Assistimos ontem e já hoje a uma série de "apelos" de gente grada do Partido Socialista, com o objectivo de unir a Esquerda logo à primeira volta e de contrariar desta forma a supremacia expectável de Cavaco Silva, vencedor "avant la lettre" e que poderá "malgré lui" ganhar as Eleições logo a 22 de Janeiro, sem necessidade nenhuma de 2ª Volta.
É importante percebermos duas coisas:
1) Todos os Partidos estão na posse de elementos sobre o comportamento eleitoral em Janeiro com maior índice de "refrescamento" - isto é, mais actuais - do que as Sondagens que vêm a público em datas certas.
Desta forma parece óbvio que o Horizonte "Vitória de Cavaco à 1ª Volta" deve estar cada vez mais pré-determinado com base na monitorização quase diária que os Partidos mandam fazer das intenções de voto dos Portugueses.
Eu próprio já aqui o afirmei em Posts anteriores: "parece-me difícil, no âmbito da minha experiência, que quem parte com esta vantagem venha a perder as Eleições, mas tudo depende da Campanha e dos Debates"
Ora os Debates têm sido tão estimulantes como o último filme do Manoel Oliveira (perdoe-se-me a comparação, mas fui vê-lo e sei do que estou a falar...)
2) Por outro lado, quem garante que a existência de dois candidatos apenas - Reparem que não me pronuncio sobre quem seria à esquerda o oponente de Cavaco! - dará menos probabilidade à Vitória de Cavaco à 1ª Volta?
A resposta está na Abstenção:
a) Dirão uns - "Idas às Urnas a dois são mais dramáticas, as posições extremadas geram mais polémica e mais ruído mediático, a Abstenção, nessas condições tem tendência a diminuir"
b) Mas, dirão outros - "Com a retirada voluntária de alguns candidatos da Esquerda as hostes respectivas desmotivam-se, os Eleitorados naturais perdem algum interesse, a Abstenção terá tendência a aumentar por esses factores".
O engraçado é que ambos os fenómenos a) e b) se verificam ao mesmo tempo, como o prova a literatura mais actualizada e credível sobre esta matéria!!
Mas este "jogo" não tem soma nula! Isto é, o número dos que se motivam mais com a extremação de posições não é igual ao dos que se desmotivam com o abandono dos seus candidatos!
O Problema está em saber qual o factor (positivo ou negativo face à Abstenção total) pesa mais no caso vertente!
Eu, por enquanto, não arrisco prognósticos.
Prometo, como já é costume, dar a minha opinião sobre Vitória ou não de Cavaco à 1ª Volta e ainda sobre quem será o candidato da Esquerda mais votado (reparem que não digo "o que passa à 2ª Volta...") quando tiver os meus últimos resultados de Sondagem, entre 15 e 18 de Janeiro.
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