Tive a felicidade de ser amigo da família Saldanha de Azevedo, jogando à bola (futebol de 5) com os filhos José e Paulo e frequentando a casa de Verão de seus pais em S. João do Estoril.
A Mãe, conceituada pianista que fora aluna de Mestre Vianna da Mota e que infelizmente faleceu muito cedo, acompanhava cantores líricos no Teatro de S. Carlos, motivo pelo qual o Pai Saldanha nunca deixou de ter camarote naquele Teatro.
Nos dias de estreia a juventude não tinha lá cabimento, mas nos outros dias aproveitávamos a "borla" para ver algumas récitas e privar com alguns dos protagonistas. Eram visitas habituais do camarote Fernando Serafim, Elisete Bayan e outros cantores portugueses de que já não me recordo.
Mas foi assim - entre os 12 e os 17 anos - que me fui habituando à Opera e ao S. Carlos.
Nunca fui nem hoje sou um "Opera Freak" embora tenha sido colega de turma - no Liceu de S. João - do Augusto M. Seabra, talvez o mais conceituado crítico de òpera português. E que acabou por escrever para nós - CTT - o livro temático "Ir a S. Carlos"
Mais tarde e em consequência da grande amizade que me unia ao Prof. Machado Macedo - que foi durante anos Director do S. Carlos - a ligação à Opera estreitou-se.
Daí até hoje tenho mantido sempre um cantinho da minha discoteca reservado para as Óperas , com relevo para os líricos italianos e para Wagner.
Confesso que nunca consegui ganhar coragem para ver e ouvir até ao fim a Trilogia dos Anéis, embora tenha em DVD a muito aclamada versão de Bayreuth de 1976 de Pierre Boulez (passada em cenários da Revoluição Industrial) ...
Mas com Verdi e Puccini sim, vibrei e vibro com os DVD's que tenho, normalmente vistos com a lágrima ao canto do olho e um copo de malte velho na mão.
Por isso sinto a morte de Luciano Pavarotti como a de uma personalidade que me tivesse marcado a infância e a adolescência. O que foi verdade . Ele e o Eusébio...
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