões, no fim de contas a  quem quer que por lá se apresente a pedir , garantindo alguns votos.

Um dos últimos “grandes” autarcas (por ser assim como eu, de volume respeitável) e há muitos anos no Poder, achava sinceramente que “só devia prestar contas a si próprio e à sua consciência”.  E que se havia algumas despesas a mais do que o previsto nos orçamentos camarários, sobretudo de carácter “representativo”,   era apenas   porque a “dignidade do cargo o exigia”…

E o pior deste filme nem sequer são as afirmações, mas sim o facto de que quem as emitiu estar (ainda hoje) piamente convencido da sua justiça e idoneidade.

Dizem que na Índia,  os marajás que depois do Raj ficaram sem dinheiro para manter a sua vida de enorme opulência , deixaram de ter vida pública. Nem sequer saíam do palácio  para não mostrarem aos antigos súbditos as condições  em que viviam depois da declaração da República (e que eram bem boas, à custa de subsídios do Governo).

Mal comparado faz-me lembrar a história contada por Alexandre Dumas, segundo a qual um certo nobre francês caído na falência costumava vestir-se de criado ( ele e o filho) e ambos conduziam a carruagem que ostentava o escudo da sua casa, para que as pessoas ainda pensassem que tinha dinheiro para ter cocheiro e palafreneiro de libré…

Pobres autarcas? Não amigos !  Pobres de nós!!
 

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