No dia em que o inefável Isaltino estreia novo colchâo ( e que falta lhe fazia...), mas também no dia em que o Estado apresenta as contas do 1º Semestre ( parece que pouco boas...), alegremo-nos com o Sporting (MÚÚÚ...) e com o Benfica europeus, choremos com o Porto e com o Braga, mas sobretudo aproveitemos este Outono de Ananazes que por aí nos acolhe...
Por isso aqui vai poema de Amor (tema um tanto arredio destas últimas Sexta Feiras, devo confessar):
Outono do Amor que Folhas Moves
Outono do amor que folhas moves
na direcção dos corpos separados
e molhas desses prantos ignorados de quem
da primavera conheceu o
movimento das aves
e desse movimento estas esperas
agora só conhece já e ouve
a própria descida com as folhas
a voz própria cansada
quando a vida
e a voz lhas está a dor tirando
Outono do amor outono de aves
e de vozes caladas e de folhas
molhadas de temor e surdo pranto
Gastão Cruz, in “Poemas Reunidos”
Gastão Santana Franco da Cruz nasceu no dia 20 de Julho de 1941, no número 20 da Rua de Portugal, em Faro. Com perto de 20 anos publica o seu primeiro livro, A Morte Percutiva (Poesia 61). Após cerca de vinte livros de poesia, revisitaria a infância e a (já desaparecida) casa onde nasceu, numa obra a que deu precisamente o nome de Rua de Portugal (2002), e pela qual foi distinguido com o Grande Prémio de Poesia da APE.
Ainda nos tempos de universidade, e após ter sido preso no auge das greves académicas de 62, o autor foi um dos organizadores da Antologia de Poesia Universitária (1964), dando a conhecer poemas de Manuel Alegre, Eduardo Prado Coelho, António Torrado, José Carlos Vasconcelos, Luísa Ducla Soares ou Boaventura Sousa Santos, entre outros. Este importante papel de Gastão Cruz na divulgação, promoção e crítica da poesia e da literatura em geral, bem como do teatro e da música, prolonga-se até hoje, quer colaborando com textos na imprensa (muitos deles reunidos no livro A Poesia Portuguesa Hoje) e na organização de antologias, quer na direcção de recitais, já desde os tempos da Faculdade. Actualmente, é um dos directores da Fundação Luís Miguel Nava e da revista Relâmpago, por ela editada.
Nota: Biografia por cortesia da DGLB (MC)
sexta-feira, setembro 30, 2011
quinta-feira, setembro 29, 2011
Uma Receita de Lebre que dê para Coelho!!??
Pediram-me para dar aqui uma receita de Lebre mas que - em sinal dos tempos e por respeito para com o Povo - também servisse para o coelho, bravo ou doméstico...
Uma difícil proposta. Mas é destas dificuldades que o queima cebolas amador gosta. Na pior das hipóteses sempre se deve ter à mão de semear umas latitas de atum, grão de bico e mayonnaise, para tapar algum "buraco" devido à nabice do dito amador...
Começo por dar a receita tradicional do Baixo Alentejo da Lebre com feijão branco:
Para 4 pessoas -Lebre com Feijão Branco
1 Lebre; ½ quilo de feijão branco; 2 cebolas médias; 4 dentes de alho; Salsa; 1 colher de sopa de banha; 0,5 dl de azeite; 2,5 dl de vinho branco; 1 folha de louro; Sal e pimenta em grão
Põe-se de molho o feijão na véspera, num recipiente em separado. Parte-se a lebre em pedaços e tempera-se com cebola e alhos, a salsa picada, louro sal, pimenta e vinho.
Para termos comparação anexo agora a famosa receita, já citada pelo Eça, do Coelho à Moda da Porcalhota (hoje Amadora...).
Coelho Guisado para 4 pessoas
1 coelho com +- 1,300kg ; 2 dl de vinho tinto ;1 colher de sopa bem cheia de banha ;3 colheres de sopa de azeite ;1 cebola grande ; 1 bom dente de alho ; 4 tomates médios ; sal q.b. ; pimenta q.b. ; 1 colher de sopa de salsa picada .
Corta-se o coelho aos bocados. Põe-se ao lume um tacho grande com o azeite e a banha ( tem que ser grande para que os bocados do coelho não fiquem uns em cima dos outros). Assim que as gorduras estejam a fumegar, deitam-se os bocados do coelho para alourar virando-os para alourar por igual.
Depois de alourado, põe-se o lume brando, adicionando o vinho, a cebola picadinha, o alho picado, o tomate pelado e sem grainhas cortado aos bocadinhos, sal e a pimenta.
Tapa-se bem a caçarola continuando a cozedura por +- 1 hora, conforme a dureza do coelho.
Depois de cozido rectificam-se os temperos, polvilha-se com a salsa picada e serve-se bem quente.
Acompanhe com batatas simplesmente cozidas ou alouradas em azeite e alho.
Como verificam as grandes diferenças são :
a) o tempo de vinha de alhos (no coelho doméstico tempera-se na altura, na lebre ou coelho bravo será de véspera).
b) Também o vinho é tinto no caso dos animais domésticos e costuma ser branco no caso da caça.
c) E obviamente que o tomate não entra na Lebre, pois decerto lhe abafaria o gosto a bravo, tão importante para os apreciadores. Mas a sua presença torna-se importante na confecção do coelho doméstico exactamente para dar cor e gosto a uma carne que - se apreciada sem condimentos - é sensaborona até dizer chega...
d) Finalmente, o Coelho doméstico - pela rigidez branda ou inexistente - é frito primeiro (alourado), enquanto que a Lebre ou o Coelho bravo carecem de ser primeiro estufados para amaciar as carnes rijas.
Se tivermos estas simples notas em consideração penso que se minimiza o risco do Almoço de Lebre (ou de Coelho) se transformar em Mayonnaise de Atum.
Experimentem!
E para beber?
Duas sugestões. Uma do Alentejo - o excelente Herdade do Porto da Bouga Garrafeira de 2007 ( se o encontrarem no Pingo Doce comprem por menos de 9 euros. Um achado!).
A outra do Douro - O Quinta do Crasto Superior de 2009 (ou de 2007) - Situado entre o Crasto corrente e o Vinhas Velhas, este Crasto Superior surpreende pela magnífica relação qualidade\preço. Pode-se comprar por cerca de 12 a 14 euros.
Uma difícil proposta. Mas é destas dificuldades que o queima cebolas amador gosta. Na pior das hipóteses sempre se deve ter à mão de semear umas latitas de atum, grão de bico e mayonnaise, para tapar algum "buraco" devido à nabice do dito amador...
Começo por dar a receita tradicional do Baixo Alentejo da Lebre com feijão branco:
Para 4 pessoas -Lebre com Feijão Branco
1 Lebre; ½ quilo de feijão branco; 2 cebolas médias; 4 dentes de alho; Salsa; 1 colher de sopa de banha; 0,5 dl de azeite; 2,5 dl de vinho branco; 1 folha de louro; Sal e pimenta em grão
Põe-se de molho o feijão na véspera, num recipiente em separado. Parte-se a lebre em pedaços e tempera-se com cebola e alhos, a salsa picada, louro sal, pimenta e vinho.
No dia seguinte, a lebre vai para o tacho de fundo bem espesso, acompanhada dos respectivos ingredientes. Adiciona-se então a banha e o azeite e fica tudo a estufar em lume brando. Sempre que necessário, junta-se um pouco de água. Coze-se à parte o feijão só com sal. Depois de tudo cozido, junta-se o feijão e a lebre com um pouco do caldo, onde esta estufou, e deixa-se ferver em lume brando, durante dez minutos.
Para termos comparação anexo agora a famosa receita, já citada pelo Eça, do Coelho à Moda da Porcalhota (hoje Amadora...).
Coelho Guisado para 4 pessoas
1 coelho com +- 1,300kg ; 2 dl de vinho tinto ;1 colher de sopa bem cheia de banha ;3 colheres de sopa de azeite ;1 cebola grande ; 1 bom dente de alho ; 4 tomates médios ; sal q.b. ; pimenta q.b. ; 1 colher de sopa de salsa picada .
Corta-se o coelho aos bocados. Põe-se ao lume um tacho grande com o azeite e a banha ( tem que ser grande para que os bocados do coelho não fiquem uns em cima dos outros). Assim que as gorduras estejam a fumegar, deitam-se os bocados do coelho para alourar virando-os para alourar por igual.
Depois de alourado, põe-se o lume brando, adicionando o vinho, a cebola picadinha, o alho picado, o tomate pelado e sem grainhas cortado aos bocadinhos, sal e a pimenta.
Tapa-se bem a caçarola continuando a cozedura por +- 1 hora, conforme a dureza do coelho.
Depois de cozido rectificam-se os temperos, polvilha-se com a salsa picada e serve-se bem quente.
Acompanhe com batatas simplesmente cozidas ou alouradas em azeite e alho.
Como verificam as grandes diferenças são :
a) o tempo de vinha de alhos (no coelho doméstico tempera-se na altura, na lebre ou coelho bravo será de véspera).
b) Também o vinho é tinto no caso dos animais domésticos e costuma ser branco no caso da caça.
c) E obviamente que o tomate não entra na Lebre, pois decerto lhe abafaria o gosto a bravo, tão importante para os apreciadores. Mas a sua presença torna-se importante na confecção do coelho doméstico exactamente para dar cor e gosto a uma carne que - se apreciada sem condimentos - é sensaborona até dizer chega...
d) Finalmente, o Coelho doméstico - pela rigidez branda ou inexistente - é frito primeiro (alourado), enquanto que a Lebre ou o Coelho bravo carecem de ser primeiro estufados para amaciar as carnes rijas.
Se tivermos estas simples notas em consideração penso que se minimiza o risco do Almoço de Lebre (ou de Coelho) se transformar em Mayonnaise de Atum.
Experimentem!
E para beber?
Duas sugestões. Uma do Alentejo - o excelente Herdade do Porto da Bouga Garrafeira de 2007 ( se o encontrarem no Pingo Doce comprem por menos de 9 euros. Um achado!).
A outra do Douro - O Quinta do Crasto Superior de 2009 (ou de 2007) - Situado entre o Crasto corrente e o Vinhas Velhas, este Crasto Superior surpreende pela magnífica relação qualidade\preço. Pode-se comprar por cerca de 12 a 14 euros.
quarta-feira, setembro 28, 2011
Os 100 Dias
Historicamente são contados desde a saída do Imperador Napoleão Buonaparte da Ilha de Elba, para recomeçar a guerra depois de ter sido pela primeira vez exilado, e a Batalha de Waterloo. Também este período costuma ser conhecido pelo nome de "O Voo da Águia" (sem gozo malta!!) pelo facto dos estandartes imperiais de Napoleão terem recuperado a simbologia heráldica das águias das legiões romanas.
No nosso caso contam-se hoje os 100 dias que Passos Coelho y sus Muchachos levam de governo. E, a contar com a sondagem da Markteste hoje publicada no Diário Económico, têm sido 100 dias de cruzeiro no Mediterrâneo: sol a brilhar, mar azul e chão, passageiros contentes e felizes, mão de mestre na roda do leme...
O PSD sobe nas intenções de voto dos portugueses para os 47%. O PS desce para uns mesquinhos 23%. O CDS\PP desce também e desaparece da vida política, o PCP desce, mas pouco, e quota-se como a 3ª força. E o BE? Praticamente não se vê.
Para já uma coisa parece certa: este Governo aparenta ter a legitimidade suficiente para pedir ainda mais sacrifícios aos Portugueses. E o principal Partido da Oposição ou muda de táctica ou corre o risco de se transformar em cobertor de papa no Verão (isto é, em algo de perfeitamente supérfluo).
À primeira vista nem se dá pela Crise. Estranho país? Ou apenas o facto da inevitável trolha que afectará a classe média estar ainda para vir? Ou, tudo é possível, a raiva que os tugas sentem pelo "fugitivo filósofo" ser ainda tanta que votariam desta forma só para castigarem o Partido que o acolheu, lhe deu alturas de incenso e que ainda mantém nas suas fileiras (até no Parlamento) os seus mais desastrados fâmulos?
Esperemos pelos próximos capítulos desta novela. Só gostaria que a próxima sondagem não fosse feita pela Marktest... Et pour cause...
Capisce Malta?
No nosso caso contam-se hoje os 100 dias que Passos Coelho y sus Muchachos levam de governo. E, a contar com a sondagem da Markteste hoje publicada no Diário Económico, têm sido 100 dias de cruzeiro no Mediterrâneo: sol a brilhar, mar azul e chão, passageiros contentes e felizes, mão de mestre na roda do leme...
O PSD sobe nas intenções de voto dos portugueses para os 47%. O PS desce para uns mesquinhos 23%. O CDS\PP desce também e desaparece da vida política, o PCP desce, mas pouco, e quota-se como a 3ª força. E o BE? Praticamente não se vê.
Para já uma coisa parece certa: este Governo aparenta ter a legitimidade suficiente para pedir ainda mais sacrifícios aos Portugueses. E o principal Partido da Oposição ou muda de táctica ou corre o risco de se transformar em cobertor de papa no Verão (isto é, em algo de perfeitamente supérfluo).
À primeira vista nem se dá pela Crise. Estranho país? Ou apenas o facto da inevitável trolha que afectará a classe média estar ainda para vir? Ou, tudo é possível, a raiva que os tugas sentem pelo "fugitivo filósofo" ser ainda tanta que votariam desta forma só para castigarem o Partido que o acolheu, lhe deu alturas de incenso e que ainda mantém nas suas fileiras (até no Parlamento) os seus mais desastrados fâmulos?
Esperemos pelos próximos capítulos desta novela. Só gostaria que a próxima sondagem não fosse feita pela Marktest... Et pour cause...
Capisce Malta?
terça-feira, setembro 27, 2011
Setembro das Vindimas, Outubro da caça
Colheita de 2011
De acordo com os Peritos nestas coisas dos vinhos (os modernos feiticeiros da nossa época) , a Primavera foi chuvosa e relativamente quente permitindo um bom desenvolvimento vegetativo, mas houve mesmo assim que prevenir os ataques das doenças e pragas da vinha. O mês de Julho foi seco e com temperaturas amenas, o que permitiu um início de maturação das uvas equilibrado e estas condições climatéricas ideais continuaram na primeira quinzena de Agosto. Verificou-se no final do mesmo mês (em média nacional) uma antecipação de cerca de uma a duas semanas nas previsões de datas de vindima.
A vindima no Alentejo (Portalegre) deve ter-se iniciado pelo meio de Agosto ( 17 a 21) com a produção do vinho branco. Existem excelentes expectativas para estes vinhos com as castas Roupeiro, Antão Vaz e Fernão Pires a apresentar um estado de maturação ideal.
No Douro também se verificou uma antecipação na data habitual de início de vindima. Bom Sinal!
Já no Dão não houve qualquer adiantamento , iniciaram-se os trabalhos no início de Setembro. Mas com muito boas indicações sobre a qualidade das uvas!
De uma forma geral as expectativas para estes mostos ( e vinhos!) de 2011 são muito positivas!
Haja Deus que nos proteje nas pequenas (mas importantes!) coisas.
E a Caça?
A caça ao Pato (real e marreco), Pombo e Coelho bravo já se iniciou em Setembro. A "verdadeira" caça , aos senhores barões dos nossos pratos - Lebre e Perdiz - começa agora, a 3 de Outubro.
Lá mais para o final do mês de Outubro, depois dos caçadores, famílias e amigos (Moi!!) terem quebrado o fastio da perdiz e da lebre, pode ser que começem a aparecer em alguns restaurantes as tais espécies soberanas.
Em Évora, em Trás-os-Montes, por vezes lá para o Algarve serrano (Monchique)... Os locais para estas amesendações são conhecidos e já aqui elenquei vários.
Em Lisboa aproveitem o regresso de férias do sempre amado Galito (reabre a 1 de Outubro) para tratarem já das encomendazinhas...
Eu recomendo uma empada de perdiz para 4 ou 5 transeuntes famélicos, e de seguida uma feijoada de lebre, para apaziguar os estômagos irados com estas crises...
Ou, em alternativa sempre gostosa, mais para o pé das praias da Linha, umas perdizes à Beira Mar, com batata nova torneada e o banquete inexcedível das galinholas e torradas barradas com paté das mesmas, tudo acompanhado com um arroz dos seus miúdos. Lá na Rua das Flores, perto da Lota de Cascais..
E pronto! Lá me vão outra vez atazanar por ter boca de rico e "gozar" com os pobres tristes dos portugueses...
É sina minha. Também já não me emendo com esta idade... Olhem, tenham paciência comigo, como eu tenho com os outros.
De acordo com os Peritos nestas coisas dos vinhos (os modernos feiticeiros da nossa época) , a Primavera foi chuvosa e relativamente quente permitindo um bom desenvolvimento vegetativo, mas houve mesmo assim que prevenir os ataques das doenças e pragas da vinha. O mês de Julho foi seco e com temperaturas amenas, o que permitiu um início de maturação das uvas equilibrado e estas condições climatéricas ideais continuaram na primeira quinzena de Agosto. Verificou-se no final do mesmo mês (em média nacional) uma antecipação de cerca de uma a duas semanas nas previsões de datas de vindima.
A vindima no Alentejo (Portalegre) deve ter-se iniciado pelo meio de Agosto ( 17 a 21) com a produção do vinho branco. Existem excelentes expectativas para estes vinhos com as castas Roupeiro, Antão Vaz e Fernão Pires a apresentar um estado de maturação ideal.
No Douro também se verificou uma antecipação na data habitual de início de vindima. Bom Sinal!
Já no Dão não houve qualquer adiantamento , iniciaram-se os trabalhos no início de Setembro. Mas com muito boas indicações sobre a qualidade das uvas!
De uma forma geral as expectativas para estes mostos ( e vinhos!) de 2011 são muito positivas!
Haja Deus que nos proteje nas pequenas (mas importantes!) coisas.
E a Caça?
A caça ao Pato (real e marreco), Pombo e Coelho bravo já se iniciou em Setembro. A "verdadeira" caça , aos senhores barões dos nossos pratos - Lebre e Perdiz - começa agora, a 3 de Outubro.
Lá mais para o final do mês de Outubro, depois dos caçadores, famílias e amigos (Moi!!) terem quebrado o fastio da perdiz e da lebre, pode ser que começem a aparecer em alguns restaurantes as tais espécies soberanas.
Em Évora, em Trás-os-Montes, por vezes lá para o Algarve serrano (Monchique)... Os locais para estas amesendações são conhecidos e já aqui elenquei vários.
Em Lisboa aproveitem o regresso de férias do sempre amado Galito (reabre a 1 de Outubro) para tratarem já das encomendazinhas...
Eu recomendo uma empada de perdiz para 4 ou 5 transeuntes famélicos, e de seguida uma feijoada de lebre, para apaziguar os estômagos irados com estas crises...
Ou, em alternativa sempre gostosa, mais para o pé das praias da Linha, umas perdizes à Beira Mar, com batata nova torneada e o banquete inexcedível das galinholas e torradas barradas com paté das mesmas, tudo acompanhado com um arroz dos seus miúdos. Lá na Rua das Flores, perto da Lota de Cascais..
E pronto! Lá me vão outra vez atazanar por ter boca de rico e "gozar" com os pobres tristes dos portugueses...
É sina minha. Também já não me emendo com esta idade... Olhem, tenham paciência comigo, como eu tenho com os outros.
segunda-feira, setembro 26, 2011
Sem "instrumentos" faz-se música com as panelas
Os chamados "protestos dos tachos e das panelas" começaram por ter honras de primeiras páginas (se não me engano) em 1973, na época da queda do governo de Salvador Allende, quando a reacção invadia as ruas de Santiago do Chile sob a forma de milhares de donas de casa com tachos e panelas nas mãos, queixando-se da subida dos preços e da falta de comida nas ruas e nas casas. Por causa da manipulação da CIA , essas imagens devem ter chegado às TV's de meio mundo (ocidental).
O que provocou a onda de protestos? A inflacção - causada pelo boicote económico dos USA ao governo marxista de Allende - atingia nessa altura mais de 300% ao ano...O Chile não conseguia encontrar quem lhe emprestasse dinheiro para financiar a sua economia e era praticamente impossível encontrar comida à venda, a não ser através do mercado negro...
Claro que noutras sociedades - a República Popular da China vem à memória - não existiam esses pruridos...Nem em 73 , nem sequer depois de Tienanmen, em 1989, quando as mulheres que se manifestavam nas praças para saber alguma coisa dos seus filhos , pais e maridos desaparecidos, várias vezes foram varridas das ruas por esquadrões da polícia de choque, à bastonada.
Na Grécia este tipo de Protestos da Fome (como alguém lhes chamou) já começou, e não é inverosímil que se repitam em Portugal, caso as "coisas" piorem.
Como podem piorar? Bem, não tenho o dia todo para ficar aqui a descrever esses cenários, mas se a dificuldade em obter financiamentos no mercado continuar, e se quem manda na Europa - A Alemanha e a França - não se entenderem para resolver o assunto à bruta (Federalismo, EuroBonds, o que quiserem, mas rápido!) para aí podemos caminhar...
Na falta de Tambores, Bombos ou Adufes venham de lá as panelas! Mas tenham em atenção que se as mesmas estiverem ocupadas - com sopas, arroz, feijão, batatas, cebolas e coisas assim - já será muito mais difícil trazê-las para a rua e elevá-las acima das cabeças.
E vem à memória o chiste do velho Ti Santidade , lá da Beira Alta: "Filho, nas alturas da miséria, cheirava um ou dois ossitos de frango que trazia sempre no bolso e já me dava para beber um copito de vinho"...
Esses tempos Nunca Mais, diremos todos em alta voz! Gritem tudo o que quiserem, mas não jurem nem apostem...
O que provocou a onda de protestos? A inflacção - causada pelo boicote económico dos USA ao governo marxista de Allende - atingia nessa altura mais de 300% ao ano...O Chile não conseguia encontrar quem lhe emprestasse dinheiro para financiar a sua economia e era praticamente impossível encontrar comida à venda, a não ser através do mercado negro...
Estas manifestações "dos tachos e das panelas" sempre tiveram impacto nas sociedades onde aconteceram, talvez porque ver as mulheres a marchar com as suas "ferramentas de trabalho" nas mãos - nos anos 70 a liberdade da Mulher era ainda ilusória apesar da ideologia reinante - indispunha sobremaneira os políticos do regime por lhes faltarem formas eficazes de controlar esses protestos: uma coisa seria mandar a polícia carregar sobre os "reaças protestas" , outra muito diferente seria mandar bater publicamente em mães e esposas , mesmo se a ideologia libertária e democrática de Allende o permitisse (o que seria duvidoso).
Claro que noutras sociedades - a República Popular da China vem à memória - não existiam esses pruridos...Nem em 73 , nem sequer depois de Tienanmen, em 1989, quando as mulheres que se manifestavam nas praças para saber alguma coisa dos seus filhos , pais e maridos desaparecidos, várias vezes foram varridas das ruas por esquadrões da polícia de choque, à bastonada.
Na Grécia este tipo de Protestos da Fome (como alguém lhes chamou) já começou, e não é inverosímil que se repitam em Portugal, caso as "coisas" piorem.
Como podem piorar? Bem, não tenho o dia todo para ficar aqui a descrever esses cenários, mas se a dificuldade em obter financiamentos no mercado continuar, e se quem manda na Europa - A Alemanha e a França - não se entenderem para resolver o assunto à bruta (Federalismo, EuroBonds, o que quiserem, mas rápido!) para aí podemos caminhar...
Na falta de Tambores, Bombos ou Adufes venham de lá as panelas! Mas tenham em atenção que se as mesmas estiverem ocupadas - com sopas, arroz, feijão, batatas, cebolas e coisas assim - já será muito mais difícil trazê-las para a rua e elevá-las acima das cabeças.
E vem à memória o chiste do velho Ti Santidade , lá da Beira Alta: "Filho, nas alturas da miséria, cheirava um ou dois ossitos de frango que trazia sempre no bolso e já me dava para beber um copito de vinho"...
Esses tempos Nunca Mais, diremos todos em alta voz! Gritem tudo o que quiserem, mas não jurem nem apostem...
Porno no Derby da Invicta!!
Durante o Derby das Antas parece que alguém ( o Cardoso) terá inadvertidamente tocado numa parte da anatomia do Fucile mais reservada para outras cenas que não as futebolísticas....
Não sei se o Fucile gostou ou não , ou se corre o risco de se habituar àquilo, mas o que é verdade é que mal sentiu o bico da bota lá no olho do c*, levou logo as mãos à cabeça...Parecia um boneco mecânico.
Será que terá dito em voz baixa: -"Ai, Ai Cardosito, esta patada me mató!"??
Esta malta da bola é danada para a brincadeira!
O Leão deita as unhas de fora...
No futebol e aqui no Blog...Vejam no local do costume o comentário do Amigo Calado.
sexta-feira, setembro 23, 2011
Para Descansar a Vista
Hoje de manhã no "meu" quiosque dos Jornais já não se falava só da Crise. Esta tinha passado para segundo plano...Era dia de derby futebolístico! E a Dª Leonilde até disse:
" Disto é que o Povo gosta! Dêem-lhe futebóis a toda a hora que até dançam! Eu não posso, porque tenho de pagar a renda do quiosque para a semana e ainda não fiz dinheiro que chegue..."
De facto os futebóis animam na altura, mas trazem sempre ressaca ( a quem perder e a quem ganhar, por motivos diferentes) e não resolvem a "quadratura deste círculo".
No dia em que a velhinha Teoria da Relatividade Geral de Eisntein é posta em causa (lá no CERN parece que descobriram uma partícula elementar que viaja mais depressa que a luz!!!) e em que o SLB se desloca à Invicta para encontrar na relva o seu grande rival (que me desculpem os simpatizantes do "outro vizinho" , aqui de baixo) - e de passagem imagino que para os indígenas tugas tem o segundo acontecimento muito maior importância que o primeiro - está na altura para deixar convosco poema do Passado, Presente e Futuro.
Nota: Nem só de Mercedes se desloca o Homem, mas se puderem lá chegar não hesitem...
Passado, Presente, Futuro
Eu fui. Mas o que fui já me não lembra:
Mil camadas de pó disfarçam, véus,
Estes quarenta rostos desiguais.
Tão marcados de tempo e macaréus.
Eu sou. Mas o que sou tão pouco é:
Rã fugida do charco, que saltou,
E no salto que deu, quanto podia,
O ar dum outro mundo a rebentou.
Falta ver, se é que falta, o que serei:
Um rosto recomposto antes do fim,
Um canto de batráquio, mesmo rouco,
Uma vida que corra assim-assim.
José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"
E para terminar Alexandre O'Neill, o grande animador dos dias cinzentos do pré-Abril de 74:
Aos Vindouros, se os Houver...
Vós, que trabalhais só duas horas
a ver trabalhar a cibernética,
que não deixais o átomo a desoras
na gandaia, pois tendes uma ética;
que do amor sabeis o ponto e a vírgula
e vos engalfinhais livres de medo,
sem peçários, calendários, Pílula,
jaculatórias fora, tarde ou cedo;
computai, computai a nossa falha
sem perfurar demais vossa memória,
que nós fomos pràqui uma gentalha
a fazer passamanes com a história;
que nós fomos (fatal necessidade!)
quadrúmanos da vossa humanidade.
Alexandre O'Neill, in 'Poemas com Endereço'
" Disto é que o Povo gosta! Dêem-lhe futebóis a toda a hora que até dançam! Eu não posso, porque tenho de pagar a renda do quiosque para a semana e ainda não fiz dinheiro que chegue..."
De facto os futebóis animam na altura, mas trazem sempre ressaca ( a quem perder e a quem ganhar, por motivos diferentes) e não resolvem a "quadratura deste círculo".
No dia em que a velhinha Teoria da Relatividade Geral de Eisntein é posta em causa (lá no CERN parece que descobriram uma partícula elementar que viaja mais depressa que a luz!!!) e em que o SLB se desloca à Invicta para encontrar na relva o seu grande rival (que me desculpem os simpatizantes do "outro vizinho" , aqui de baixo) - e de passagem imagino que para os indígenas tugas tem o segundo acontecimento muito maior importância que o primeiro - está na altura para deixar convosco poema do Passado, Presente e Futuro.
Nota: Nem só de Mercedes se desloca o Homem, mas se puderem lá chegar não hesitem...
Passado, Presente, Futuro
Eu fui. Mas o que fui já me não lembra:
Mil camadas de pó disfarçam, véus,
Estes quarenta rostos desiguais.
Tão marcados de tempo e macaréus.
Eu sou. Mas o que sou tão pouco é:
Rã fugida do charco, que saltou,
E no salto que deu, quanto podia,
O ar dum outro mundo a rebentou.
Falta ver, se é que falta, o que serei:
Um rosto recomposto antes do fim,
Um canto de batráquio, mesmo rouco,
Uma vida que corra assim-assim.
José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"
E para terminar Alexandre O'Neill, o grande animador dos dias cinzentos do pré-Abril de 74:
Aos Vindouros, se os Houver...
Vós, que trabalhais só duas horas
a ver trabalhar a cibernética,
que não deixais o átomo a desoras
na gandaia, pois tendes uma ética;
que do amor sabeis o ponto e a vírgula
e vos engalfinhais livres de medo,
sem peçários, calendários, Pílula,
jaculatórias fora, tarde ou cedo;
computai, computai a nossa falha
sem perfurar demais vossa memória,
que nós fomos pràqui uma gentalha
a fazer passamanes com a história;
que nós fomos (fatal necessidade!)
quadrúmanos da vossa humanidade.
Alexandre O'Neill, in 'Poemas com Endereço'
quinta-feira, setembro 22, 2011
Grego não é bombo da Festa!
O Amigo Calado ( e bem) faz referência no local do costume ao facto de estarmos a denegrir demasiado a Grécia e o seu Povo nestes últimos tempos de desmandos, acabando eu próprio por comparar o estranho caso do Dr Alberto João aos governantes gregos de há uns anos atrás.
Claro que neste tipo de análises meio cómicas o que se compara não são os Povos, as mais das vezes alheios à agiotagem e canalhice que se passa à sua volta. O que se pode e deve comparar e vilificar são os comportamentos dos seus maiores (com atitudes cada vez menores).
A ineficácia da actuação das autoridades fiscais gregas permitia , desde tempos imemoriais, que os detentores de capital - fosse em dinheiro ou em bens imóveis - fugissem alegremente ao pagamento dos impostos devidos. As grandes fortunas já não estão hoje na Grécia, mas mesmo quando lá estavam encontravam formas ardilosas de não contribuirem para o bem público. Nada de novo, dirão os leitores. Tudo isso se passava em mais do que um País europeu. Vejam-se os escândalos da fuga ao fisco de certas "rock stars" ou realizadores de cinema na Escandinávia, por exemplo.
O que torna a Grécia "especial" neste mau sentido é o facto dessa "impunidade fiscal" dos Onassis e Niarchos ter lentamente passado para a restante sociedade civil como "norma aceitável" do ponto de vista ético. Claro que atrás disso vinha a corrupção dos funcionários públicos, sem uma não poderia existir a outra! Estimava-se em 2000 que a economia paralela grega representava já 30% do Produto Interno Bruto!!
E sem nunca ter existido uma modernização do aparelho fiscal do Estado que contrariasse este estado de coisas é perfeitamente aceitável que essa percentagem ainda mais tenha subido!
Aqui em Portugal não estivémos assim tão longe desse precipício. Ainda me lembro dos tempos antes da reforma fiscal do Dr. Paulo Macedo (honra lhe seja feita). Antes da generalização da computarização e cruzamento dos dados dos contribuintes - envolvendo contas bancárias, fisco e registos de propriedades - era certo e sabido que o biscateiro era rei aqui no burgo.
Há 25 anos atrás, quando renovei a cozinha da casa velha, apareceu-me lá um senhor que se deslocava de Alfa Romeu e que se propunha "tomar conta da Obra", fazer o trabalho todo, de pedreiro, ladrilhador, canalizador e incluindo os electrodomésticos, sem qualquer tipo de factura. Seriam, se eu tivesse aceitado, cerca de 4 mil contos na moeda antiga... Vivia bem melhor do que eu. Pudera! O filho era mecânico na FIAT e trabalhava todos os fds e fora de horas numa garagem de vão de escada, também "à solta"... E eu dava aulas à noite, era Assistente na Faculdade, Gestor de Produto nos Correios e ainda fazia análises de viabilidade de investimentos para empréstimos bancários...Trabalhava que me desunhava. Mas pagava todos os impostos devidos.
Hoje ainda existem "peças" destas, mas vivem com muito mais dificuldades, são clandestinos. Pode ser que esta Crise potencie outra vez o seu rejuvenescimento, mas não há dúvida nenhuma que a teia da lei já não é o que era nos anos 80 do século passado.
Este foi , e é, o grande problema da Grécia: Por muito que procure, apenas nos rendimentos do trabalho por conta de outrém encontra água para levar ao moinho do Orçamento do Estado! Mas se cava mais nessa mina acaba por matar a galinha dos ovos de ouro... Já não deve haver mais classe média para esbulhar.
Portugal tem que aprender com esta história de terror. E se do ponto de vista da dimensão da economia paralela não temos comparação com a Hélade, já no que respeita à contribuição das nossas fortunas para amenizar a crise vou ali e já venho... Não se nota nada de novo!
Claro que neste tipo de análises meio cómicas o que se compara não são os Povos, as mais das vezes alheios à agiotagem e canalhice que se passa à sua volta. O que se pode e deve comparar e vilificar são os comportamentos dos seus maiores (com atitudes cada vez menores).
A ineficácia da actuação das autoridades fiscais gregas permitia , desde tempos imemoriais, que os detentores de capital - fosse em dinheiro ou em bens imóveis - fugissem alegremente ao pagamento dos impostos devidos. As grandes fortunas já não estão hoje na Grécia, mas mesmo quando lá estavam encontravam formas ardilosas de não contribuirem para o bem público. Nada de novo, dirão os leitores. Tudo isso se passava em mais do que um País europeu. Vejam-se os escândalos da fuga ao fisco de certas "rock stars" ou realizadores de cinema na Escandinávia, por exemplo.
O que torna a Grécia "especial" neste mau sentido é o facto dessa "impunidade fiscal" dos Onassis e Niarchos ter lentamente passado para a restante sociedade civil como "norma aceitável" do ponto de vista ético. Claro que atrás disso vinha a corrupção dos funcionários públicos, sem uma não poderia existir a outra! Estimava-se em 2000 que a economia paralela grega representava já 30% do Produto Interno Bruto!!
E sem nunca ter existido uma modernização do aparelho fiscal do Estado que contrariasse este estado de coisas é perfeitamente aceitável que essa percentagem ainda mais tenha subido!
Aqui em Portugal não estivémos assim tão longe desse precipício. Ainda me lembro dos tempos antes da reforma fiscal do Dr. Paulo Macedo (honra lhe seja feita). Antes da generalização da computarização e cruzamento dos dados dos contribuintes - envolvendo contas bancárias, fisco e registos de propriedades - era certo e sabido que o biscateiro era rei aqui no burgo.
Há 25 anos atrás, quando renovei a cozinha da casa velha, apareceu-me lá um senhor que se deslocava de Alfa Romeu e que se propunha "tomar conta da Obra", fazer o trabalho todo, de pedreiro, ladrilhador, canalizador e incluindo os electrodomésticos, sem qualquer tipo de factura. Seriam, se eu tivesse aceitado, cerca de 4 mil contos na moeda antiga... Vivia bem melhor do que eu. Pudera! O filho era mecânico na FIAT e trabalhava todos os fds e fora de horas numa garagem de vão de escada, também "à solta"... E eu dava aulas à noite, era Assistente na Faculdade, Gestor de Produto nos Correios e ainda fazia análises de viabilidade de investimentos para empréstimos bancários...Trabalhava que me desunhava. Mas pagava todos os impostos devidos.
Hoje ainda existem "peças" destas, mas vivem com muito mais dificuldades, são clandestinos. Pode ser que esta Crise potencie outra vez o seu rejuvenescimento, mas não há dúvida nenhuma que a teia da lei já não é o que era nos anos 80 do século passado.
Este foi , e é, o grande problema da Grécia: Por muito que procure, apenas nos rendimentos do trabalho por conta de outrém encontra água para levar ao moinho do Orçamento do Estado! Mas se cava mais nessa mina acaba por matar a galinha dos ovos de ouro... Já não deve haver mais classe média para esbulhar.
Portugal tem que aprender com esta história de terror. E se do ponto de vista da dimensão da economia paralela não temos comparação com a Hélade, já no que respeita à contribuição das nossas fortunas para amenizar a crise vou ali e já venho... Não se nota nada de novo!
quarta-feira, setembro 21, 2011
O Passos passou lá por casa ontem
E, por acaso, podia ter passado pior...
Estou à vontade para o dizer. Achei uma entrevista calma, cândida que bastasse, e com algumas referências que podem ajudar o transeunte a lidar com sinais de trânsito e limitações de velocidade futuras.
Ficámos a saber da demarcação política e alguma frieza sobre a atitude do Régulo Bananal (El Greco, para os amigos): Deveria ter sido mais agressivo? Se calhar devia, mas também temos que ter em conta as circunstâncias...
O IVA aqui no burgo não deve aumentar em termos de taxa "normal". Agora temos que nos preparar para o desaparecimento das taxas intermédias (Ai, Ai ,Restauração...).
E quanto à Taxa Social Única? Pouco disse. Ficámos a saber que seria possível isentar dela as Empresas que "criassem emprego". Mas como? E em que circunstâncias? Por aqui nada...
Fiquei menos impressionado com o capítulo sobre as Privatizações...Por um lado não venderá nenhuma empresa a pataco! Se o preço não for o adequado não vendem... Muito bem.
Mas por outro lado disse que não se importaria de vender algumas empresas "por um preço simbólico" desde que se garantisse que fossem mais bem geridas pelos privados do que pelo Estado...
Então em que é que ficamos? Vende ao desbarato ou não vende? Ou depende? Mas depende de quê? Da cor dos olhos do comprador? Ou do estado económico das empresas? Ou de ambos?
E uma última observação: não sei se já repararam, mas sempre que vem à tona de água o dossier das Privatizações, fala-se da TAP, da REN, da GALP, da EDP, até das Águas de Portugal... Mas raramente se chega aos CTT.
Porque será? Porque no Programa do Governo está apenas prevista para 2013? Ou porque existe algum pudor em falar do assunto, de tal modo "quente" é ele do ponto de vista social?
Mistérios...
Estou à vontade para o dizer. Achei uma entrevista calma, cândida que bastasse, e com algumas referências que podem ajudar o transeunte a lidar com sinais de trânsito e limitações de velocidade futuras.
Ficámos a saber da demarcação política e alguma frieza sobre a atitude do Régulo Bananal (El Greco, para os amigos): Deveria ter sido mais agressivo? Se calhar devia, mas também temos que ter em conta as circunstâncias...
Notícia mais sonante foi a de que "será possível novo apelo a uma ajuda financeira para Portugal se alguma coisa muito grave se passar na Grécia". Bem, muito grave já é a situação deles... Mas compreendo, desde que o país abra falência e saia do Euro. Pode ser que eu me engane, mas aqui será mais uma questão de saber "Quando?" E nem tanto de perguntar "se acontecerá"..
O IVA aqui no burgo não deve aumentar em termos de taxa "normal". Agora temos que nos preparar para o desaparecimento das taxas intermédias (Ai, Ai ,Restauração...).
E quanto à Taxa Social Única? Pouco disse. Ficámos a saber que seria possível isentar dela as Empresas que "criassem emprego". Mas como? E em que circunstâncias? Por aqui nada...
Fiquei menos impressionado com o capítulo sobre as Privatizações...Por um lado não venderá nenhuma empresa a pataco! Se o preço não for o adequado não vendem... Muito bem.
Mas por outro lado disse que não se importaria de vender algumas empresas "por um preço simbólico" desde que se garantisse que fossem mais bem geridas pelos privados do que pelo Estado...
Então em que é que ficamos? Vende ao desbarato ou não vende? Ou depende? Mas depende de quê? Da cor dos olhos do comprador? Ou do estado económico das empresas? Ou de ambos?
E uma última observação: não sei se já repararam, mas sempre que vem à tona de água o dossier das Privatizações, fala-se da TAP, da REN, da GALP, da EDP, até das Águas de Portugal... Mas raramente se chega aos CTT.
Porque será? Porque no Programa do Governo está apenas prevista para 2013? Ou porque existe algum pudor em falar do assunto, de tal modo "quente" é ele do ponto de vista social?
Mistérios...
terça-feira, setembro 20, 2011
Comentário ao Jardim
Comentário: Um Amigo apressa-se a dar notícia do nóvel cognome do monarca Dr Alberto João:
D. Alberto João, "O Grego"
Comentário ao Comentário: Foge cão que te fazem Barão! Mas para onde se me fazem Visconde??!!
D. Alberto João, "O Grego"
Comentário ao Comentário: Foge cão que te fazem Barão! Mas para onde se me fazem Visconde??!!
A Madeira é um Jardim!
Sem hipocrisia, que é o que mais abunda ultimamente neste país, comento a última "cena" do extra-terrestre Presidente do Governo Regional da Madeira.
O Dr. Alberto João gastou tudo o que muito bem quis, como quis, e quando quis. Ninguém se meteu nisso nos tempos das vacas gordas, normais e assim, assim a atirar para o magro... Só na altura em que tocou a reunir para a desgraça é que alguém (mas quem??!!) se lembrou que "aqueles chatos" do Tribunal de Contas há já alguns anos que vinham avisando que se passava qualquer coisa de estranho naquele recanto do paraíso (fiscal).
Como deve ser fácil ganhar eleições com o dinheiro dos outros... Não acham? E depois vir dizer que a "maldade" de nunca ter reportado o verdadeiro valor da dívida foi "justificada pela necessidade!" uma autêntica "Legítima Defesa " contra os cubanos que nos queriam tirar o dinheiro...
Vamos imaginar que o Autarca-Mor de Faro era de um Partido contrário ao do actual Governo. E que actuava da mesma forma que o Dr. Alberto João, segurando-se nesta teoria da "Necessidade que justifica tudo"... E que o mesmo se passava com o Presidente da Câmara de Penafiel, e com o da Guarda... Estão a ver, não é? Mais valia voltar ao Feudalismo . Mas ao Feudalismo da Alta Idade Média, antes de D. João II pôr na ordem os "Barões"...
No meio disto tudo, volto a encarar com alguma simpatia aquela invocação chantageosa do Dr Alberto João sobre as pretensas delícias da Independência da Madeira...
Vamos deixá-lo "bazar"? Por mim ia já hoje, e mesmo assim era tarde demais... O problema são os outros, os coitados que apesar de o elegerem ( e disso têm culpa) se veriam aflitos para sobreviver à base da banana e do turismo...
De facto, quanto a eleições, ninguém duvida que o "homem" ganhará outra vez. O Adolfo (Hitler) foi eleito por mais de 80% da população alemã antes da guerra... Em eleições demiocráticas! Ou quase...
Em terra onde o candidato emprega grande parte dos votantes e dá de comer às suas famílias e utiliza o dinheiro dos outros a desenvolver os seus projectos, mal feito fora se não ganhasse. Sempre. Vai fazer 37 anos e 41 eleições...
O Homem não tira nada para ele! Dizem os defensores. Pois, também o Salazar tinha fama de não tirar nada para ele... E o tal Adolfo não consta que fosse proprietário de grande coisa... também não precisava. Onde ele aparecia era tudo oferecido. Pudera! É o medo que guarda a vinha!
O Tempora o Mores! Como dizia o velho Cícero... Que Tempos os nossos ...E que Costumes...
E não se pode prendê-los? Parece que não... A Lei não prevê.
Há a multazinha. De 12,000 a 25,000 eurinhos. Vamos todos ver que ainda organizam um peditório a favor do Pai da Região...
Claro que o dinheiro fica lá, na dita Região, para pagar alguma ceia ao impetrante e seus fâmulos.
Max, amigo Maximiano de Sousa ( não o de hoje, que não conheço, mas sim o imortal da "Pomba Branca") a tua memória não merecia estas coisas... Chama a Mula da Cooperativa para pregar dois coices naquele personagem!
O Dr. Alberto João gastou tudo o que muito bem quis, como quis, e quando quis. Ninguém se meteu nisso nos tempos das vacas gordas, normais e assim, assim a atirar para o magro... Só na altura em que tocou a reunir para a desgraça é que alguém (mas quem??!!) se lembrou que "aqueles chatos" do Tribunal de Contas há já alguns anos que vinham avisando que se passava qualquer coisa de estranho naquele recanto do paraíso (fiscal).
Como deve ser fácil ganhar eleições com o dinheiro dos outros... Não acham? E depois vir dizer que a "maldade" de nunca ter reportado o verdadeiro valor da dívida foi "justificada pela necessidade!" uma autêntica "Legítima Defesa " contra os cubanos que nos queriam tirar o dinheiro...
Vamos imaginar que o Autarca-Mor de Faro era de um Partido contrário ao do actual Governo. E que actuava da mesma forma que o Dr. Alberto João, segurando-se nesta teoria da "Necessidade que justifica tudo"... E que o mesmo se passava com o Presidente da Câmara de Penafiel, e com o da Guarda... Estão a ver, não é? Mais valia voltar ao Feudalismo . Mas ao Feudalismo da Alta Idade Média, antes de D. João II pôr na ordem os "Barões"...
No meio disto tudo, volto a encarar com alguma simpatia aquela invocação chantageosa do Dr Alberto João sobre as pretensas delícias da Independência da Madeira...
Vamos deixá-lo "bazar"? Por mim ia já hoje, e mesmo assim era tarde demais... O problema são os outros, os coitados que apesar de o elegerem ( e disso têm culpa) se veriam aflitos para sobreviver à base da banana e do turismo...
De facto, quanto a eleições, ninguém duvida que o "homem" ganhará outra vez. O Adolfo (Hitler) foi eleito por mais de 80% da população alemã antes da guerra... Em eleições demiocráticas! Ou quase...
Em terra onde o candidato emprega grande parte dos votantes e dá de comer às suas famílias e utiliza o dinheiro dos outros a desenvolver os seus projectos, mal feito fora se não ganhasse. Sempre. Vai fazer 37 anos e 41 eleições...
O Homem não tira nada para ele! Dizem os defensores. Pois, também o Salazar tinha fama de não tirar nada para ele... E o tal Adolfo não consta que fosse proprietário de grande coisa... também não precisava. Onde ele aparecia era tudo oferecido. Pudera! É o medo que guarda a vinha!
O Tempora o Mores! Como dizia o velho Cícero... Que Tempos os nossos ...E que Costumes...
E não se pode prendê-los? Parece que não... A Lei não prevê.
Há a multazinha. De 12,000 a 25,000 eurinhos. Vamos todos ver que ainda organizam um peditório a favor do Pai da Região...
Claro que o dinheiro fica lá, na dita Região, para pagar alguma ceia ao impetrante e seus fâmulos.
Max, amigo Maximiano de Sousa ( não o de hoje, que não conheço, mas sim o imortal da "Pomba Branca") a tua memória não merecia estas coisas... Chama a Mula da Cooperativa para pregar dois coices naquele personagem!
segunda-feira, setembro 19, 2011
Plano Filatélico de 2012
Apresento, ainda em DRAFT, a proposta de Plano Filatélico para o ano que vem:
PLANO EMISSÕES 2012
VULTOS DA HISTÓRIA E DA CULTURA (Uma Única Emissão)
250 Anos do Nascimento do Compositor Marcos António da Fonseca (Marcos Portugal)
150 Anos do Nascimento do Jornalista e Político Manuel de Brito Camacho
100 Anos do Nascimento do Actor António Vilar
DATAS DA HISTÓRIA
• 175 Anos da Academia Militar
• Centenário do 1º Salão dos Humoristas
• 50 Anos da criação do GIS (actual Instituto de Ciências Sociais da UL) por Sedas Nunes
PROJECÇÃO INTERNACIONAL
• Europa 2012 – Emissão PostEurop sobre o tema “Visite….”
• Guimarães - Capital Europeia da Cultura 2012
• Jogos Olímpicos e Paralímpicos - Londres 2012
• Campeonato Europeu de Futebol (caso Portugal participe)
• 2012 Ano de Portugal no Brasil - Divulgando a Literatura Portuguesa (possível emissão conjunta com o Brasil)
• Calçada Portuguesa no Mundo
• Projecto ColorADD - Sistema de identificação de cores para Daltónicos
• 25 Anos de Programa ERASMUS
• Portugal/Argentina emissão conjunta (Fado e Tango)
TEMÁTICAS
• Rio Douro - a integrar livro “O Douro”
• A Arte do Tear – a integrar livro “Bastidores e Teares em Portugal”
• Burros em Vias de Extinção
• Sabores do Ar e do Fogo: presunto e enchidos tradicionais portugueses – a integrar livro com o mesmo nome
• Catedrais Portuguesas a integrar livro “A Rota das Catedrais”
• Último trânsito solar de Vénus deste século (6 Junho) – Ligar à figura do Padre Teodoro de Almeida (1722\1804) .
• Arte Portuguesa – a integrar livro “A Palavra e a Imagem” obra que reúne cinquenta episódios bíblicos e a sua representação em obras-primas da Arte Portuguesa
• Fado (2º grupo)
• Aqui há Selo ( tema e desenho propostos pelo público)
• Correio Escolar (protocolo dos CTT com o ME -Plano Nacional de Leitura)
AÇORES
• Europa 2012 – Emissão PostEurop - tema “Visite….”
• Açores – As Fajãs
MADEIRA
• Europa 2012 – Emissão PostEurop - tema “Visite….”
• Madeira – As Levadas
BASE
Festas Tradicionais Portuguesas (2º grupo)
ETIQUETAS
• 2012 Ano Internacional das Cooperativas
• 2012 Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos
PLANO EMISSÕES 2012
VULTOS DA HISTÓRIA E DA CULTURA (Uma Única Emissão)
250 Anos do Nascimento do Compositor Marcos António da Fonseca (Marcos Portugal)
150 Anos do Nascimento do Jornalista e Político Manuel de Brito Camacho
100 Anos do Nascimento do Actor António Vilar
DATAS DA HISTÓRIA
• 175 Anos da Academia Militar
• Centenário do 1º Salão dos Humoristas
• 50 Anos da criação do GIS (actual Instituto de Ciências Sociais da UL) por Sedas Nunes
PROJECÇÃO INTERNACIONAL
• Europa 2012 – Emissão PostEurop sobre o tema “Visite….”
• Guimarães - Capital Europeia da Cultura 2012
• Jogos Olímpicos e Paralímpicos - Londres 2012
• Campeonato Europeu de Futebol (caso Portugal participe)
• 2012 Ano de Portugal no Brasil - Divulgando a Literatura Portuguesa (possível emissão conjunta com o Brasil)
• Calçada Portuguesa no Mundo
• Projecto ColorADD - Sistema de identificação de cores para Daltónicos
• 25 Anos de Programa ERASMUS
• Portugal/Argentina emissão conjunta (Fado e Tango)
TEMÁTICAS
• Rio Douro - a integrar livro “O Douro”
• A Arte do Tear – a integrar livro “Bastidores e Teares em Portugal”
• Burros em Vias de Extinção
• Sabores do Ar e do Fogo: presunto e enchidos tradicionais portugueses – a integrar livro com o mesmo nome
• Catedrais Portuguesas a integrar livro “A Rota das Catedrais”
• Último trânsito solar de Vénus deste século (6 Junho) – Ligar à figura do Padre Teodoro de Almeida (1722\1804) .
• Arte Portuguesa – a integrar livro “A Palavra e a Imagem” obra que reúne cinquenta episódios bíblicos e a sua representação em obras-primas da Arte Portuguesa
• Fado (2º grupo)
• Aqui há Selo ( tema e desenho propostos pelo público)
• Correio Escolar (protocolo dos CTT com o ME -Plano Nacional de Leitura)
AÇORES
• Europa 2012 – Emissão PostEurop - tema “Visite….”
• Açores – As Fajãs
MADEIRA
• Europa 2012 – Emissão PostEurop - tema “Visite….”
• Madeira – As Levadas
BASE
Festas Tradicionais Portuguesas (2º grupo)
ETIQUETAS
• 2012 Ano Internacional das Cooperativas
• 2012 Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos
sexta-feira, setembro 16, 2011
Para descansar a Vista
AhuraMazda era o deus persa (mitos do Zoroartrianismo) da luz, do Sol e da vida. Uma força do bem, que se opunha ao maléfico Ahriman , que representava a escuridão e a morte.
Tempo mais que oportuno para celebrar a nossa Luz de todos os dias, numa altura em que consta que a factura da EDP - actual fornecedora das energias eléctricas - poderá aumentar 30% já em Janeiro, acrescida do aumento do IVA de 6% para 23%... Em cada facturazinha... Já fizeram as contas?
Eu também não. Mas parece-me que vamos sofrer...
Amo-te nesta Ideia Nocturna da Luz nas Mãos
Amo-te nesta ideia nocturna da luz nas mãos
E quero cair em desuso
Fundir-me completamente.
Esperar o clarão da tua vinda, a estrela, o teu anjo
Os focos celestes que a candeia humana não iguala
Que os olhos da pessoa amada não fazem esquecer.
Amo tão grandemente a ideia do teu rosto que penso ver-te
Voltado para mim
Inclinado como a criança que quer voltar ao chão.
Daniel Faria, in "Dos Líquidos"
Querem uma Luz Melhor que a do Sol!
AH! Querem uma luz melhor que
a do Sol!
Querem prados mais verdes do que estes!
Querem flores mais belas do que estas
que vejo!
A mim este Sol, estes prados, estas flores contentam-me.
Mas, se acaso me descontentam,
O que quero é um sol mais sol
que o Sol,
O que quero é prados mais prados
que estes prados,
O que quero é flores mais estas flores
que estas flores -
Tudo mais ideal do que é do mesmo modo e da mesma maneira!
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Nota: a imagem retrata a figura mitológica de Ahriman numa das suas encarnações.
Tempo mais que oportuno para celebrar a nossa Luz de todos os dias, numa altura em que consta que a factura da EDP - actual fornecedora das energias eléctricas - poderá aumentar 30% já em Janeiro, acrescida do aumento do IVA de 6% para 23%... Em cada facturazinha... Já fizeram as contas?
Eu também não. Mas parece-me que vamos sofrer...
Amo-te nesta Ideia Nocturna da Luz nas Mãos
Amo-te nesta ideia nocturna da luz nas mãos
E quero cair em desuso
Fundir-me completamente.
Esperar o clarão da tua vinda, a estrela, o teu anjo
Os focos celestes que a candeia humana não iguala
Que os olhos da pessoa amada não fazem esquecer.
Amo tão grandemente a ideia do teu rosto que penso ver-te
Voltado para mim
Inclinado como a criança que quer voltar ao chão.
Daniel Faria, in "Dos Líquidos"
Querem uma Luz Melhor que a do Sol!
AH! Querem uma luz melhor que
a do Sol!
Querem prados mais verdes do que estes!
Querem flores mais belas do que estas
que vejo!
A mim este Sol, estes prados, estas flores contentam-me.
Mas, se acaso me descontentam,
O que quero é um sol mais sol
que o Sol,
O que quero é prados mais prados
que estes prados,
O que quero é flores mais estas flores
que estas flores -
Tudo mais ideal do que é do mesmo modo e da mesma maneira!
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Nota: a imagem retrata a figura mitológica de Ahriman numa das suas encarnações.
Comentário
O Amigo Calado comenta e critica:
"Justíssima homenagem ao sr. Luís Duran, um dos grandes responsáveis pelo prestígio que tem a filatelia portuguesa. Aproveito a oportunidade para sugerir uma outra exposição que a administração (?) dos CTT poderia promover brevemente: "As estações encerradas dos Correios de Portugal: memórias do tempo do serviço público postal".
Comentário ao Comentário: Que bom seria se os CTT pudessem continuar com as suas quase 1200 estações - que as chegaram a ter num tempo assim não tão antigo, onde se abriam estações de correio nas mais diversas localidades para calar a boca ao povo, porque era mais barato ao erário público do que abrir valas para o saneamento básico ou levantar postes para a rede eléctrica - nesse tempo éramos a 3ª maior empresa do país em volume de vendas (depois da Galp e da EDP). Estavam debaixo do nosso emblema a PT e os TLP...
Hélas! Os tempos mudaram e hoje o negócio postal luta pela sobrevivência em todos os países do mundo. O USPS por exemplo, entrará em default (como dizem os americanos) já no final deste mês. São os maiores correios do muindo e empregavam quase 1 milhão de pessoas! Mesmo cá em Portugal o tráfego postal cai todos os dias, fruto da concorrência das novas tecnologias. Aqui no burgo postal luso racionalizar os meios antes de privatizar parece ser o objectivo. Mas privatizar para quê?
Sendo os CTT (leiam hoje no caderno de economia do Público) uma das duas empresas do Estado que ainda dão lucros ( a outra é a Águas de Portugal) ?
Parece estranho...Ou talvez não.
"Justíssima homenagem ao sr. Luís Duran, um dos grandes responsáveis pelo prestígio que tem a filatelia portuguesa. Aproveito a oportunidade para sugerir uma outra exposição que a administração (?) dos CTT poderia promover brevemente: "As estações encerradas dos Correios de Portugal: memórias do tempo do serviço público postal".
Comentário ao Comentário: Que bom seria se os CTT pudessem continuar com as suas quase 1200 estações - que as chegaram a ter num tempo assim não tão antigo, onde se abriam estações de correio nas mais diversas localidades para calar a boca ao povo, porque era mais barato ao erário público do que abrir valas para o saneamento básico ou levantar postes para a rede eléctrica - nesse tempo éramos a 3ª maior empresa do país em volume de vendas (depois da Galp e da EDP). Estavam debaixo do nosso emblema a PT e os TLP...
Hélas! Os tempos mudaram e hoje o negócio postal luta pela sobrevivência em todos os países do mundo. O USPS por exemplo, entrará em default (como dizem os americanos) já no final deste mês. São os maiores correios do muindo e empregavam quase 1 milhão de pessoas! Mesmo cá em Portugal o tráfego postal cai todos os dias, fruto da concorrência das novas tecnologias. Aqui no burgo postal luso racionalizar os meios antes de privatizar parece ser o objectivo. Mas privatizar para quê?
Sendo os CTT (leiam hoje no caderno de economia do Público) uma das duas empresas do Estado que ainda dão lucros ( a outra é a Águas de Portugal) ?
Parece estranho...Ou talvez não.
quinta-feira, setembro 15, 2011
11 de Outubro - Mais detalhes
O Dia Mundial dos Correios deste ano será celebrado a 11 de Outubro, e não a 9 - data padrão destas comemorações - por se tratar de um Domingo. O local é a Fundação Portuguesa das Comunicações, o edifício que alberga (entre outras coisas) as colecções filatélicas que os CTT e o Estado português (selos das ex-colónias) depositaram a cargo da Fundação.
Pois nesse dia 11 de Outubro de 2011 faremos uma homenagem nacional ao Director de Arte dos CTT - Luiz Duran - aposentado em Março deste ano depois de 33 anos de uma carreira que marcou significativamente o panorama da produção filatélica nacional e não só (dos PALOP's também).
Na sala de exposições da FPC será inaugurada nesse dia uma exposição evocativa da Obra artística do Luiz, não só daquilo que fez para os CTT mas também juntando todas as suas outras actividades no meio da arte em Portugal. Desde a pintura , onde estarão patentes duas dezenas de quadros seus, a maioria pertencente a colecções particulares, até ao design gráfico industrial para grandes editoras nacionais, passando pela sua colaboração na ilustração de meios de comunicação que fizeram história no país de Abril de 74, como o "Jornal Novo" para dar só um exemplo...
Torno a levantar um pouco mais o véu desta iniciativa e anexo o texto (ainda em drfat) da Folha de Sala que será distribuída na inauguração da exposição de Homenagem ao Luiz:
"33 anos de trabalho dedicado aos CTT e à Filatelia de Portugal e mais de 50 – como ele gosta de dizer - “ a fazer bonecos”.
Uma curta frase para lançar esta Exposição do Luiz Duran, Director de Arte dos CTT desde 1978, um dos principais responsáveis pelo facto da Filatelia dos Correios de Portugal ter atingido o lugar de destaque que hoje mantém no panorama mundial da actividade. Mas também o designer e multifacetado autor de inúmeras capas de livros, caricaturas e desenhos para diversos jornais e revistas e o pintor que, nas poucas horas vagas, dava asas à sua imaginação criadora.
A Exposição tenta retratar as diversas facetas dos trabalhos da vida do Luiz, de uma forma necessariamente sintética mas que pretende mostrar os principais pontos altos da sua produção artística.
Sintética porque foi Duran extraordinariamente prolífico como artista plástico. Mas mais ainda como coordenador do trabalho de design de outros, actividade em que se revelou sempre exímio. Fosse em Portugal e para os Correios de Portugal como em Macau, Timor ou em muitos PALOP’s.
Mais de 100 selos assinou pessoalmente, mas mandou fazer e orientou a execução final de pelo menos 1500… Coordenou também a Produção de 140 edições de Livros para os CTT - alguns dos quais premiados ( de entre eles 87 encontram-se hoje completamente esgotados). E tantas quantas 5 dezenas de capas de livros (ou mais) desenhou… Fora o resto que por aqui também se tenta mostrar.
É fácil imaginar a vida artística do Luiz Duran dividida em três partes. Aquela que realizou dentro dos CTT , enquadrada pelo seu papel de Director de Arte, a que decorreu da sua vida profissional antes de entrar para os quadros dos CTT, e a que manteve a título pessoal, convivendo com qualquer das anteriores.
Nesta sala tentamos dar conta das três vertentes, desta “esquizofrenia” virtuosa que permite (e bem) a um espírito livre exprimir-se dentro e fora das peias do seu “ganha-pão” quando se tem a sorte, como teve o Luiz, deste “ganha –pão” não ser mais do que a extensão da sua personalidade.
Nas paredes podem ver-se as suas incursões no universo da pintura. Serão poucas e a elas damos uma relevância que pode parecer inusitada dado o respectivo pouco peso relativo na obra do Luiz. Mas quantidade não é qualidade e mostrar ao Público apenas o designer dos múltiplos de arte sem dar a conhecer a vertente mais escondida e pessoal da sua expressão formal parecia , e seria, redutor.
A pintura do Luiz é intimista mas reveladora dos seus estados de alma. À medida que o tempo passa parece refugiar-se o pintor cada vez mais nas tonalidades sombrias das suas cores de eleição, a paleta do vermelho\cian e respectivas matizes. Mas logo o seu universo de fantasia foge à “vil tristeza” da ditadura cromática para explodir em temas e objectos que não escondem o humor – por vezes corrosivo, é certo – que faz parte integrante da sua personalidade.
No centro da sala uma mostra – uma pequena mostra – da sua produção noutras áreas com especial relevo para os Selos Postais onde revelou mestria absoluta. Não podemos mostrar todos, mas aqueles que aqui estão são todos eles característicos de uma época. Sem esquecer os que receberam grandes prémios internacionais.
Por último uma abordagem à sua intervenção como Editor ao serviço dos CTT Correios de Portugal. Luiz Duran foi um dos principais responsáveis por esta aventura de êxito assinalável que começou em 1983, com primícias de novidade mundial absoluta, ao juntar-se o texto e o tema do Livro aos selos postais de idêntica configuração. E que continua, após 140 títulos editados em 27 anos, a manter as mesmas características de alta qualidade na concepção e produção de cada Obra e sobretudo de elevado nível na escolha de temas e de Autores."
Um dia destes falo do Catálogo que editaremos especialmente para essa ocasião, uma peça rara (apenas 750 exs) que não será vendida (!!) e que contém informação importante para todos os estudiosos da Filatelia em Portugal...
Nota. Caricatura da autoria de Vasco Gargalo.
Pois nesse dia 11 de Outubro de 2011 faremos uma homenagem nacional ao Director de Arte dos CTT - Luiz Duran - aposentado em Março deste ano depois de 33 anos de uma carreira que marcou significativamente o panorama da produção filatélica nacional e não só (dos PALOP's também).
Na sala de exposições da FPC será inaugurada nesse dia uma exposição evocativa da Obra artística do Luiz, não só daquilo que fez para os CTT mas também juntando todas as suas outras actividades no meio da arte em Portugal. Desde a pintura , onde estarão patentes duas dezenas de quadros seus, a maioria pertencente a colecções particulares, até ao design gráfico industrial para grandes editoras nacionais, passando pela sua colaboração na ilustração de meios de comunicação que fizeram história no país de Abril de 74, como o "Jornal Novo" para dar só um exemplo...
Torno a levantar um pouco mais o véu desta iniciativa e anexo o texto (ainda em drfat) da Folha de Sala que será distribuída na inauguração da exposição de Homenagem ao Luiz:
"33 anos de trabalho dedicado aos CTT e à Filatelia de Portugal e mais de 50 – como ele gosta de dizer - “ a fazer bonecos”.
Uma curta frase para lançar esta Exposição do Luiz Duran, Director de Arte dos CTT desde 1978, um dos principais responsáveis pelo facto da Filatelia dos Correios de Portugal ter atingido o lugar de destaque que hoje mantém no panorama mundial da actividade. Mas também o designer e multifacetado autor de inúmeras capas de livros, caricaturas e desenhos para diversos jornais e revistas e o pintor que, nas poucas horas vagas, dava asas à sua imaginação criadora.
A Exposição tenta retratar as diversas facetas dos trabalhos da vida do Luiz, de uma forma necessariamente sintética mas que pretende mostrar os principais pontos altos da sua produção artística.
Sintética porque foi Duran extraordinariamente prolífico como artista plástico. Mas mais ainda como coordenador do trabalho de design de outros, actividade em que se revelou sempre exímio. Fosse em Portugal e para os Correios de Portugal como em Macau, Timor ou em muitos PALOP’s.
Mais de 100 selos assinou pessoalmente, mas mandou fazer e orientou a execução final de pelo menos 1500… Coordenou também a Produção de 140 edições de Livros para os CTT - alguns dos quais premiados ( de entre eles 87 encontram-se hoje completamente esgotados). E tantas quantas 5 dezenas de capas de livros (ou mais) desenhou… Fora o resto que por aqui também se tenta mostrar.
É fácil imaginar a vida artística do Luiz Duran dividida em três partes. Aquela que realizou dentro dos CTT , enquadrada pelo seu papel de Director de Arte, a que decorreu da sua vida profissional antes de entrar para os quadros dos CTT, e a que manteve a título pessoal, convivendo com qualquer das anteriores.
Nesta sala tentamos dar conta das três vertentes, desta “esquizofrenia” virtuosa que permite (e bem) a um espírito livre exprimir-se dentro e fora das peias do seu “ganha-pão” quando se tem a sorte, como teve o Luiz, deste “ganha –pão” não ser mais do que a extensão da sua personalidade.
Nas paredes podem ver-se as suas incursões no universo da pintura. Serão poucas e a elas damos uma relevância que pode parecer inusitada dado o respectivo pouco peso relativo na obra do Luiz. Mas quantidade não é qualidade e mostrar ao Público apenas o designer dos múltiplos de arte sem dar a conhecer a vertente mais escondida e pessoal da sua expressão formal parecia , e seria, redutor.
A pintura do Luiz é intimista mas reveladora dos seus estados de alma. À medida que o tempo passa parece refugiar-se o pintor cada vez mais nas tonalidades sombrias das suas cores de eleição, a paleta do vermelho\cian e respectivas matizes. Mas logo o seu universo de fantasia foge à “vil tristeza” da ditadura cromática para explodir em temas e objectos que não escondem o humor – por vezes corrosivo, é certo – que faz parte integrante da sua personalidade.
No centro da sala uma mostra – uma pequena mostra – da sua produção noutras áreas com especial relevo para os Selos Postais onde revelou mestria absoluta. Não podemos mostrar todos, mas aqueles que aqui estão são todos eles característicos de uma época. Sem esquecer os que receberam grandes prémios internacionais.
Por último uma abordagem à sua intervenção como Editor ao serviço dos CTT Correios de Portugal. Luiz Duran foi um dos principais responsáveis por esta aventura de êxito assinalável que começou em 1983, com primícias de novidade mundial absoluta, ao juntar-se o texto e o tema do Livro aos selos postais de idêntica configuração. E que continua, após 140 títulos editados em 27 anos, a manter as mesmas características de alta qualidade na concepção e produção de cada Obra e sobretudo de elevado nível na escolha de temas e de Autores."
Um dia destes falo do Catálogo que editaremos especialmente para essa ocasião, uma peça rara (apenas 750 exs) que não será vendida (!!) e que contém informação importante para todos os estudiosos da Filatelia em Portugal...
Nota. Caricatura da autoria de Vasco Gargalo.
quarta-feira, setembro 14, 2011
Reflexões sobre o aumento do IVA na Restauração e Bebidas
Em Portugal os estabelecimentos de restauração têm uma taxa de IVA de 13%. Em Espanha a mesma taxa é de 7%. Tal imposto abrange também a Hotelaria (dormidas) onde as taxas de Portugal e Espanha de momento são 6%. e 7% respectivamente.
Com as notícias de hoje segundo as quais a Troika acha ( e bem) que já não é possível aumentar mais impostos em Portugal, devendo o equilíbrio orçamental passar pelos cortes da despesa e pela descida da Taxa Social Única (em 8%) alguns devem ter sossegado. O IVA não subirá mais do que aquilo que já está previsto para 2011... Enganam-se. Ou todas as taxas intermédias passam à taxa Normal já em 2011, ou tal se verificará em 2012. Porquê?
Para descer 8% a TSU é imperativo que o Governo vá buscar dinheiro a algum lado para continuar a financiar a Segurança Social. O único local disponível é o IVA. E é sempre possível argumentar que uniformizar as taxas todas para os 23% não é bem "aumentar" o imposto...
Na Hotelaria, Restauração e Similares é mais que provável que o Imposto passe para 23%. E a grande subida será obviamente nas dormidas de Hotelaria (de 6% para 23%).
José Manuel Esteves, Presidente da AHRESP afirmou em Julho deste ano à LUSA sobre a hipótese desta taxa em Portugal passar para 23%:
“Seria dar um tiro no pé, matar a galinha dos ovos de ouro. O turismo, líder das exportações, é o petróleo português. Tudo o que fizermos em sentido contrário é por em risco o combate ao défice e gerar os efeitos opostos. Qualquer aumento de impostos vai significar diminuição da receita, vai significar convite à fuga ao fisco à economia paralela. Qualquer mexida nos impostos vai causar, no mínimo, o encerramento de cerca de 40 mil estabelecimentos. Esses estabelecimentos têm quatro, cinco trabalhadores cada um. Estamos a falar, em dois anos, de um mínimo de 200 mil postos de trabalho a acrescer ao desemprego”.
Mesmo não querendo ser tão catastrofista, é certo que já com a crise a bater à porta de muitos estabelecimentos, o aumento do IVA será mais um prego no respectivo caixão. E das duas uma, ou tentam os hoteleiros assumir esse aumento eles próprios, como custo, ou então terão de o transferir para os preços. E neste último caso é que pode a procura ainda mais rarear.
Nas bebidas alcoólicas o IVA é já de 23% com a excepção do chamado "vinho comum", onde se aplica a taxa intermédia de 13%. Se esta também passar para 23% as notícias vão de mal a pior para os Hoteleiros e Restauradores.
Será sempre possível, como dizia um Amigo meu ontem, limitar as actuais (nalguns casos escandalosas) taxas de rentabilidade que os restaurantes têm nos vinhos, e assumir com maior facilidade esta subida do IVA sem mexer nos preços da carta de vinhos.
Mas o problema será predominantemente psicológico: o chefe de família fica sem argumentos para levar a família a almoçar fora quando todas as notícias que lhe entram pela porta dentro falam destes "aumentos"...
Na vida de amanhã cada vez mais será "quem tem unhas que vai poder continuar a tocar guitarra". Mas temo que para manter as "unhas" muitos restaurantes vão ter eles também que diminuir os custos de operação.
Fazê-lo sem sacrificar a qualidade - nos ingredientes ou no serviço - será um trabalho digno de Hércules, e o meu receio é que essa racionalização de custos de operação passe cada vez mais pela diminuição do número dos trabalhadores, "elo mais fraco" em todo este processo que os transcende e do qual não tiveram nenhuma culpa.
Com as notícias de hoje segundo as quais a Troika acha ( e bem) que já não é possível aumentar mais impostos em Portugal, devendo o equilíbrio orçamental passar pelos cortes da despesa e pela descida da Taxa Social Única (em 8%) alguns devem ter sossegado. O IVA não subirá mais do que aquilo que já está previsto para 2011... Enganam-se. Ou todas as taxas intermédias passam à taxa Normal já em 2011, ou tal se verificará em 2012. Porquê?
Para descer 8% a TSU é imperativo que o Governo vá buscar dinheiro a algum lado para continuar a financiar a Segurança Social. O único local disponível é o IVA. E é sempre possível argumentar que uniformizar as taxas todas para os 23% não é bem "aumentar" o imposto...
Na Hotelaria, Restauração e Similares é mais que provável que o Imposto passe para 23%. E a grande subida será obviamente nas dormidas de Hotelaria (de 6% para 23%).
José Manuel Esteves, Presidente da AHRESP afirmou em Julho deste ano à LUSA sobre a hipótese desta taxa em Portugal passar para 23%:
“Seria dar um tiro no pé, matar a galinha dos ovos de ouro. O turismo, líder das exportações, é o petróleo português. Tudo o que fizermos em sentido contrário é por em risco o combate ao défice e gerar os efeitos opostos. Qualquer aumento de impostos vai significar diminuição da receita, vai significar convite à fuga ao fisco à economia paralela. Qualquer mexida nos impostos vai causar, no mínimo, o encerramento de cerca de 40 mil estabelecimentos. Esses estabelecimentos têm quatro, cinco trabalhadores cada um. Estamos a falar, em dois anos, de um mínimo de 200 mil postos de trabalho a acrescer ao desemprego”.
Mesmo não querendo ser tão catastrofista, é certo que já com a crise a bater à porta de muitos estabelecimentos, o aumento do IVA será mais um prego no respectivo caixão. E das duas uma, ou tentam os hoteleiros assumir esse aumento eles próprios, como custo, ou então terão de o transferir para os preços. E neste último caso é que pode a procura ainda mais rarear.
Nas bebidas alcoólicas o IVA é já de 23% com a excepção do chamado "vinho comum", onde se aplica a taxa intermédia de 13%. Se esta também passar para 23% as notícias vão de mal a pior para os Hoteleiros e Restauradores.
Será sempre possível, como dizia um Amigo meu ontem, limitar as actuais (nalguns casos escandalosas) taxas de rentabilidade que os restaurantes têm nos vinhos, e assumir com maior facilidade esta subida do IVA sem mexer nos preços da carta de vinhos.
Mas o problema será predominantemente psicológico: o chefe de família fica sem argumentos para levar a família a almoçar fora quando todas as notícias que lhe entram pela porta dentro falam destes "aumentos"...
Na vida de amanhã cada vez mais será "quem tem unhas que vai poder continuar a tocar guitarra". Mas temo que para manter as "unhas" muitos restaurantes vão ter eles também que diminuir os custos de operação.
Fazê-lo sem sacrificar a qualidade - nos ingredientes ou no serviço - será um trabalho digno de Hércules, e o meu receio é que essa racionalização de custos de operação passe cada vez mais pela diminuição do número dos trabalhadores, "elo mais fraco" em todo este processo que os transcende e do qual não tiveram nenhuma culpa.
O corno da sorte e a "pajelança"
Um Amigo mandou-me um mail dizendo que esta coisa de um "corno dar sorte" não é assim tão fácil...
Manda a tradição que o corno tem de ser achado (!!??) e não comprado.. e para ter virtude deve depois ser benzido por alguém que conheça "desta poda"...
Veio-me logo à memória o nosso amigo Pajé Kisibi Sumu, (ou Raimundo Veloso Vaz) lá de S. João do Tupé (Manaus). Pode ser que ele possa fazer a pajelança (reza tradicional) pela InterNet, a troco de uma "gorgeta" já se sabe...
Agora o problema é achar um corno. No chão, porque no ar andam muitos, até demais...
Manda a tradição que o corno tem de ser achado (!!??) e não comprado.. e para ter virtude deve depois ser benzido por alguém que conheça "desta poda"...
Veio-me logo à memória o nosso amigo Pajé Kisibi Sumu, (ou Raimundo Veloso Vaz) lá de S. João do Tupé (Manaus). Pode ser que ele possa fazer a pajelança (reza tradicional) pela InterNet, a troco de uma "gorgeta" já se sabe...
Agora o problema é achar um corno. No chão, porque no ar andam muitos, até demais...
terça-feira, setembro 13, 2011
Ontem vi um corno
Já comecei melhor estas crónicas amigos leitores... "Ontem vi um corno?" O que é que terão os leitores a ver com isso?
Detemo-nos na apreciação do contexto antes de passarmos a justificar a ocorrência:
Ver um corno pode ter vários significados.
Desde logo salta à vista a presunção de que a palavra "corno" pode ser um eufemismo para "marido enganado". Nesse sentido estou consciente de que todos nós, a maioria dos Leitores, verá "cornos destes" quase todos os dias. Pode ser também uma forma de auto-flagelação. O Marido , ao fazer a barba e olhando-se ao espelho poderá em certas circunstâncias (que se encontram longe, obviamente, de todos os frequentadores deste Blog) "ver um corno"...
Também acontece - já terá acontecido a todos - tratar por "corno" um bife duro que nem solas de sapatos de cantoneiros... De facto o corno é sempre a primeira carne a chegar ao matadouro, como sabemos, pelo que de vez em quando lá nos aparece no prato um seu primo direito.
Por outro lado , na linguagem corrente de um amador tauromáquico ( escalabitano e por essas redondezas) abundam os termos onde a raíz "corno" existe: Por exemplo, na definição do chamado "trapio" - a configuração externa do animal de lide - para além do tamanho e peso lá aparece a "conformação dos cornos". E, dentro desta é muito estudada a "cornamenta do touro de lide". Uma autêntica ciência que se divide em "Cor", "Inserção" , Grossura", "Tamanho", "Forma", "Integridade" e "Simetria"...
Por exemplo, um touro é Capacho quando apresenta uma cornamenta cujas hastes crescem para fora e para baixo, e depois para cima e para dentro. Zurdo se a córnea apresenta desigualdade do tamanho dos cornos. E também pode ser Mocho se exibe a perda de um corno na totalidade ou em grande parte.
Definição de corno na enciclopédia Luso-brasileira:
Cada um dos apêndices duros e recurvados que se projetam da cabeça de certos animais; chifre; aspas, armas.
Bico, ponta, objeto de forma semelhante à de um corno.
Astronomia. As pontas do crescente lunar.
Pop. Marido cuja mulher lhe é infiel. (V. CORNUDO.)
Pôr cornos, ser infiel (ao cônjuge); cornear.
Pôr (alguém) nos cornos da lua, exaltar, louvar exageradamente, calorosamente.
Mas voltando à vaca fria ( termo aqui aplicado com grande oportunidade) quando ontem "vi um corno" o que se passou foi mesmo isso: dentro de uma gaveta onde raramente vou, e que vasculhei ontem naquele frenesim que nos toca a todos quando sabemos mesmo que temos alguma coisa em casa mas que não aparece quando precisamos dela (no caso vertente o SIM do meu nº de TM particular) deparei com um velhinho corno (provavelmente de carneiro, pela dimensão) embrulhado em papel de seda, bem ao fundo da gaveta...
Questionada a Senhora Mãe sobre o assunto logo disse:
- "Esse corno é antigo, está na família há muitos anos! Sempre andou nos carros do teu Pai, e olha que nunca teve nenhum acidente! Nem quando vinha já tocadito... Qando mudaste de casa meti-o aí na gaveta para dar sorte."
A tal "sorte" não tem aparecido assim tanto como seria o dever de um corno a sério (aquele também é pequeno...) Mas como não quero desafiar os poderes da coisa, tornei-o a meter na mesma gaveta.
Só um pormenor que se calhar nos "lixou a todos": aquilo cheirava um bocado mal, por isso lavei-o primeiro e durante a operação ... saltou-lhe um bocado...
Lá ficou o talismã "Despitorrado"... Espero que não se vingue , volte o bico ao prego e entre em greve de zelo... Alguém sabe por aí onde se podem comprar cornos? Dos rijos?
Detemo-nos na apreciação do contexto antes de passarmos a justificar a ocorrência:
Ver um corno pode ter vários significados.
Desde logo salta à vista a presunção de que a palavra "corno" pode ser um eufemismo para "marido enganado". Nesse sentido estou consciente de que todos nós, a maioria dos Leitores, verá "cornos destes" quase todos os dias. Pode ser também uma forma de auto-flagelação. O Marido , ao fazer a barba e olhando-se ao espelho poderá em certas circunstâncias (que se encontram longe, obviamente, de todos os frequentadores deste Blog) "ver um corno"...
Também acontece - já terá acontecido a todos - tratar por "corno" um bife duro que nem solas de sapatos de cantoneiros... De facto o corno é sempre a primeira carne a chegar ao matadouro, como sabemos, pelo que de vez em quando lá nos aparece no prato um seu primo direito.
Por outro lado , na linguagem corrente de um amador tauromáquico ( escalabitano e por essas redondezas) abundam os termos onde a raíz "corno" existe: Por exemplo, na definição do chamado "trapio" - a configuração externa do animal de lide - para além do tamanho e peso lá aparece a "conformação dos cornos". E, dentro desta é muito estudada a "cornamenta do touro de lide". Uma autêntica ciência que se divide em "Cor", "Inserção" , Grossura", "Tamanho", "Forma", "Integridade" e "Simetria"...
Por exemplo, um touro é Capacho quando apresenta uma cornamenta cujas hastes crescem para fora e para baixo, e depois para cima e para dentro. Zurdo se a córnea apresenta desigualdade do tamanho dos cornos. E também pode ser Mocho se exibe a perda de um corno na totalidade ou em grande parte.
Definição de corno na enciclopédia Luso-brasileira:
Cada um dos apêndices duros e recurvados que se projetam da cabeça de certos animais; chifre; aspas, armas.
Bico, ponta, objeto de forma semelhante à de um corno.
Astronomia. As pontas do crescente lunar.
Pop. Marido cuja mulher lhe é infiel. (V. CORNUDO.)
Pôr cornos, ser infiel (ao cônjuge); cornear.
Pôr (alguém) nos cornos da lua, exaltar, louvar exageradamente, calorosamente.
Mas voltando à vaca fria ( termo aqui aplicado com grande oportunidade) quando ontem "vi um corno" o que se passou foi mesmo isso: dentro de uma gaveta onde raramente vou, e que vasculhei ontem naquele frenesim que nos toca a todos quando sabemos mesmo que temos alguma coisa em casa mas que não aparece quando precisamos dela (no caso vertente o SIM do meu nº de TM particular) deparei com um velhinho corno (provavelmente de carneiro, pela dimensão) embrulhado em papel de seda, bem ao fundo da gaveta...
Questionada a Senhora Mãe sobre o assunto logo disse:
- "Esse corno é antigo, está na família há muitos anos! Sempre andou nos carros do teu Pai, e olha que nunca teve nenhum acidente! Nem quando vinha já tocadito... Qando mudaste de casa meti-o aí na gaveta para dar sorte."
A tal "sorte" não tem aparecido assim tanto como seria o dever de um corno a sério (aquele também é pequeno...) Mas como não quero desafiar os poderes da coisa, tornei-o a meter na mesma gaveta.
Só um pormenor que se calhar nos "lixou a todos": aquilo cheirava um bocado mal, por isso lavei-o primeiro e durante a operação ... saltou-lhe um bocado...
Lá ficou o talismã "Despitorrado"... Espero que não se vingue , volte o bico ao prego e entre em greve de zelo... Alguém sabe por aí onde se podem comprar cornos? Dos rijos?
segunda-feira, setembro 12, 2011
O Congresso
António José Seguro cumpriu o objectivo de uma vida: chegou à liderança do PS. Ontem o formalizou e ratificou. Também devemos dizer que, se tivesse podido escolher, não seria este o momento de estar onde está... A crise, as culpas do "velho" PS de há meses atrás, a abada que levou nas últimas eleições (inevitáveis serão estas tareias para precipitarem as mudanças de leaders, mas mesmo asim podia ter sido mais meiga a trepa...) E por aí fora.
Mas as circunstâncias são o que são e é altura para se arrimar onde pode e ir preparando a ascensão ao trono...
O que podemos discutir é se na altura de "ascender" ainda haverá país para governar do dito trono, ou se as funções de 1º Ministro não serão mais do que as do Governador das Ilhas Sandwich que, por falta de ocupação condigna nas ditas ilhas, terá inventado a sandocha que hoje volta a ser o almoço do funcionário público em Portugal...
Que diferença entre este novo Leader e o que encontrou ultimamente a sua veia filosofal ?
TóZé é mais afável. Tem um feitio que o aproxima das pessoas, do Povão .É muito menos arrogante. Também será pior tribuno, não tem a magia declamatória do Sócrates, mas na concorrência também não há melhor. Por acaso a sua forma naif de comunicar até pode ser alguma vantagem neste recanto um pouco farto de demagogia e discurso inflamado. Palavras leva-as o vento (para Paris).
E do ponto de vista dialéctico? Sobre a "mensagem" a transmitir, sobre o "programa" deste PS que se quer Novo? Bem,aqui as coisas vão um bocado no início... Pouco se ouviu de verdadeiramente novo. Talvez o facto de ter sido o primeiro leader nacional que pôs a questão do Federalismo Europeu abertamente à discussão... Terá sido imprudente, com o patriotismo luso a morder-lhe as canelas a partir de ontem, todos os antigos e modernos bastiões do marialvismo (desde o fado negro e as touradas até às claques dos futebóis) todos juntos a declararem guerra à sua pessoa?
Na minha opinião foi imprudente mas também corajoso. É esta uma discussão que não se pode evitar... E entre um Federalismo que respeite as idiosincrisias nacionais e dê melhor nível de vida aos portugueses OU a situação actual ( ou pior) já não sei quem ganharia em referendo...
E quanto à crise? O que nos diz este PS? Também pouca coisa. Que respeitará o que foi assinado pela antiga "gerência", mas que não deve ir o sapateiro para além da chinela, isto é, não deve o Governo da Nação castigar o Povo para lá do que já foi escrito e acordado com a famigerada Troika. Repito, por enquanto é pouco... também falou em algumas alternativas para a subida do IVA, mas soube a almoço bem franciscano este primeiro envolvimento do PS na definição de alternativas ( se calhar porque de facto haverá bem poucas).
Ressalta também deste Congresso a posição de António Costa, demarcada da liderança de António José Seguro, talvez a preparar desde já a sua oposição a este PS... Ou, em alternativa, piscando os olhos a um "Centrão" menos à esquerda que lhe permita base de apoio para as Presidenciais? Logo veremos.
E pronto. Há que esperar e dar o benefício da dúvida.
Pelos Actos e não pelas Palavras o julgaremos.
Mas as circunstâncias são o que são e é altura para se arrimar onde pode e ir preparando a ascensão ao trono...
O que podemos discutir é se na altura de "ascender" ainda haverá país para governar do dito trono, ou se as funções de 1º Ministro não serão mais do que as do Governador das Ilhas Sandwich que, por falta de ocupação condigna nas ditas ilhas, terá inventado a sandocha que hoje volta a ser o almoço do funcionário público em Portugal...
Que diferença entre este novo Leader e o que encontrou ultimamente a sua veia filosofal ?
TóZé é mais afável. Tem um feitio que o aproxima das pessoas, do Povão .É muito menos arrogante. Também será pior tribuno, não tem a magia declamatória do Sócrates, mas na concorrência também não há melhor. Por acaso a sua forma naif de comunicar até pode ser alguma vantagem neste recanto um pouco farto de demagogia e discurso inflamado. Palavras leva-as o vento (para Paris).
E do ponto de vista dialéctico? Sobre a "mensagem" a transmitir, sobre o "programa" deste PS que se quer Novo? Bem,aqui as coisas vão um bocado no início... Pouco se ouviu de verdadeiramente novo. Talvez o facto de ter sido o primeiro leader nacional que pôs a questão do Federalismo Europeu abertamente à discussão... Terá sido imprudente, com o patriotismo luso a morder-lhe as canelas a partir de ontem, todos os antigos e modernos bastiões do marialvismo (desde o fado negro e as touradas até às claques dos futebóis) todos juntos a declararem guerra à sua pessoa?
Na minha opinião foi imprudente mas também corajoso. É esta uma discussão que não se pode evitar... E entre um Federalismo que respeite as idiosincrisias nacionais e dê melhor nível de vida aos portugueses OU a situação actual ( ou pior) já não sei quem ganharia em referendo...
E quanto à crise? O que nos diz este PS? Também pouca coisa. Que respeitará o que foi assinado pela antiga "gerência", mas que não deve ir o sapateiro para além da chinela, isto é, não deve o Governo da Nação castigar o Povo para lá do que já foi escrito e acordado com a famigerada Troika. Repito, por enquanto é pouco... também falou em algumas alternativas para a subida do IVA, mas soube a almoço bem franciscano este primeiro envolvimento do PS na definição de alternativas ( se calhar porque de facto haverá bem poucas).
Ressalta também deste Congresso a posição de António Costa, demarcada da liderança de António José Seguro, talvez a preparar desde já a sua oposição a este PS... Ou, em alternativa, piscando os olhos a um "Centrão" menos à esquerda que lhe permita base de apoio para as Presidenciais? Logo veremos.
E pronto. Há que esperar e dar o benefício da dúvida.
Pelos Actos e não pelas Palavras o julgaremos.
quinta-feira, setembro 08, 2011
Poemas de 5ª Feira (porque na sexta vou a Braga)
Braga do nosso Minho.. Há lá o Congresso e o Senhorio é Delegado. Oportunidade para o Blogger fazer de motorista e ir a Braga. Depois contarei como foi...
Então aqui vão dois poemas para nos dispor bem. Num fim de semana que se adivinha de Sol e Mar desejos de boa praia a todos os leitores!
Nesta jóia de Millor Fernandes vive o absurdo daqueles que tudo têm mas sempre encontram motivo para se sentirem infelizes... Só a sarna lhes falta.
Poeminha de Insatisfação Absoluta
O que me dói
É que quando está tudo acabado
Pronto pronto
Não há nada acabado
Nem pronto pronto
Pintou-me a casa toda
Está tudo limpado
O armário fechado
A roupa arrumada
Tudo belo, perfeito.
E no mesmo instante
Em que aperfeiçoamos a perfeição
Uma lasca diminuta, ténue, microscópica,
Não sei onde,
Está começando
Na pintura da casa
E as traças, não sei onde,
Estão batendo asas
E a poeira, em geral, está caindo invisível,
E a ferrugem está comendo não sei quê
E não há jeito de parar.
Millôr Fernandes, in "Pif-Paf"
Exdistem criaturas que por muito banho de boutique e aulas de etiqueta que venham a ter nunca se "alevantam" da condição de Jumentos (com desculpas aos jumentos!)...
Com a Fortuna não Perde o Ser de Besta
Na carreira veloz, a deusa cega
Lança às vezes a mão a um feio mono
E o sobe, num instante, a um coche, a um trono,
Onde a Virtude com trabalho chega.
Porém se, louca, num jumento pega,
Por mais que o erga não lhe dá abono:
Bem se vê que foi sonho de seu sono,
Quando a vara ou bastão ela lhe entrega.
Pouco importa adornar asno casmurro
Com jaezes reais, mantas de festa,
Se a conhecer se dá no rouco zurro.
Quem, no berço, por vil se manifesta,
Quem nele baixo foi, quem nace burro,
Co'a Fortuna não perde o ser de besta.
Francisco Joaquim Bingre, in 'Sonetos'
Então aqui vão dois poemas para nos dispor bem. Num fim de semana que se adivinha de Sol e Mar desejos de boa praia a todos os leitores!
Nesta jóia de Millor Fernandes vive o absurdo daqueles que tudo têm mas sempre encontram motivo para se sentirem infelizes... Só a sarna lhes falta.
Poeminha de Insatisfação Absoluta
O que me dói
É que quando está tudo acabado
Pronto pronto
Não há nada acabado
Nem pronto pronto
Pintou-me a casa toda
Está tudo limpado
O armário fechado
A roupa arrumada
Tudo belo, perfeito.
E no mesmo instante
Em que aperfeiçoamos a perfeição
Uma lasca diminuta, ténue, microscópica,
Não sei onde,
Está começando
Na pintura da casa
E as traças, não sei onde,
Estão batendo asas
E a poeira, em geral, está caindo invisível,
E a ferrugem está comendo não sei quê
E não há jeito de parar.
Millôr Fernandes, in "Pif-Paf"
Exdistem criaturas que por muito banho de boutique e aulas de etiqueta que venham a ter nunca se "alevantam" da condição de Jumentos (com desculpas aos jumentos!)...
Com a Fortuna não Perde o Ser de Besta
Na carreira veloz, a deusa cega
Lança às vezes a mão a um feio mono
E o sobe, num instante, a um coche, a um trono,
Onde a Virtude com trabalho chega.
Porém se, louca, num jumento pega,
Por mais que o erga não lhe dá abono:
Bem se vê que foi sonho de seu sono,
Quando a vara ou bastão ela lhe entrega.
Pouco importa adornar asno casmurro
Com jaezes reais, mantas de festa,
Se a conhecer se dá no rouco zurro.
Quem, no berço, por vil se manifesta,
Quem nele baixo foi, quem nace burro,
Co'a Fortuna não perde o ser de besta.
Francisco Joaquim Bingre, in 'Sonetos'
quarta-feira, setembro 07, 2011
O inefável "Feitor dos Ricos" ontem na TV
Começo por tirar o chapéu ao Dr. Manuel Alegre, agora que se aproxima o Congresso do PS, pelo lúcido artigo de opinião que fez para o "Público" de hoje. Cunha aí a frase "Feitor dos Ricos", atribuída ao Capitão Varela Gomes, o herói da Revolta de 61 contra Salazar, quando explicava no Tribunal que o condenou aquilo que os Governos estariam a fazer em Portugal há já muito tempo, demasiado tempo...
Pois ao nosso Ministro das Finanças, Dr. Vitor Gaspar, assenta-lhe que nem uma luva o epíteto. Aliás, os dois: "Inefável" e "Feitor dos Ricos"...
Inefável, significa o que não pode ser expresso verbalmente e é um termo utilizado para identificar algo de origem divina ou transcendental, com atributos de beleza e perfeição tão superiores aos níveis terrenos que não pode ser expresso em palavras humanas...
Ficámos a saber pela boca do Sr Ministro a razão pela qual não se dividiu o sacrifício do ajuste orçamental por ricos e pobres. E foi ela:.
"Porque seria muito complicado tecnicamente criar as condições fiscais para onerar esses rendimentos" (!!!????)
Uma questão "técnica" ... Estão a ver não é? Como havia pressa em facturar e era "complicado" estudar a forma de ir ao bolso dos "Amorins", toca a esportular o Zé Povo.
Esses, os pés rapados, comem e calam, nunca se queixam, são bombos de festa e verbos de encher, autênticos "punching bags" da tecnocracia reinante.
Ora isto que se ouve e vê (e de passagem celebro a candura do Homem Gaspar, que de facto nem sabe mentir, tal a distância - medida em Eons, que é a maior divisão do tempo geológico - que o afasta da realidade nacional) é inaudito e perigoso.
Então foi porque não houve "tempo para estudar outras opções" que se lixaram os tristes? Foi porque era "tecnicamente difícil" encontrar uma solução para ir obter impostos dos rendimentos dos poderosos?
Mas hoje em dia a malta que tem depósitos a prazo já paga na fonte os tais 21,5% sobre os juros ... Quão difícil seria estabelecer, por exemplo, uma taxa adicional de mais uns 5% para juros de depósitos superiores a 500 000 euros?
Assim não vamos a lado nenhum. Ou , por outro lado, vamos sim senhor, mas é a caminho de uma confrontação perfeitamente evitável entre estratos sociais...
E receia o "Primeiro" os tais Tumultos... Pois deve recear... Com estas medidas criadas de propósito para matar a classe média e apertar as costelas dos pobres...
O que vale é que o País não é nenhuma Islândia! Hélas... Quem é que está a ver este Portugal a pôr em tribunal os chefes dos governos anteriores que deixaram as Finanças Públicas neste estado? Pois na Islândia o 1º Ministro anterior está já a responder por isso...
Vão lá à InterNet ver como os islandeses mandaram o FMI às malvas e obrigaram toda a gente a pagar a crise... Começando pelos detentores das maiores fortunas. E estão a conseguir endireitar a economia do país, partindo de uma situação bem pior do que a nossa.
Não amigos leitores, Portugal (ainda) não é nenhuma Islândia...Infelizmente para nós todos e felizmente para quem nos Governa, desde a famigerada Troika até aos Feitores dos Ricos que empunham o pau de marmeleiro.
Nota 1: Os juros pagos pelas entidades bancárias estão sujeitos a IRS, à taxa de 21,5%. O próprio banco deduz o imposto aos juros.
Caso o depósito seja constituído por mais de 5 e menos de 8 anos, apenas 80% dos juros obtidos na data do vencimento estão sujeitos a IRS.
Caso o depósito seja constituído por mais de 8 anos, apenas 40% dos juros obtidos pagam imposto. Em qualquer das situações o IRS devido é retido na fonte sobre o valor sujeito, à taxa de 21,5%. (Fonte: Millenium BCP)
Nota 2: fotografia do Jogo do Pau por cortesia do rancho folclórico "Rosas do Lena".
Pois ao nosso Ministro das Finanças, Dr. Vitor Gaspar, assenta-lhe que nem uma luva o epíteto. Aliás, os dois: "Inefável" e "Feitor dos Ricos"...
Inefável, significa o que não pode ser expresso verbalmente e é um termo utilizado para identificar algo de origem divina ou transcendental, com atributos de beleza e perfeição tão superiores aos níveis terrenos que não pode ser expresso em palavras humanas...
Ficámos a saber pela boca do Sr Ministro a razão pela qual não se dividiu o sacrifício do ajuste orçamental por ricos e pobres. E foi ela:.
"Porque seria muito complicado tecnicamente criar as condições fiscais para onerar esses rendimentos" (!!!????)
Uma questão "técnica" ... Estão a ver não é? Como havia pressa em facturar e era "complicado" estudar a forma de ir ao bolso dos "Amorins", toca a esportular o Zé Povo.
Esses, os pés rapados, comem e calam, nunca se queixam, são bombos de festa e verbos de encher, autênticos "punching bags" da tecnocracia reinante.
Ora isto que se ouve e vê (e de passagem celebro a candura do Homem Gaspar, que de facto nem sabe mentir, tal a distância - medida em Eons, que é a maior divisão do tempo geológico - que o afasta da realidade nacional) é inaudito e perigoso.
Então foi porque não houve "tempo para estudar outras opções" que se lixaram os tristes? Foi porque era "tecnicamente difícil" encontrar uma solução para ir obter impostos dos rendimentos dos poderosos?
Mas hoje em dia a malta que tem depósitos a prazo já paga na fonte os tais 21,5% sobre os juros ... Quão difícil seria estabelecer, por exemplo, uma taxa adicional de mais uns 5% para juros de depósitos superiores a 500 000 euros?
Assim não vamos a lado nenhum. Ou , por outro lado, vamos sim senhor, mas é a caminho de uma confrontação perfeitamente evitável entre estratos sociais...
E receia o "Primeiro" os tais Tumultos... Pois deve recear... Com estas medidas criadas de propósito para matar a classe média e apertar as costelas dos pobres...
O que vale é que o País não é nenhuma Islândia! Hélas... Quem é que está a ver este Portugal a pôr em tribunal os chefes dos governos anteriores que deixaram as Finanças Públicas neste estado? Pois na Islândia o 1º Ministro anterior está já a responder por isso...
Vão lá à InterNet ver como os islandeses mandaram o FMI às malvas e obrigaram toda a gente a pagar a crise... Começando pelos detentores das maiores fortunas. E estão a conseguir endireitar a economia do país, partindo de uma situação bem pior do que a nossa.
Não amigos leitores, Portugal (ainda) não é nenhuma Islândia...Infelizmente para nós todos e felizmente para quem nos Governa, desde a famigerada Troika até aos Feitores dos Ricos que empunham o pau de marmeleiro.
Nota 1: Os juros pagos pelas entidades bancárias estão sujeitos a IRS, à taxa de 21,5%. O próprio banco deduz o imposto aos juros.
Caso o depósito seja constituído por mais de 5 e menos de 8 anos, apenas 80% dos juros obtidos na data do vencimento estão sujeitos a IRS.
Caso o depósito seja constituído por mais de 8 anos, apenas 40% dos juros obtidos pagam imposto. Em qualquer das situações o IRS devido é retido na fonte sobre o valor sujeito, à taxa de 21,5%. (Fonte: Millenium BCP)
Nota 2: fotografia do Jogo do Pau por cortesia do rancho folclórico "Rosas do Lena".
terça-feira, setembro 06, 2011
Crise (ainda) não passa pela Mealhada...
Deslocação a Aveiro para reunião sobre as comemorações dos 750 anos da morte de S. Gonçalo ( o S. Gonçalinho, frade dominicano que é venerado pelos pescadores da Ria , tal e qual como lá para cima para Amarante).
No caminho paragem para almoçar na velha Meta. Se não tivesse reservado a mesa ainda hoje era capaz de lá estar... Sendo Segunda feira! E em Setembro! E durante a maior crise económica e financeira de que há memória!!
Não sei bem o que quer isto dizer, mas entre a imprudência, o "não te rales que amanhã será pior", ou a escolha racional ( e quem poderá criticar? Sobretudo quem por lá também se encontrava??!!) balançam os corações... De todas as formas faz bem à vista ver assim um restaurante cheio, com fila à espera de mesa.
Eu fui à Meta mais por causa dos vinhos. Já se sabe que a Casa de Sarmento é pródiga na venda de vinhos de muita qualidade a preços sensatos, da Bairrada, mas também do Alentejo, onde o Sr Sarmento possui vastos hectares onde acolhe as muitas dezenas de porcas criadeiras que originam os leitões que deram fama à sua casa ( e à Mealhada por inteiro).
Também desde há algum tempo iniciou uma industria artesanal de salsicharia, só Presunto, Paios do Lombo e peças desse calibre. Tudo com material de raça alentejana (o porco preto criado nas suas quintas). São de lamber os beiços! E apenas a cerca de 8 euros como entrada no dito restaurante. As peças inteiras também podem ser compradas na Meta, mas aqui não esperem milagres... É material de primeira, vendido a preços da melhor salsicharia espanhola.
No caminho paragem para almoçar na velha Meta. Se não tivesse reservado a mesa ainda hoje era capaz de lá estar... Sendo Segunda feira! E em Setembro! E durante a maior crise económica e financeira de que há memória!!
Não sei bem o que quer isto dizer, mas entre a imprudência, o "não te rales que amanhã será pior", ou a escolha racional ( e quem poderá criticar? Sobretudo quem por lá também se encontrava??!!) balançam os corações... De todas as formas faz bem à vista ver assim um restaurante cheio, com fila à espera de mesa.
Eu fui à Meta mais por causa dos vinhos. Já se sabe que a Casa de Sarmento é pródiga na venda de vinhos de muita qualidade a preços sensatos, da Bairrada, mas também do Alentejo, onde o Sr Sarmento possui vastos hectares onde acolhe as muitas dezenas de porcas criadeiras que originam os leitões que deram fama à sua casa ( e à Mealhada por inteiro).
Também desde há algum tempo iniciou uma industria artesanal de salsicharia, só Presunto, Paios do Lombo e peças desse calibre. Tudo com material de raça alentejana (o porco preto criado nas suas quintas). São de lamber os beiços! E apenas a cerca de 8 euros como entrada no dito restaurante. As peças inteiras também podem ser compradas na Meta, mas aqui não esperem milagres... É material de primeira, vendido a preços da melhor salsicharia espanhola.
Mas ontem fui lá mais por causa dos espumantes para a "festa" do próximo Sábado, em casa do Amigo Álvaro... Embora se tenha notado um aumento de preços desde a última vez em que me fui "aviar" do mesmo, o certo é que continua a ser uma relação qualidade preço imbatível! Menos de 10 euros por garrafa, sendo as castas Moscatel Galego, Baga e Pinot Noir vinificadas em Rosé e Aragonez Brut de Brut.
O Almoço? Bem, três pessoas comem Leitão q.b mais as entradas de enchidos da Casa de Sarmento, e 2 garrafas de Moscatel Galego, e dois cafés, mais saladas de frutas, tudo isto por menos de 90 eurinhos... E sempre cheio!
Bora Sarmento! Continua a bombar!
...Até quando?
sexta-feira, setembro 02, 2011
Segunda Feira em Aveiro
Na Segunda não passo por aqui. Vou directo para a Câmara Municipal de Aveiro para uma Reunião sobre produtos filatélicos que a edilidade deseja comprar, e (obviamente) ouvir umas sugestões sobre temas para o próximo ano.
Regresso a 6 de Setembro, com novidades.
Regresso a 6 de Setembro, com novidades.
Para Descansar a Vista
O que vou publicar que nos alegre? Está difícil... O ideal seria dar a notícia que ganhámos todos o Euromilhões, o suficiente a cada um para poder encarar o futuro sem preocupações.
Como não é possível (hélas...) só actuando pelo lado onírico. Vamos imaginando que nos acontecem coisas boas e pode ser que o Universo se digne concordar com tais ambições, mesmo que o dito Universo não tenha lido " O Segredo".
"Se visualizar na sua mente aquilo que deseja e fizer disso o seu pensamento dominante, atrairá o que quer para a sua vida"
Era bom era... Eu próprio há mais de 20 anos que visualiso na minha mente uma ilha tropical sem furacões, areia branca com palmeiras e água morna a perder de vista, companhia do melhor (claro!) e mais umas coisinhas... Pois até hoje Nada, Nadinha mesmo. O mais próximo que estive disso foi uma semanita nas Seychelles a pisar coral e com água pelo umbigo, já que lá no sítio onde se podia nadar já nadavam outras bichezas com barbatanas triangulares (Porra!).
Mas pode ser que a tal Ilha apareça amanhã, ou no dia a seguir...
Por isso, para manterem bem desperto o Desejo (não é só esse Gulosos!!) , aqui vão poemas:
Paisagem
Desejei-te pinheiro à beira-mar
para fixar o teu perfil exacto.
Desejei-te encerrada num retrato
para poder-te contemplar.
Desejei que tu fosses sombra e folhas
no limite sereno dessa praia.
E desejei: «Que nada me distraia
dos horizontes que tu olhas!»
Mas frágil e humano grão de areia
não me detive à tua sombra esguia.
(Insatisfeito, um corpo rodopia
na solidão que te rodeia.)
David Mourão-Ferreira, in "A Secreta Viagem"
Não Desejemos, Lídia, Nesta Hora
Ténue, como se de Éolo a esquecessem,
A brisa da manhã titila o campo,
E há começo do sol.
Não desejemos, Lídia, nesta hora
Mais sol do que ela, nem mais alta brisa
Que a que é pequena e existe.
Ricardo Reis, in "Odes"
(Heterónimo de Fernando Pessoa)
Ansiedade
Quero compor um poema
onde fremente
cante a vida
das florestas das águas e dos ventos.
Que o meu canto seja
no meio do temporal
uma chicotada de vento
que estremeça as estrelas
desfaça mitos
e rasgue nevoeiros — escancarando sóis!
Manuel da Fonseca, in "Poemas Dispersos"
Como não é possível (hélas...) só actuando pelo lado onírico. Vamos imaginando que nos acontecem coisas boas e pode ser que o Universo se digne concordar com tais ambições, mesmo que o dito Universo não tenha lido " O Segredo".
"Se visualizar na sua mente aquilo que deseja e fizer disso o seu pensamento dominante, atrairá o que quer para a sua vida"
Era bom era... Eu próprio há mais de 20 anos que visualiso na minha mente uma ilha tropical sem furacões, areia branca com palmeiras e água morna a perder de vista, companhia do melhor (claro!) e mais umas coisinhas... Pois até hoje Nada, Nadinha mesmo. O mais próximo que estive disso foi uma semanita nas Seychelles a pisar coral e com água pelo umbigo, já que lá no sítio onde se podia nadar já nadavam outras bichezas com barbatanas triangulares (Porra!).
Mas pode ser que a tal Ilha apareça amanhã, ou no dia a seguir...
Por isso, para manterem bem desperto o Desejo (não é só esse Gulosos!!) , aqui vão poemas:
Paisagem
Desejei-te pinheiro à beira-mar
para fixar o teu perfil exacto.
Desejei-te encerrada num retrato
para poder-te contemplar.
Desejei que tu fosses sombra e folhas
no limite sereno dessa praia.
E desejei: «Que nada me distraia
dos horizontes que tu olhas!»
Mas frágil e humano grão de areia
não me detive à tua sombra esguia.
(Insatisfeito, um corpo rodopia
na solidão que te rodeia.)
David Mourão-Ferreira, in "A Secreta Viagem"
Não Desejemos, Lídia, Nesta Hora
Ténue, como se de Éolo a esquecessem,
A brisa da manhã titila o campo,
E há começo do sol.
Não desejemos, Lídia, nesta hora
Mais sol do que ela, nem mais alta brisa
Que a que é pequena e existe.
Ricardo Reis, in "Odes"
(Heterónimo de Fernando Pessoa)
Ansiedade
Quero compor um poema
onde fremente
cante a vida
das florestas das águas e dos ventos.
Que o meu canto seja
no meio do temporal
uma chicotada de vento
que estremeça as estrelas
desfaça mitos
e rasgue nevoeiros — escancarando sóis!
Manuel da Fonseca, in "Poemas Dispersos"
quinta-feira, setembro 01, 2011
Almoço de (pequena) festa
Trabalhei que nem um condenado - o que sou, de facto, condenado a ouvir, a calar e a pagar. Mas não sou só eu...
Levantei-me às 7.00h. Começei logo a preparar as bases dos refogados do almoço, para o cabrito assado, para o arroz de peito e costela do mesmo cabrito, para as batatas assadas no forno. Lavei e cozi os grelos, pus o cabrito a assar logo às 8.00h. Depois foi a trabalhêra que mais me doi: descascar as batatas aqui da quinta...
As coisas iam-se compondo. Virado o cabrito algumas vezes e tendo já ganho aquele tom tostado que aprecio, pôs-se no lado de baixo do forno e entraram as batatas para cima, cortadas aos pedaços, temperadas com sal e em cima da mesma "cama" do cabrito: alho e cebola triturados com sal, massa de pimentão e um pouco de louro.
Encetei o conflito com o arroz: refoguei peito e costela de cabrito cortados em pedaços pequenos com muita cebola e alho. Juntei míscaros partidos à mão, grosseiramente, rectifiquei de sal e deitei duas malaguetas desfeitas. Nesse refogado fritei o arroz (estufado, para nunca pegar) e deixei depois cozer. Por cima decorei com rodelas de morcela e de paio caseiros. E foi para o forno alourar também (tive que retirar o tabuleiro das batatas e juntá-las ao cabrito, para caber tudo).
Antes de nos sentarmos escorri bem os grelos, parti em juliana e salteei-os em azeite e alho.
E pronto! Às 12,30h estávamos à mesa!
Para beber um tinto também ele de festa: Quinta do Crasto Vinhas Velhas de 2008.
O aniversariante é que "deu ao pedal"? Homessa!
Têm razão. Mas se assim não fosse ainda hoje estava à espera de "vianda"...
Façam vocês mesmos que os tempos estão difíceis...
Nota: A miserável fotografia que ilustra o Post não faz jus ao resultado do trabalho do Blogger. Embora o dia estivesse escuro que se fartava, a foto abusa do preto! Foi o reles fotógrafo do Senhorio que a tirou e vê-se mesmo que não nasceu para aquilo. O material (IPhone 4) também não deve ter ajudado muito..
Levantei-me às 7.00h. Começei logo a preparar as bases dos refogados do almoço, para o cabrito assado, para o arroz de peito e costela do mesmo cabrito, para as batatas assadas no forno. Lavei e cozi os grelos, pus o cabrito a assar logo às 8.00h. Depois foi a trabalhêra que mais me doi: descascar as batatas aqui da quinta...
As coisas iam-se compondo. Virado o cabrito algumas vezes e tendo já ganho aquele tom tostado que aprecio, pôs-se no lado de baixo do forno e entraram as batatas para cima, cortadas aos pedaços, temperadas com sal e em cima da mesma "cama" do cabrito: alho e cebola triturados com sal, massa de pimentão e um pouco de louro.
Encetei o conflito com o arroz: refoguei peito e costela de cabrito cortados em pedaços pequenos com muita cebola e alho. Juntei míscaros partidos à mão, grosseiramente, rectifiquei de sal e deitei duas malaguetas desfeitas. Nesse refogado fritei o arroz (estufado, para nunca pegar) e deixei depois cozer. Por cima decorei com rodelas de morcela e de paio caseiros. E foi para o forno alourar também (tive que retirar o tabuleiro das batatas e juntá-las ao cabrito, para caber tudo).
Antes de nos sentarmos escorri bem os grelos, parti em juliana e salteei-os em azeite e alho.
E pronto! Às 12,30h estávamos à mesa!
Para beber um tinto também ele de festa: Quinta do Crasto Vinhas Velhas de 2008.
O aniversariante é que "deu ao pedal"? Homessa!
Têm razão. Mas se assim não fosse ainda hoje estava à espera de "vianda"...
Façam vocês mesmos que os tempos estão difíceis...
Nota: A miserável fotografia que ilustra o Post não faz jus ao resultado do trabalho do Blogger. Embora o dia estivesse escuro que se fartava, a foto abusa do preto! Foi o reles fotógrafo do Senhorio que a tirou e vê-se mesmo que não nasceu para aquilo. O material (IPhone 4) também não deve ter ajudado muito..
A corda à volta do pescoço
Depois de lido com nostalgia e muita simpatia o comentário do nosso Amigo sobre os "gastos à mesa", (e, já que estamos numa de cabrito, apresento noutro Post o meu almoço de aniversário para fazer inveja) recostei-me no velho sofá para ouvir o Homem da Luta. De facto, para além de eu fazer anos, ontem era também dia de São Vitor Gaspar (este santo é perigoso, aparece quase todos os dias).
Ouvi, engoli e restou-me filosofar. Então a malta dos 66000 euros por ano (Brutos! Brutíssimos!!) vai deixar de deduzir os gastos com Educação, Saúde e Habitação??!! Alguém fez as contas do ponto de vista do contribuinte?
Reparem que estamos a falar de casais a receberem por mês perto de 2500 euros líquidos. Se tiverem dois filhos a estudar (pelo barato sai cada um a 250 euros por mês) , e pagarem de crédito ao banco 1000 euros por mês por causa da casa, ficam com 1000 euros para se "orientarem" durante os 30 dias (comer, vestir, água, electricidade,gasolina, passes sociais, dinheiro para o bolso dos putos, livros escolares, etc... ).
Sempre são quase três ordenados mínimos! Dirão alguns... Certo, existem obviamente situações muito piores, mas se esta não é a classe média, não sei onde ela está metida...Por acaso até sei. Está metida num grande sarilho!
Nem discuto a necessidade de enfiar dinheiro nos cofres do Estado, , mas tenho de discutir a forma como vão ao bolso dos mesmos , uma e outra vez! Então o Dr. Alberto João "descuida-se" e a classe média do País todo é que tem de o "cobrir"? Os "gajos da Internacional Socialista" ? os "Maçons"?
Por que é que não se vai aos fagotes, perdão, aos dinheiros dos pobrezinhos que usam e abusam do off-shore da Madeira?
Pedro Passos Coelho afirmou em Madrid que "é necessário poupar os ricos, os detentores das fortunas, para assegurar que continuam a investir e que criam emprego. Para que as fortunas não fujam do País, e ainda para captar capital estrangeiro."
Mas na altura em que esses mesmos ricos usavam e abusavam , se enchiam de dinheiro à custa dos rendimentos dos investimentos tóxicos que banqueiros vigaristas criaram para eles , alguém se lembrava de "poupar os pobres"? E terão sido esses pobres a causar a Crise? Se calhar porque não andavam mais a pé e tinham a audácia de comer duas vezes por dia...
Sabem que essa história também a ouvi eu, pessoalmente, na Cuba dos anos 80. O pobre do povo cubano passava fome para "captar" os turistas que pagavam em USD e assim contribuiam para pôr nos cofres "del Comandante" as divisas estrangeiras com que Cuba pagava as importações...
A população tinha sido de tal forma "ensaboada" , uma autêntica lavagem ao cérebro, que todos defendiam esta política. Nem entrada tinham nos "Hotéis dos Turistas", para que não soubessem que existiam "outras vidas" para além das do sofrimento diário que eram as deles... Viviam das gorgetas e de expedientes vários.
Nunca na minha vida pensei que poderíamos estar agora na mesma situação. Então o objectivo de um Governo, qualquer Governo, será o quê? Matar a classe média e dar provimento à malta da massa? Mais cedo ou mais tarde ainda se reintroduz outra vez o imposto do isqueiro...
Ouvi, engoli e restou-me filosofar. Então a malta dos 66000 euros por ano (Brutos! Brutíssimos!!) vai deixar de deduzir os gastos com Educação, Saúde e Habitação??!! Alguém fez as contas do ponto de vista do contribuinte?
Reparem que estamos a falar de casais a receberem por mês perto de 2500 euros líquidos. Se tiverem dois filhos a estudar (pelo barato sai cada um a 250 euros por mês) , e pagarem de crédito ao banco 1000 euros por mês por causa da casa, ficam com 1000 euros para se "orientarem" durante os 30 dias (comer, vestir, água, electricidade,gasolina, passes sociais, dinheiro para o bolso dos putos, livros escolares, etc... ).
Sempre são quase três ordenados mínimos! Dirão alguns... Certo, existem obviamente situações muito piores, mas se esta não é a classe média, não sei onde ela está metida...Por acaso até sei. Está metida num grande sarilho!
Nem discuto a necessidade de enfiar dinheiro nos cofres do Estado, , mas tenho de discutir a forma como vão ao bolso dos mesmos , uma e outra vez! Então o Dr. Alberto João "descuida-se" e a classe média do País todo é que tem de o "cobrir"? Os "gajos da Internacional Socialista" ? os "Maçons"?
Por que é que não se vai aos fagotes, perdão, aos dinheiros dos pobrezinhos que usam e abusam do off-shore da Madeira?
Pedro Passos Coelho afirmou em Madrid que "é necessário poupar os ricos, os detentores das fortunas, para assegurar que continuam a investir e que criam emprego. Para que as fortunas não fujam do País, e ainda para captar capital estrangeiro."
Mas na altura em que esses mesmos ricos usavam e abusavam , se enchiam de dinheiro à custa dos rendimentos dos investimentos tóxicos que banqueiros vigaristas criaram para eles , alguém se lembrava de "poupar os pobres"? E terão sido esses pobres a causar a Crise? Se calhar porque não andavam mais a pé e tinham a audácia de comer duas vezes por dia...
Sabem que essa história também a ouvi eu, pessoalmente, na Cuba dos anos 80. O pobre do povo cubano passava fome para "captar" os turistas que pagavam em USD e assim contribuiam para pôr nos cofres "del Comandante" as divisas estrangeiras com que Cuba pagava as importações...
A população tinha sido de tal forma "ensaboada" , uma autêntica lavagem ao cérebro, que todos defendiam esta política. Nem entrada tinham nos "Hotéis dos Turistas", para que não soubessem que existiam "outras vidas" para além das do sofrimento diário que eram as deles... Viviam das gorgetas e de expedientes vários.
Nunca na minha vida pensei que poderíamos estar agora na mesma situação. Então o objectivo de um Governo, qualquer Governo, será o quê? Matar a classe média e dar provimento à malta da massa? Mais cedo ou mais tarde ainda se reintroduz outra vez o imposto do isqueiro...
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