Fazemos todos anos uma vez por ano, e a mim calhou-me fazê-lo neste fim de semana.
53 anos, para ser exacto.
Nunca liguei muito a esta efeméride quando era mais novo e passei a ligar muito menos desde que enviuvei, até porque - por ironia dos deuses - a minha mulher fazia anos exactamente no mesmo dia.
Mas, por outro lado, se nunca embandeirei em arco com os aniversários também nunca tive aquela sensação opressiva de "vida limitada" que conheço de alguns amigos, como aquele que - quando fez 50 anos - se isolou de tudo e de todos com uma depressão que só lhe passou umas semanas depois.
Não obstante eu não ser desses extremos, penso que devemos deixar as "coisas" cá na Terra relativamente orientadas - a partir dos "entas" - não vá por aí aparecer uma daquelas chatices que não se prevêem .
Cuidar do corpo pois então, pelo menos medir a Glicose e a Tensão Arterial em casa e ir ao Médico de 6 em 6 meses. Cuidado com a Próstata!
E, por outro lado, nada de dívidas para os descendentes, alguma casita ou propriedade que exista bem limpa de ónus e, mais importante, devidamente registada e matriculada nas Conservatórias e Registos Prediais.
Digo isto porque só eu sei o que sofri quando foi preciso pôr em ordem - em 1999 - as coisas lá da Beira , tendo a minha Mulher, seu Pai e seu Avô falecido os três num prazo de apenas 5 meses...
A vida não começará aos 50, como a sociedade de consumo nos quer fazer acreditar, mas existem coisas que podemos gozar à vontade com essas idades. Sobretudo hoje que a esperança de vida vai já a caminho dos "oitentas".
A gastronomia e o apreço pelos grandes vinhos, os Livros, a Música (seja ela qual for) , a Amizade (sempre) e até o Amor, tanto físico como platónico.
Os "cinquentas" já foram - e relativamente próximo de nós, na época do Eça de Queiroz - o crepúsculo da existência masculina, não só a altura em que se dava a famosa "primeira morte" ( a do líbido) a que se referia Voltaire, mas também a antecâmara da passagem para longe demais.
Mas nos dias de hoje - e passando por cima das parábolas dos "velhos babosos" com as actrizes de cabaret, muito anos sessenta - os cinquentões, tanto eles como elas, estão "à maneira" para se lançarem na "luta dos sentidos" tanto ou mais do que quando tinham 20 ou 30. É só repararem nas idades médias dos divórcios...
A performance pode já não ser a mesma de outros tempos, mas - isso posso garantir - a vontade de cumprir é muito maior... E ganha-se nos preliminares o que se perde nos "finalmente".
"-À custa do comprimido azul "- dirão os mais cínicos. Pode ser que sim, mas se a pílula anti-concepcional é hoje universalmente considerada como tendo sido o início da libertação feminina, porque é que o Viagra não poderá ser o princípio da emancipação da idade madura masculina?
Por mim aviso já que não deixarei de os usar quando forem precisos , lá para os meus 85 anos ...(Mas que "ganda garganêro"!!!).
E isto tudo a Bem da Nação - que é constituída por "Eles e Elas", de todas as idades e feitios.
E.T: Ontem almoçei no "Beira", em Cascais, com o meu "Senhorio": Lagostins da nossa costa, soberbos, 6 tinham 1Kg e meio... Depois um Pregado frito com arroz de marisco. Beberam-se duas garrafas de uma experiência de Dirk Nieeport - Loureiro de 2006 (Giro-Sol) - extremamente agradável como vinho de Verão, a cheirar e a saber à casta. E para terminar em beleza um Malte e um Cohiba Robusto. Preço? Era dia de anos, não se fazem contas...
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