Perguntar-se-á porque devo estar aqui a recensear um Restaurante que foi visado há duas semanas pelo mestre David Lopes Ramos no seu excelente "Fugas", suplemento do "Público" de Sábado?
Bem, nem todos os meus leitores lerão o Público ao Sábado e, por outro lado, é de bom gosto e de grande harmonia celestial poder concordar francamente com a opinião dos entendidos nestas matérias...
Um Aviso à navegação deve já ser efectuado: a Tasca do Joel é local de culto para quem sabe onde fica e guarda ciosamente o segredo. É mais difícil de encontrar do que a proverbial agulha no Palheiro... Se a isso juntarmos o facto de muitos dos seus indefectíveis serem sobretudo penichenses de gema, e da casa, embora grande e acomodatícia, não ter lugares em número infinito, o melhor que vos posso dizer é: Venham Cedo de forma a terem tempo de a procurarem e de lá chegarem antes das 12,30h aos fins de semana... Quero dizer, aos Sábados e Domingos aos almoços, pois fecha Domingo à noite e Segundas Feiras.
Tasca do Joel
Rua do Lapadusso 73 -Peniche
2520-370 PENICHE
Comecemos pelo mais difícil: Chegados a Peniche inquiram pelo Cemitério local (não se assustem...). Deixem o muro branco do cemitério com a respectiva entrada na vossa esquerda e sigam em frente. Ao chegarem à primeira bifurcação do que já é a Freguesia da Conceição, a uns 300 metros, peçam indicações ao 1º transeunte (penicheiro) que encontrarem. Toda a gente em Peniche conhece a tasca, o problema é explicar onde fica...
O que se come?
Entradas: Pataniscas da Tasca; Salada de ovas; presunto Sanchez Romero pata negra; etc...
Peixe: Bacalhau à lagareiro; Lulas grelhadas; Espetada de lulas; Bacalhau à tasca; bacalhau à joel; Bacalhau com puré. Todos os bons e fresquíssimos peixes do mar de Peniche, para a grelha ou para o forno!
Carne: Alheiras à tasca; Franguinho à tasca; Lombinhos de porco preto; Secretos de porco preto; Bife à lapa do urso; Javali à tasca com castanhas; Codornizes; Espetadas de porco; Espetadas de perú; Entremeada. Arrozes de forno.Pato assado à Joel.
Doces: Pudim de pão; Pudim de ovos caseiros; Pastéis típicos da tasca; Doce de manga.
Fornos (são 2 ou 3) sempre a trabalhar para peixes assados ou para as carnes e arrozes de forno. Grelha de carvão disposta a receber as mesmas matérias primas nobres, com relevo para as lulas da toneira , para os sargos, cantaril e robalos de peniche, para o cherne e pargo sublimes da mesma costa.
Garrafeira de alto gabarito - de notar que tem anexa uma Loja Gourmet com garrafeira e escolha muito criteriosa de vinhos brancos, tintos, portos vintage, whiskies e etc..
Caso nos apeteça uma garrafa especial para acompanhar a comida a loja gourmet serve de "depósito" natural e de reserva da casa do Joel.
Preços muito assisados nestes tempos que correm, como verão:
Num destes Sábados comeu-se:
Meia dose de coelho grelhado à laia de entrada, acompanhado por dois flutes de vinho branco da casa (da Vermelha). Espectacular pelo modo sábio como foi grelhado o bicho.
Pato com arroz de forno , receita onde o arroz recheado dos peitos do pato vinha coberto por uma das pernas, ambos tostados depois da competente entaladela de forno.
Lulas grelhadas, com bela batata cozida e legumes variados - saborosíssimas e fresquíssimas, grelhadas no ponto, e onde nos foi primeiro demandado se as queríamos limpas ou tal como saíram do mar (claro que "sujas" do mar é que elas são boas, guardando os seus sucos naturais).
1 queijo seco de Niza (um pouco frigorificado a mais)
1 dose de cheesecake (muito competente para quem o comeu).
Para além do branco da casa ao copo ("ele" há vinho a copo de muitas proveniências) bebeu-se ainda uma portentosa garrafa de Dão Quinda da Pellada, Álvaro de Castro de 2003, a bater os seus píncaros e que nos custou 30 euros, muito aceitável para o vinho em questão.
Preço total (incluindo os 30 euros da Pellada) - 65,43 euritos!!
Totalmente recomendável!
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