De Fernando Pessoa\Alberto Caeiro um poema que apela à calma. Nunca como hoje ela foi tão necessária. A vida parece que passa sem darmos por ela, mas vai fazendo mazelas no corpo e no espírito... Olhar para o céu, de forma figurada levantando os olhos para o "céu de cada um de nós", é bom, é necessário e parece cada vez mais urgente.
Procurem lá esse vosso "Céu" em qualquer lado, olhem que pode estar mais perto do que aquilo que pensam... E não percam oportunidades. Há cada vez menos tempo para amar.
O meu olhar azul como o céu
É calmo como a água ao sol.
É assim, azul e calmo,
Porque não interroga nem se espanta ...
Se eu interrogasse e me espantasse
Não nasciam flores novas nos prados
Nem mudaria qualquer cousa no sol de modo a ele ficar mais belo...
(Mesmo se nascessem flores novas no prado
E se o sol mudasse para mais belo,
Eu sentiria menos flores no prado
E achava mais feio o sol ...
Porque tudo é como é e assim é que é,
E eu aceito, e nem agradeço,
Para não parecer que penso nisso...)
Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXIII"
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