Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Sophia de Mello Breyner Andresen
O mais triste dos 25 de Abril desde o primeiro? Pode ser que sim. Decerto que sim para milhões de portugueses.
Sem emprego, sem dinheiro, com pouco apoio social do Estado ( e o que há é vê-lo a esboroar-se por entre os dedos), que foi feito hoje, 38 anos depois, das "promessas de Abril"?
Foram na onda da crise económica e financeira, mas também da crise de valores morais e éticos, que permitiu que alguns aventureiros - de todos os Partidos do "arco da navegação" - destroçassem o País por dentro.
Foram tempos onde, sem darmos por isso, se sobrevalorizou o apego ao poder face à necessidade de acautelar o futuro de todos. Foram tempos de enriquecimentos ilícitos, de favores pagos e recebidos, de subornos e de compadrios, de acordos secretos e de hipocrisias.
Que a miséria onde estamos possa ser ponto final e de partida. Haja pelo menos a coragem de fazer um novo começo. Mais pelas pessoas e menos pela ambição política da perpetuação dos mesmos de sempre na estrutura do poder.
-"Com estes partidos que temos??!!" (perguntarão alguns dos leitores).
Ainda acredito que sim. No fim de contas foi essa a grande conquista de Abril: a Democracia. E há boa gente em todos os Partidos. Deixem-nos respirar e vir à tona da água...
Um grande abraço a Mário Soares e Manuel Alegre! Quem se cala consente.
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