sexta-feira, julho 20, 2007

A Privatização dos CTT está aí a chegar


Dão alguns jornais de hoje a notícia de que o Secretário de Estado do tesouro e das Finanças - Dr. Carlos Pina - terá dado uma entrevista à Reuters onde postula que , e cito:

"Os CTT...poderão vir a ser incluídos no novo programa de privatizações para o biénio 2008-2009 a aprovar até ao início de Dezembro"

E mais disse:


"Estes são (referia-se também aos Portos e Transportes Ferroviários) claramente Sectores que têm condições para serem colocados no próximo programa.... Dependendo do calendário da Liberalização da União Europeia, previsto para 2009 , mas já se fala em adiamento para 2011. Dependendo desse calendário o sector das Comunicações Postais será importante para o Programa de Privatizações"

E agora Manel (ou devo dizer "Zé")?!?

Não há nada de novo nesta apetência do Governo pela privatização dos CTT. Diria até que tem sido este um "apetite" de todos os Governos, a que também não escapou nem o 1º do PSD (Barroso) nem sequer o segundo (Santana Lopes).

Estava eu na CTT Expresso (então PostLog), em 2003, quando já se falava que CHC prepararia em segredo a venda dessa Empresa de Correio Urgente, sob a forma de uma "parceria" com um dos grandes integradores (TNT era um dos referidos).

Vir agora o PS a demonstrar publicamente tal desejo significa apenas que se está a começar a ver o "fundo do tacho" das privatizações possíveis e, por isso, venha de lá o raspador para apanhar algumas sobras de tesouraria para alimentar a "besta esfomeada" em que se transformou o Erário Público, por força do "Monstro da Segurança social" e pela sua própria tendência autofágica de propensão à despesa.

Fazer depender a Privatização do calendário da Liberalização dos Serviços Postais pode até nem fazer sentido, uma vez que a segurança do retorno do Investimento, refiro-me ao terceiro interessado na aquisição, me parece a mim ser maior sabendo que ainda existe uma franja de monopólio do que no caso contrário...

A não ser que a Lei do País não permita vender enquanto existir esse "resquício" de protecção do mercado postal.

Estão já prontas a seguir para venda várias das Empresas do Grupo CTT que operam em mercado perfeitamente aberto (MailTec, CTT Expresso, Payshop, Post Contacto etc, etc... ) .

Mas...interessará ao investidor entrar nessas aquisições parciais sem assumir também interesse na Casa-Mãe?
E ao Governo? Interessa partir o Grupo, ou colocá-lo em Bolsa tal como está?

Questões interessantes e que não terão rápida resposta. Por mim - e tendo em atenção as ligações e sinergias intra grupo CTT - só fará sentido para maximizar o encaixe vender o Grupo tal como está, mesmo que com a "canga" dos quase 16,000 trabalhadores.

Anos interessantes vêm a caminho, e teremos ainda algum tempo para ir discutindo estas matérias.

Um aviso porém: ainda se lembram como o povo chamava antigamente ao "rapa-tachos", ao instrumento que tirava as sobras do fundo dos tachos?

Pois é...

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