terça-feira, dezembro 15, 2009

De novo "aquela" Quadra...


















Tenho vindo a repetir-me nos últimos anos - chegados os meados de Dezembro - o que será sem dúvida sinal de ateroesclerose e velhice acentuada...

Não gosto do Natal.

Tenho inveja de quem larga tudo nestes dias e parte em busca de outras paragens, sem mais "bagagem" do que uma companheira (ou um companheiro) desejosa (desejoso) de tirar a roupa interior logo que cheguem ao destino.

Mesmo que essa nudez seja passageira, enquanto se enfia um fato de banho para enfrentar as calmas ondas de alguma praia lá para o Sul, continuo a sentir a mesma inveja...

Perguntarão os fiéis leitores:

- "Porque é que o gajo não se pira mesmo com a namorada para o Brasil ou coisa parecida? Todos os anos é a mesma conversa de chacha e nem lá vai nem deixa que vão. Que raio de empata-bicos ..."

Haverá alguma razão no desabafo.

De facto o meu "senhorio" está criado - o que é um eufemismo para uma criatura de 1,90 de altura e de 105 Kg de chicha que não me sai lá de casa apesar dos 28 anos e de ganhar quase tanto como eu. Tá bem que a casa é dele, mas isso são pequenos detalhes.

A minha Santa Mãe, nos pequenos intervalos em que não consegue encontrar novas maneiras de me aborrecer, dedica-se à igreja e às obras de misericórdia. Ali é que ela se encontra bem e com a sua gente. Do alto dos seus 80 anos bem conservados à custa de caminhadas diárias e de muita ginástica facial (nunca se cala...) está sempre a repetir-me que "a deixe em paz, porque Natal só no tempo do teu Pai!"

Não acreditem!!! Se não lhe faço o bacalhau da véspera e o Perú do dia 25, arma-me uma barraca maior do que a do Circo Cardinal na altura em que ainda apresentava elefantes!

Então o Programa destas Festas natalícias ( já com 10 anos) será sempre o mesmo: Até ao dia 26 de Dezembro aturo a Santa, com o meu "senhorio" a pau de cabeleira. O Menino Jesus que me dê paciência...

A partir do dia 27 restam a Sogra e o Cunhado, afectos antigos de 25 anos de casado e de 10 anos de viuvez, a quem me unem laços de amizade de onde me é difícil escapar. E podem ter a certeza que já tentei. Vivem todo o ano à espera destes dias onde me reencontram ( e ao neto) com a bagageira cheia de mimos. E temos a Missa por alma da Natália do dia 28 de Dezembro (não só fazíamos anos no mesmo dia, como ainda por cima foi-me morrer entre o Natal e o Ano Novo... Que pontaria da má sorte, carago!)

A Namorada, coitada, ainda vai aguentando estas idiotices (não sei até quando) devido ao facto de ter um coração quase tão "mole" como o meu e um temperamento doce e compreensivo.

Mas admito que já estou a esticar demasiado esta corda... E uma coisa é certa: para trás mija a burra (com vossa licença).

Faço propósitos de que este será o último ano em que as coisas se passam desta maneira.
"A ver vamos", como dizia o Tio Rosa, lá de Cascais, que por acaso tinha nascido ceguinho e, por esse motivo, fartava-se de apalpar as varinas com medo de se desequilibrar quando ia à Praça...

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Mor,
Como temos alguns sentimentos e realidades comuns,o clube, o senhorio, e o "desgosto pelo natal, não podia deixar de partilhar a solidariedade e desejar-lhe uma "quadra Feliz e bem
"quentinha".
Bolas....já me ia esquecendo, mende para a rapaziada do SP, de que é confrade, umas imagenzitas das colecções (das boas) dos correios, selos e utensílios, isso seria (desculpe o despropósito) uma rica prenda, para quem como nós vive perto de Lisboa e não tem possibilidades de se deslocar para as ver se é que podem ser vistas.
E não me venha com....eu sei que pode, num intervalinho de um pitéu ou de um namoro, isso consegue-se.
Bom e agora que já pedi uma prenda me despeço.
Peninha