domingo, dezembro 28, 2008

A Gripe ataca na Serra


Sogra e Cunhado sucumbiram aos efeitos perniciosos deste Inverno descarado. Gripe, com as habituais sequelas de febre, mal estar geral e dores de cabeça, tosse por vezes feroz e peito completamente apanhado…

Reunido o Gabinete de Crise – constituído pelo meu Senhorio e eu – rapidamente se decidiu que urgia definir quem deveria ficar de serviço aos quartos e quem deveria assegurar os trabalhos da cozinha.

Não tendo sido possível encontrar solução para esta matéria dentro do Gabinete de Crise, foi por unanimidade convocado o Conselho de Ministros para a Crise, desta vez constituído por mim e pelo meu Senhorio.

Ao fim de várias divagações pôs-se à votação a afectação dos dois aos serviços mais prementes, tendo, por maioria qualificada de um para um (sendo que o primeiro “um” – que sou eu - tinha mais peso do que o segundo “um”- que era ele) ficado definido que eu tomaria conta dos fogões e ele do serviço aos doentes.

Reforços devem chegar pela tarde de amanhã, mas até essa altura está nas nossas capazes mãos fazer face ao imprevisto insólito.

Ainda quis tentar o Hospital de Seia, mas desisti ao ver os noticiários da TV e o que se passava, de um modo geral, com as urgências nesta quadra…

Perante isto decidimos falar com o farmacêutico da terra – homem muito entendido em todas as coisas, qualquer dia candidata-se a um lugar num conselho de administração de uma qualquer empresa pública – e de lá trouxemos bons conselhos ("avinhem-se, abafem-se e abifem-se") e os remédios para casa.

Para sossegar a minha “santa cá de cima” não deixámos também de ouvir a Dona Gertrudes (nome inventado mesmo agora não vá o Diabo tecê-las), nossa vizinha e mulher sábia e muito entendida em desmanchos, alcovitices, quebrantos, despachos e coisas ruins. Segundo ela teria sido “bicho que lhes passou pelas ventas”. Esse “bicho” aparentemente tem duas naturezas, a boa e a má (quem diria?).

Se passou com a “natureza boa” tudo se resolveria em poucos dias e não vale a pena tomarem os comprimidos. Se passou com a “natureza má” têm que amargar umas semanas e também não valeria a pena tomarem os medicamentos (não sei o que é que o farmacêutico lhe fez, porventura alguma concorrência para o remédio dos porcos...).

Agradecemos os conselhos e aqui estamos prontos para o que der e vier, enfrentando bravamente as baixas temperaturas e as arremetidas dos “bichos” com tais quantidades de álcool, sobretudo à noite, que a mais ruim das “alimárias” cairia para o lado com os vapores do bafo se se atrevesse a passar-nos pelo focinho ( e em qualquer das suas “naturezas”).

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