À venda já na Segunda Feira. E com desconto na Feira do Livro, Não percam!!
Fonte - I Ela é a fonte. Eu posso saber que é a grande fonte em que todos pensaram. Quando no campo se procurava o trevo, ou em silêncio se esperava a noite, ou se ouvia algures na paz da terra o urdir do tempo --- cada um pensava na fonte. Era um manar secreto e pacífico. Uma coisa milagrosa que acontecia ocultamente. Ninguém falava dela, porque era imensa. Mas todos a sabiam como a teta. Como o odre. Algo sorria dentro de nós. Minhas irmãs faziam-se mulheres suavemente. Meu pai lia. Sorria dentro de mim uma aceitação do trevo, uma descoberta muito casta. Era a fonte. Eu amava-a dolorosa e tranquilamente. A lua formava-se com uma ponta subtil de ferocidade, e a maçã tomava um princípio de esplendor. Hoje o sexo desenhou-se. O pensamento perdeu-se e renasceu. Hoje sei permanentemente que ela é a fonte. Herberto Helder
Nenhum comentário:
Postar um comentário