O Público dedica hoje uma grande parte dos seus cadernos de economia à Grande Entrevista ( a 1ª depois das "broncas") que o Sr. BCP decidiu dar a MCS.
Porquê agora e porquê no "Público"? Outros, mais sabedores das intrigas de cabaret que povoam o imaginátrio da política nacional, saberão justificar melhor do que eu a intenção do anunciante e a escolha do meio utilizado para o "anúncio", mas ouso pensar que não deve ser alheia a esta questão a conhecida oposição que José Manuel Fernandes e "sus muchachos" têm feito ao Governo actual e às suas políticas...
De todas as forma aviso já que é necesssária alguma paciência para ler até ao fim a pesada prosa de Jardim Gonçalves, quase clerical na forma, onde muito se escreve para pouco se dizer, cheia de defesas da honra , quer do seu meio familiar quer das atitudes dos seus correlegionários (aqui esteve bem). Já me esquecia que, à boa maneira de professor primário, não começa uma resposta sem primeiro perorar filosoficamente sobre o "enquadramento teórico" do tema da pergunta...
Tanta linha para quê? Se bem entendi, para postular que:
- Não fez o BCP , em relação a OffShores e políticas de gestão internas, nem mais nem menos do que os outros Bancos nacionais ou internacionais.
- Pormenores não os pode dar porque está a investigação em curso.
- A fiscalização das autoridades competentes (BP e CMVM) sempre esteve à altura do que lhe era exigido.
- A fiscalização das autoridades competentes (BP e CMVM) sempre esteve à altura do que lhe era exigido.
- O facto da Gestão do Banco não utilizar a figura das "stock options" para remunerar Administradores ou colaboradores poderá justificar os salários mais elevados que estes auferiam.
- E, finalmente, se o BCP não conseguiu cobrar aquilo que o filho de Jardim Gonçalves lhe devia foi mesmo porque "não haveria meios para tal"... e mais nada.
Depois ficámos a saber que "tem enorme desapego ao poder e está de bem com a sua consciência".
Mais ainda, sente-se objecto de uma campanha difamatória, pessoal e institucional, da qual não se pode defender porque está "manietado pelo que foi no Banco e pelos ditames da sua própria consciência".
Por outras palavras, "tenham mas é cuidado, porque se abro a boca e digo o que sei mesmo..."
Francamente não me sossegou esta entrevista, abrindo mais portes e janelas de investigação possível do que as que deixa encerradas.
E uma questão fica no ar: parece que a gestão da maioria dos Bancos privados (e não só) se pautaria por decisões que metem offshores para eventuais fugas ao fisco dos seus maiores clientes e accionistas e\ou para financiarem a compra de capital da própria instituição, e nada disto lhes parece "estranho" na actual conjuntura financeira mundial. Serão vicissitudes normais da actividade...
De facto, agora e sempre, "Quando o mar da crise bate na rocha do sistema financeiro, quem se lixa é o mexilhão que precisa do creditozinho"
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