Mas ele há um outro "Cascais" , intermediário entre o "jet set" das Vivendas de luxo com os Bentleys nas garagens e o da miséria dos bairros degradados das Marianas e do Fim do Mundo (que são a vergonha do Concelho).
Neste Cascais intermédio, porventura mais real como espelho do Portugal que somos, movimenta-se o que resta da classe média da Costa do Sol: os empregados da industria hoteleira que nos servem à mesa dos restaurantes, nos bares e nos hotéis, os bancários , os pescadores que restam, enfim todos os outros trabalhadores dos serviços que constituem mais de 90% da Industria local.
As localidades onde têm as suas casas são Alcabideche, as Fontainhas, Alvide, Cobre , Alcoitão, Bicesse e por aí fora. Em quase todos estes locais existe uma oferta de restauração muito mais barata do que no Centro da Cidade e do que no Guincho, as mais das vezes escolhida para as refeições de todos os dias pelos patrões do pequeno comércio, pelos gerentes bancários e de seguros, pela malta do "bâtiment" e por alguns empregados que ainda almoçam fora todos os dias - fiscais da Câmara):):):)?
Algumas dessas Casas são excelentes - se as qualificarmos ao nível do que servem e tendo em conta os preços que praticam. Já aqui referenciei o magnífico "Maré Alta" no Cobre, podia também ( e hei-de sem dúvida caracterizar futuramente ) a "Casa do Victor" em Alcabideche, ou o "Pereira" na Rua da Bela Vista , este mesmo próximo do centro, e por aí fora...
Nas Fontainhas, uma destas freguesias da classe trabalhadora, existe uma antiga casa , que é Restaurante mas que ganhou fama sobretudo nos Petiscos, onde a malta gosta de ir entre as refeições ou lá mais para a noite, para picar umas navalheiras, beber uns finos ou comer um prego da vazia em pão quente. Chama-se:
Restaurante "O Mastro"
Largo das Fontainhas 3B
Fontainhas-Cascais
tele - 21 483 3903
Casa pequena, com duas salas. Uma, à entrada, para fumadores, com barra e mesas adequada à "petisqueira"; a outra, mais reservada, para as refeições normais e para os não fumadores.
Cozinha e grelhador à vista, frente a vasto de balcão de barra em aço.
Toalhetes de papel nas mesas, mas guardanapos de pano.
Decoração... não existe, lembram-se do antigo "Faz Frio" na Rua do Princípe Real? Este "Mastro" é do mesmo género.
Entradas: Lingueirão; Navalheiras; Bruxas; Berbigão; Ameijoas; Burriés; Gambas do Algarve; Lagosta; Lavagante e camarão de Espinho, Conquilhas; Canilhas; Amêijoas.
Peixe: Arroz de marisco; Bacalhau com natas; Choquinhos fritos em azeite e alho. Peixe do dia para grelhar no carvão.
Carne: Costeletas de borrego; Pianos de Porco; Secretos de Porco; Carne de porco à Alentejana.
Doces: Bolo de bolacha; Bolo de noz.
Como vêem uma lista limitada (excepto o peixe e marisco) e muito, muito "suburbana". Mas o que interessa ( e isso lá nos leva de vez em quando) é a possibilidade de petiscar em paz e sossego até à 1 da manhã!
Para terem uma ideia dos preços posso dizer que 10 imperiais, um queijo de azeitão médio, 2 pregos da vazia e uma dose de chocos fritos com azeite e alho, 6 navalheiras , uma dose de camarão em piri-piri e três cafés , custaram um pouco menos de 50€.
Devo dizer que tudo ali é bem feito e com ingredientes (matéria prima) muito razoável. Apenas nos podemos queixar - quem , como eu, gosta do marisco cozido no momento - de que ali naquela casa se coze o marisco à noite para o dia seguinte. Mas a maioria dos Clientes do Mastro prefere o marisco frio e por isso a casa adaptou-se a esses desejos.
Das provas que se fizeram uma observação geral: Nada mau!
Claro que se quiserem "bruxas" pagam o Kg a 65€... Não há milagres... Mas mesmo assim menos 30€ por Kg do que cá mais para baixo, perto do mar.
3 comentários:
Peço perdão mas tenho de lhe dizer uma coisa. É sobre os preços daquilo que gasta, sobre aquilo que come e bebe, sobre esses "exageros" (que para mim não são). Isto porque conheci, durante mais de 20 anos, colegas seus directores do mesmo ofício e que ainda estão no emprego e são seus leitores, que são (a maior parte deles)autênticos sovinas. Alargam-se como alarves quando não são eles a pagar (almoços de empresa ou oferta de clientes), mas mais nada. Para gastar um euro retorcem-se até não poderem mais. Como miseráveis que são vestem-se mal, comem "à pressa", não jogam nem têm divertimentos que lhes custem dinheiro. A essas pessoas irá crescer água na boca até afogarem e o Raul vai ser o culpado.
ANONIMOS NAO FALAO VERDADE
anónimos não falao verdade
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