Existem alguns mistérios em Lisboa.
1) Um dos mais estranhos, sobretudo para um velho frequentador da Versailles, é a azáfama com que as obras no separador da Av. da República em frente à conhecida pastelaria, ora param , ora recomeçam, ora há quem avise que terminaram, ora há quem venha dizer que "afinal ainda não...".
2) Um outro "Caso" complicado tem a ver com os moradores e logistas da Duque de Ávila , no troço ente a Av. da República e a Defensores de Chaves, que têm obras à porta e a rua fechada há...6 aninhos. Pois. São 6 Anos, não são 6 Meses. Falo às vezes com a dona da Farmácia ali ao pé, que me diz que só aguenta porque despediu pessoal e faz ela as honras do convento aos pobres transeuntes, enlameados e cheios de pó, que por ali ousam passar. Pois...
Mesmo que tenha havido marcha-atrás da CML face ao 1º projecto de tornar aquela Avenida apenas pedonal, o certo é que ninguém indemniza, ninguém se preocupa em saber o estrago que a Obra causou aos locais nestes 6 anos.
3) Outra coisa estranha é a frente ribeirinha da Praça do Comércio e as obras de Santa Engrácia que por lá se arrastam. "Tem a ver com o Metro", dizem-nos. "Tem a ver com o túnel que meteu água" - também nos dizem. Terá a ver com o que quiserem, mas convenhamos que - para a chamada "sala de visitas " de Lisboa - o que quer que seja está a demorar tempo de mais... E, já agora, qual pato-bravo fabricante de Piscinas em plástico terá pago à CML para "espetar" uma piscinona com o feitio de Portugal, mesmo à frente do Tejo de nós todos?! Aquela bosta estraga a vista às pessoas e causará decerto bué de más disposições, enjoos e vómitos, digo eu.. Para que serve? Para que as criancinhas ainda saibam qual o feitio deste pobre País? Para que os "Nuestros Hermanos" tenham a garantia que para lá de Badajoz não fica apenas "El Mar"? Será uma metáfora para significar a "água que alguém meteu" com toda esta trapalhada do Túnel naquele local? Alguém pode explicar?
4) Para terminar pergunto porque motivo se está a gastar um dinheirão a fazer um Parque subterrâneo de estacionamento por baixo da Praça D. Luis I, à Ribeira, quando é certo e sabido que essa zona de Lisboa está a ficar cada vez mais desertificada? Será para albergar os automóveis da "malta" que vai aos Jantares do Partido (seja ele qual for) no 1º Andar da Praça da Ribeira? Mas isso dá-se apenas nos períodos eleitorais...Será para guardar os 7 ou 8 carros dos "seniores" que se reunem para dançar à tarde de Sábado e Domingo no mesmo local? Ou para apoiar a estação do Cais do Sodré? Mas apoiar como? Quem vem de comboio não traz carro.... Quem pretende sair de Lisboa de Comboio virá de Metro para ali, não é? Este é que é um Ganda Mistério também...
Pobre Lisboa.
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Um comentário:
A obra é da Joana Vasconcelos e segundo a artista uma oportunidade de "questionar o presente para se perspectivar o futuro".
A localização, conta ao PÚBLICO, "era determinante". "Tinha de ter uma relação com o mar e com o país", afirma. A escolha acabou por ser o Cais das Colunas, de onde partiram as caravelas dos Descobrimentos. Além disso, refere, "somos o país com a maior costa da Europa, e Lisboa a única capital europeia com praia, e portanto a obra também vai no sentido de apelar à preservação da nossa costa".
Com dez metros de altura, a obra "tem o tamanho de uma piscina intermédia, das que se podem pôr numa casa, para consumo imediato. Joana Vasconcelos também pretende pôr o público a pensar sobre este imediatismo e consumismo. "Portugal não pode deixar-se tornar numa piscina: cuidado, não nos deixemos afundar", avisa a artista, que não encara a obra com pessimismo: "Não quero criticar o país nem fechar o discurso da obra - que é directo e conceptual -, tenho descoberto que permite uma multiplicidade de opiniões e interpretações, consoante quem a vê."
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