De regresso de Braga venho com os olhos esbugalhados ao tomar conhecimento da qualidade das instalações do Seminário de Nossa Senhora da Conceição, onde só o auditoriozinho leva 500 pessoas com o "state of the art" em audio-visuais... Fora o resto que está construído e em construção!
A apresentação do Postal Inteiro decorreu da melhor maneira, debaixo dos auspícios do Sr. Arcebispo Primaz, que desarma qualquer pessoa com a sua simpatia e simplicidade.
Em homenagem à cidade arcebispal apresento hoje um poema de Jorge Sousa Braga, o poeta médico-obstetra que nasceu numa aldeiazinha a 14 km da Augusta e que, tal como eu, chama "mestre" ao saudoso Eugénio de Andrade.
A Eugénio é dedicado este curto mas magnífico "Poema de Amor":
Carta de Amor
(A Eugénio de Andrade) Um dia destes
vou-te matar
Uma manhã qualquer em que estejas (como de costume)
a medir o tesão das flores
ali no jardim de S. Lázaro
um tiro de pistola e...
Não te vou dar tempo sequer de me fixares o rosto
Podes invocar Safo, Cavafy ou S. João da Cruz
todos os poetas celestiais
que ninguém te virá acudir
Comprometidos definitivamente os teus planos de eternidade
Adeus pois mares de Setembro e dunas de Fão
Um dia destes vou-te matar...
Uma certeira bala de pólen
mesmo sobre o coração
Jorge de Sousa Braga,
vou-te matar
Uma manhã qualquer em que estejas (como de costume)
a medir o tesão das flores
ali no jardim de S. Lázaro
um tiro de pistola e...
Não te vou dar tempo sequer de me fixares o rosto
Podes invocar Safo, Cavafy ou S. João da Cruz
todos os poetas celestiais
que ninguém te virá acudir
Comprometidos definitivamente os teus planos de eternidade
Adeus pois mares de Setembro e dunas de Fão
Um dia destes vou-te matar...
Uma certeira bala de pólen
mesmo sobre o coração
Jorge de Sousa Braga,
Nenhum comentário:
Postar um comentário