Convite amabilíssimo fez com que uma comitiva composta por duas senhoras e alguns camelos se fizesse ao deserto, arrostando com as dificuldades das picadas empoeiradas da "outra banda" até chegarmos ao mítico Oásis da Aroeira, localidade escolhida pelo Xeque Al-Duran Ibn Silva para paradouro atendendo à sua conhecida apetência pelo jogo herético do "mete a bola no buraco se tiveres sorte"...
Evitou-se por acaso a Rua das Galdérias (ou Gardénias, não me lembro bem...) e lá conseguimos dar com a enorme tenda do Xeque, não sem primeiro termos por diversas vezes invectivado o desgraçado do Xeriff local por ter deixado as picadas chegar ao estado em que estão...
Ao lado da piscina (Deserto de luxo, o que é que estavam à espera?!) começaram as hostilidades com uns retemperadores Whiskys que saciaram a sede à cameloagem.
Depois foi o sentar à mesa e atacar. Primeiro um Dip de queijo fresco temperado com ervas aromáticas e enrolado em Blinis, excelente no Verão. Depois uma Brandade de bacalhau (a velha receita do bacalhau à Conde da Guarda) acompanhado por uma salada de temporada a que se acrescentou - e muito bem - ananás. Estava soberbo.
Para beber o Branco da "Lavradores de Feitoria " Sauvignon" três Bagos, e o famoso Tinto Grande Prémio da Confraria dos Enólogos do Alentejo em 2001 - Cruz Miranda.
Qualquer deles excelente e o Tinto - tendo em conta a idade - ainda deu muito boa resposta sensorial, substituindo o vigor do chocolate e frutos pretos da sua juventude pela macieza da baunilha.
Aposta ganha pelo Grande Xeque!
Nada mais restava à Caravana se não agradecer e empreender o duro trilho do regresso, atentos às patrulhas do deserto e aos buracos das pampas. Nesta aventura teve o camelo-mor auxílio de navegação precioso, dado pelo velho pisteiro Mohamed Acácio Ibn Santos (de baixo). E lá chegámos (eu e o meu senhorio) à civilização ocidental e mediterrânica um pouco antes das 2 da manhã...
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