A tradição familiar , quando em Viana do Castelo, mandava os Moreiras comer na Cozinha das Malheiras, Restaurante na Rua Gago Coutinho, à Praça da República, mesmo no centro de Viana, onde pontifica na Sala há mais de 20 anos, o estimável Senhor Palhares.
Foi o que fiz nesta altura da visita a Vile de Punhe, jantando na véspera do Dia do Selo na "casa do Sr. Palhares".
Come-se muito bem nas Malheiras, sobretudo a Lampreia (que era a perdição de meu Pai) e o Sável .
Será um dos poucos Restaurantes em Portugal onde a escabechada de Sável pode ser encomendada para peixes inteiros de 2 ou 3 Kg (claro que têm de ficar 3 dias ou mais dentro do escabeche, para amolecer as espinhas e impregnar o sabor).
Não estávamos em Fevereiro ou em Março, por isso as propostas foram outras: Santola no seu Carro e Filetes de Pescada com Arroz de Tomate.
A primeira receita é típica de Viana e consiste numa Santola impressionantemente fresca e de bom tamanho, cozida ao momento e cujo recheio é depois complementado apenas com ovo cozido, molho cor de rosa (m. cocktail cá em Lisboa) salsa finamente picada e um tudo nada de sal e pimenta (piri-piri para quem gosta).
Tem de vir quente para a mesa (sinal de que foi mesmo cozida na altura) e , quando o bicho está bem cheio e ovado, é um monumento da cozinha nacional.
Os simples Filetes de Pescada são um Amigo antigo deste vosso cronista. Tenho registados os melhores restaurantes do País onde esta simples preparação da Pescada atinge os cumes da perfeição "lucular": Beira Mar em Cascais; Restaurantes António (a Leça) e Aleixo (a Campanhã), no Porto.
O segredo deste prato consiste em só servir peixe fresco, em não salgar nem temperar em demasia (um simples fio de sal mesmo antes de fritar é suficiente), em cortar os filetes grossos de pescadas com mais de 3 Kg e, finalmente, em saber fritar ao ponto, sem escurecer o polme.
Estes das Malheiras, embora não cortados tão altos como eu aprecio, estavam impecáveis de fescura e de fritura mesmo no ponto.
Não houve sobremesa, mas provou-se um Presunto de Melgaço, artesanal (sim, parece que ainda existe presunto em Restaurantes de Portugal para além do Pata Negra...) delicioso.
O Vinho , nas Malheiras, é sempre o Verde particular, Alvarinho ou Loureiro, de Lavrador Amigo do Sr. Palhares. A Aguardente de Vinho Verde envelhecida em casco, idem idem.
Com isto tudo, mais um café ( e o Hotel era a 100 metros a pé, fiquem descansados) paguei € 76 para duas pessoas.
Obrigado Amigo Palhares!
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