sexta-feira, dezembro 09, 2005

Os CTT e a Dimensão Digital da Actividade Postal

Alguns Colegas e Amigos nossos fazem a seguinte Proposta que anexo:


OS CTT COMO OPERADOR MVNO

1. Na década de setenta, quando nos acolheu no seu seio, a Empresa ainda se dedicava ao transporte de correio (as correspondências, mas também as encomendas) e de telecomunicações.
Um pouco mais tarde, justamente quando no início dos anos noventa a fileira digital se separou da fileira postal, muito poucos terão sido os que então pensaram que uma nova reaproximação entre estas duas entidades seria uma mera questão de tempo.
Pois bem, o anúncio feito pelos CTT da prevista oferta ao mercado da CEPU aí está para nos provar a todos que, definitivamente, esse momento de reaproximação entre as duas fileiras entretanto chegou.

2. Sendo desde sempre adeptos incondicionais desta reaproximação, vimos transmitir a nossa perspectiva face aos objectivos que têm vindo a ser enunciados pelo PCA de oferta pelos CTT de produtos e serviços como MVNO (Mobile Virtual Network Operator).
De agora em diante pretendemos trazer ao conhecimento de todos alguns dos resultados dos estudos que temos vindo a fazer sobre este assunto; por ora, apenas resumiremos a base do que pensamos actualmente sobre o que poderá ser a oferta do MVNO dos CTT.
Os serviços incluirão aplicações em voz, dados e vídeo-conferência (a televisão não entrará no pacote da oferta).
A rede principal a utilizar será a do espectro radioeléctrico (incluindo as redes terrestre e por satélite).
O principal factor de sucesso do MVNO dos CTT consistirá na oferta às empresas de produtos diferenciadores e inovadores desenvolvidos para nichos de mercado de âmbito geográfico nacional (a oferta será do tipo de valor acrescentado, evitando-se assim o mais possível a venda exclusiva dos serviços básicos; desta forma teremos em vista não canibalizarmos os clientes dos MNO, nem alterarmos a sua escala, nem, finalmente, exercermos pressão sobre os preços); o desenho dos produtos visará sobretudo o segmento empresarial, na perspectiva B2C.
Haverá que considerar diversos grupos de produtos: "recuperação" das mensagens da fileira postal, negócios empresariais, negócios de base social (o "serviço digital universal"?), etc.

O pacote oferecido não poderá esquecer a chamada indústria dos conteúdos.

O(s) nosso(s) parceiro(s) deverá(ão) ser escolhido(s) com base na avaliação de diversos factores, sendo que alguns deles estão imbrincados entre si: preço de acesso ao MNO, qualidade, tecnologia (GSM? CDMA? outra?), terminais, quadro regulatório, etc.
A escolha do(s) parceiro(s) deverá entrar ainda em linha de conta com a adopção da estratégia considerada como sendo a mais adequada para alcançarmos os objectivos de longo prazo, face à forma de evolução mais provável do complexo quadro regulatório.

3. A entrada decidida da Empresa neste universo novo é urgente por diversas razões, algumas das quais são óbvias (chamada de atenção especial para o embrião que representou para este nosso trabalho o facto do Zé Manel Paz sempre ter trabalhado na rede radioeléctrica dos Correios).

Fazemos votos para que este debate se instale e desenvolva rapidamente e permita trazer ao conhecimento de todos o entendimento do que deverão vir a ser os formatos das modernas formas de envio de mensagens que surgirão em resposta às tecnologias e aos paradigmas das primeiras décadas do século vinte e um".

ACÍLIO GODINHO, ALBANO ROSA, JOSÉ MANUEL PAZ e PAULO PALHARES

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