Analistas de todos os quadrantes afirmam e escrevem que uma das principais causas da crise do sub-prime nos USA terá sido a forma de gerir em alto risco dos quadros das Financeiras, tendo em vista a obtenção de Lucros a curto prazo e, obviamente, a multiplicação dos seus bónus e incentivos anuais.
Hoje fala-se de "activos tóxicos" e da aposta dos profissionais do sector - quase o "empurrão" - para investimentos pessoais sem base credível , apenas suportados ao nível da tesouraria dos Bancos pelo volume imenso da adesão de outros "papalvos" , seduzidos pelas promessas de crédito fácil e barato.
Onde é que já ouvimos e vimos isto?
Qual a companhia que neste século XXI não pratica a gestão por incentivos? Estará esse modelo a afundar-se, tal como a banca de Investimentos norte-americana que pelas últimas notícias de ontem e de anteontem deixou de existir?
Um Contrato de gestão por objectivos que tenha como principal ponderação critérios financeiros de crescimento de Vendas, de Receita ou de Redução de Custos, sem ter em conta a sustentabilidade, não comporta seriíssimos riscos de hipotecar o futuro?
Análise muito difícil de fazer no geral, apenas possível caso a caso, empresa a empresa, e em cujo "enquadramento ideológico" (a cassete do capitalismo liberal) é comum ouvirmos os respectivos promotores fazerem apelo ao bom senso e à responsabilidade dos avaliadores para evitar males maiores decorrentes dos "entusiasmos" dos gestores que - uns mais do que os outros - só vêem à sua frente a hipótese de irem para casa no ano seguinte com os bolsos mais cheios.
É verdade que esta sociedade onde estamos "puxa pelo bolso", cada vez mais e de forma cada vez mais obscena...
Num mundo de Marketing que se alinha pelos valores do "dar nas vistas" e do sobressair pela "embalagem" (um mundo onde, por exemplo, o I-Phone é sucesso de vendas não obstante as suas limitações técnicas) as pressões que se devem exercer sobre um gestor ao nível da ganância consumista - daquilo que é sinónimo exterior e símbolo de riqueza, desde o que se veste até aos automóveis - são de facto grandes...
E, se calhar, muitas começam em casa, mesmo sem sair do quarto.
Não sou apologista de discursos filosóficos de abrangência que - a seu modo - tenham por objectivo escrever o epitáfio do neo-liberalismo ou, pelo contrário, a sua apoteose, como tem sido fértil nos últimos dias , desde Pacheco Pereira a Vasco Pulido Valente.
Acho que estamos ainda próximos demais desta crise - que, aliás, ainda não acabou - para estarmos já a fazer análises sumárias das respectivas causas e consequências.
Mas numa coisa acredito: fomentar a gestão por objectivos de curto prazo - com o olho no lucro fácil e na ganância pessoal - nunca deu bons resultados... Nem em economia, nem em política, nem em futebol...
E se duvidam analisem lá as causas prováveis que fazem com que o meu clube, em 15 anos, tenha apenas ganho duas vezes o campeonato nacional de futebol...
Um comentário:
Só não vê quem não quer....isto era mais que expectável e os sinais foram dados há vários anos...( fim do milénio)foi a gestão financeira a modos que D.Branca e à Vale e Azevedo...mas ainda a procissão vai no adro e prognósticos só no fim...mas os que vão pagar a factura vão ser os mesmos...disso não tenho qualquer dúvida.... as injecções de moeda vão ter o seus reflexos...mas a ver vamos como se contém os especuladores....será uma roleta russa?Procurar soluções e causas em crises do passado, quando a estrutura económico-financeira e a interdependência Global da economia Global é o que é,parece extemporâneo e demasiado arriscado. Que se procure minimizar os efeitos reais e os mediáticos não tenho dúvidas. Bom Senso, muito Rigor e responsabilização, porque o pânico acelerará e agudizará a Crise, que em meu entender é muito mais profunda que o que querem os vendedores de promeessas e pretensos opinion makers, fazer crer( Crise de Valores e referêrencias--já tão badalada) e que os ERROS SIRVAM PARA APRENDEREM.BOM SENSO E RESPONSABILIDADE PRECISAM-SE.
Só mais um comentário sobre a Gestão de Incentivos,há que ter presente que modelos fechados, não podem ser tratados com modelos abertos. Não é a gestão por objectivos e por incentivos que está em causa é o uso que por vezes dela de faz....muitas vezes quem não sabe F... até os acréscimos atrapalham...toda e qualquer actividade tem que ter Objectivos, metas e ser incentivada para que os que nela participam se sintam como parte integrante e numa economia de mercado, ainda não há muito que se tenha inventado para se conseguir competir e relizar com Sucesso....mas quanto às formas?!!!....aí estamos conversados...( Contabilidade criativa..."vigarice"...compadrio..juiz em causa própria...promiscuidades...a modos que transparentes...manipulações...).Neste momento creio que moderação e caldos de galinha não farão mal a ninguém....Mas RESPONSABILIDADE E RESPONSABILIZAÇÂO SÂO MAIS QUE NECESSÁRIAS E URGENTES PORQUE CREDIBILIZAR E DAR CONFIANÇA SÃO NECESSÁRIAS E URGENTES( são precisos exemplos e não bodes expiatórios ou branqueamentos), porque creio que ninguém estará imune ( salvo alguns especuladores e branqueadores...).O Mar bate na rocha mas quem se lixa é o mexilhão.BOM SENSO E TRANSPARENCIA... E CORRIGIR OU INVERTER OS ERROS...
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