segunda-feira, maio 13, 2013

O PIB e o Benfica

Depois daquele jogo insuportável para os benfiquistas, O Sr. Pinto da Costa deu uma entrevista  à Porto TV - posteriormente passada pelos outros canais - onde se refere bastas vezes ao "Mexia" e ao "PIB do País".

Nota 1: Atenção! Eu não disse que fomos roubados, ou que o Porto não mereceu ganhar! O que eu disse é que o jogo foi "insuportável" de ver para adeptos do vermelho , com aquele final inesperado em carambola celestial, quase como se os deuses se tivessem fartado do foguetório antes da festa e vai daí, à boa maneira grega da tragédia clássica, quisessem mostrar aos mortais de que metal era feito o raio de Zeus.

Segundo parece o Presidente executivo da EDP teria afirmado que so Benfica não ganhasse o campeonato lá iria sofrer o nosso PIB... E à conta disso, dessa afirmação, os portistas ficaram tão ofendidos que até riscaram a EDP como fornecedora de energia para o complexo do Dragão.

Não comento, porque não sei,  se a derrota do Benfica afeta o PIB, mas de uma coisa podem ter a certeza: se o estendal das desgraças continuar, se os vermelhos claudicarem na 4ª feira como fizeram no Sábado e se se contentarem com o prémio de consolação (a Taça contra o Guimarães) de certeza absoluta que o "indicador da felicidade lusa" (ou lá como lhe chamem) vai cair a pique...

O Benfica arrasta milhões de simpatizantes,  e se por cima da falta de dinheiro da algibeira,  da  ameaça do banco ir buscar a casa  e do problema do filho e da filha não arranjarem emprego, ainda se somar o "escorreganço-mor benfiquista" , mal estaremos...

Salazar sabia intuitivamente isso, assim se explica que tenha impedido o grande Eusébio, no auge da sua forma,  de seguir a sua vida fora de Portugal.

Panem et circensis!

Ora se o pão já começa a faltar, pelo menos que lhes (nos) dêem circo...

Leiam aqui sff para verem que não estou a brincar:

A Comissão procura indicadores fiáveis para medir o bem-estar, porque “o PIB é do passado, não serve para responder aos desafios do futuro”, diz Durão Barroso.
O PIB (Produto Interno Bruto) pode ser o indicador mais importante da actividade económica e política mas já não serve. Serviu nos anos 30, quando foi criado, para guiar os políticos para libertar a economia da depressão mas hoje mais do que nunca o dinheiro (rendimento) não traz felicidade. Quem o diz é a Comissão Europeia, que apesar de diariamente se basear no PIB para aplicar o Pacto de Estabilidade, os critérios de Maastricht ou para cobrar contribuições nacionais para o seu orçamento, juntou-se ontem à comunidade académica e organizações internacionais, como a OCDE, à procura de melhores indicadores.

Uma única vantagem vejo no meio deste negrume: sem alternativas que sirvam de válvula de escape para esquecer por momentos as consequências dos buracos onde estamos atulhados, pode ser que os cidadãos metam finalmente na cabeça que é no voto e com o voto que se começam a resolver estas questões...

Com a última "lançada" no peito do funcionalismo reformado, a famosa "taxa" sobre as reformas que irá quase de certeza ser aplicada  (apesar das lágrimas de crocodilo e dos subterfúgios semânticos com que se acalmou o CDS) ainda mais vai afundar a economia real, baixar o consumo interno e assim, de recessão em recessão, preparar a inevitável saída do Euro.

Preparemos essa saída já hoje! Digo eu.

Nota 2: O Sr. Ministro das Finanças  e sua "entourage" ficou compreensivelmente satisfeito (radiante, melhor dizendo) com a procura da dívida portuguesa nos mercados, tendo sido possível atingir uma taxa média próxima dos 6% para maturidades a 10 anos. Ótimo, claro! Sou o primeiro a dizê-lo! Saibam porém que nessa semana também o Ruanda obteve a mesmíssima taxa de juro para títulos da dívida pública com a mesma maturidade... Portugal e Ruanda! Já viram? Porreiro, Pá!

Um comentário:

Anônimo disse...

"O Benfica arrasta milhões de simpatizantes, e se por cima da falta de dinheiro da algibeira, da ameaça do banco ir buscar a casa e do problema do filho e da filha não arranjarem emprego, ainda se somar o "escorreganço-mor benfiquista" , mal estaremos..."
E não é que escorregaram mesmo!!!
Já se davam como praticamente vencedores de todos os troféus e nem a final Taça contra o Guimarães, disputada praticamente intra-muros ganharam, e o PIB continua em baixo, como continuaria pelas ruas da amargura se os vermelhos tivessem chegado aos calcanhares das proezas dos azuis e brancos.
Fica sempre bem ser-se humilde.