quinta-feira, maio 10, 2007

Não é propriamente Papa mas...


Que Grande Vinho do Dão aí está para comemorar a chegada do Verão: PAPE 2005 de Álvaro de Castro!!

Forte e cheio de vida, novo é claro, mas já macio e sumptuoso ao palato, com extraordinário corpo e complexidade, sem esquecer o bouquet a caruma, pinhas e boa resina tão típico desta nossa região.

Custa no produtor cerca de 19€ a garrafita, mas é provável que cá para baixo e nas garrafeiras não o apanhem por menos de 25€...

E vale a pena comprar , beber e ...guardar algumas para ver como evolui.

Com esta qualidade Álvaro de Castro perfila-se como um dos únicos Mosqueteiros capaz de fazer face à investida de qualidade e de marketing dos Senhores do Douro. E que belos Vinhos estes também têm para mostrar desta colheita de 2005 (mais para o Natal...)

Uma coisa é certa: nunca se fizeram tantos e tão bons vinhos aqui no rectângulo... Os preços é que nos deixam a torcer a orelha, embora este PAPE seja mesmo assim algo recatado quando o comparamos com os durienses de gema...
Álvaro de Castro, sobre as melhores castas para o Dão escreve (e eu subscrevo inteiramente):

Genericamente podemos dizer que as castas recomendadas pelo Centro de Estudos são as melhores - Touriga Nacional, Tinta Roriz e Alfrocheiro. O Jaen também pode ter interesse, mas num tipo diferente... ainda não a conhecemos o suficiente, mas eu creio que pode ter interesse. Depois eu gosto da Baga, que apesar de não ser recomendada, é uma casta que tem muito carácter. Penso que é uma casta que pode funcionar muito bem fora da Bairrada, espero que a experimentem no Alentejo e no Douro e acho que é uma casta muito boa para Portugal. Não existe em mais lado nenhum do mundo e é uma casta com um carácter extraordinário (a única casta que eu conheço que tem alguma coisa a ver com ela é o Nebbiolo e os italianos fizeram dela uma estrela). Acho um erro não se apostar mais na Baga. Evidentemente que é uma casta difícil na Bairrada, mas no resto do país penso que se dará muito bem.
Era esta também a opinião do Grande Mestre de Enólogos Engº Vilhena - que ainda conheci em casa do meu Sogro - emérito Director do famoso Centro de Estudos Vitivinícolas de Nelas, a nossa primeira Universidade de Enologia (sem título).

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