Acordei a pensar em cozido à portuguesa.
- "Raio que o Parta! Aí Animal!Ganda Bruto!"
(parece que já estou a ouvir os leitores).
Em parte é verdade. Mas não é só isso. Estou a perder peso (Ufa!) porque chego à noite a casa sem vontade de comer e troco o jantar por um chá e nada mais. Em consequência, acordo no dia seguinte com uma "larica" daquelas antigas, do período da II Grande Guerra.
Daí ao pensamento voar para comida de conforto nas matinas é um àpice!
Va, pensiero, sull'ali dorate!
E poucos pratos darão tanto conforto do que um Cozido à Portuguesa à moda antiga, com enchidos selecionados e boas couves.
Uma boa ideia para o almoço do Dia da Liberdade! Liberdade também é ter a barriga em dia, todos os dias! Às vezes há malta que se esquece disso...
Então, em louvor da Liberdade ( e do cozidinho) aqui vai poema de meu Mestre Torga. Apreciem esta singela maravilha:
Liberdade
— Liberdade, que estais no céu...
Rezava o padre-nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pão de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.
— Liberdade, que estais na terra...
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.
Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
— Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.
Miguel Torga
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