Os jornais e outros meios de comunicação social têm que vender. Nesta altura do ciclo político o que está a dar é publicar sondagens e estudos de opinião. Quase todos os dias sai uma...
O conhecido e reputado especialista Pedro Magalhães tenta pôr água na fervura desta excitação toda. Aqui podem ler a sua opinião (bem acertada) sobre a matéria:
www.pedro-magalhaes.org/a-duas-semanas/
Nos meus dias como combatente activo nestas guerras dos estudos de mercado e de previsões de resultados eleitorais - fiz mais de duas dezenas de estudos sobre a previsão dos resultados das eleições em Portugal, nacionais e autárquicas, nos anos 80 e 90 - era mais fácil acertar?
Há quem diga que sim. O mundo (lato sensum) era mais "previsível"...
Tenho dúvidas sobre isso.
A escolha da amostra (o mais importante factor que permite decidir ex-post sobre o rigor na previsão) era feita tendo em atenção a estratificação socio-demográfica da população votante, mas sem levar directamente em linha de conta os fenómenos periféricos ( a crise é o exemplo mais gritante) que talvez já existissem nesses anos, mas com muito menos importância dos que hoje nos assolam.
O impacto de 5 anos de restrições e de sofrimento nos resultados eleitorais não é fácil de medir.
Tanto pode levar a um estado de alma "rancoroso" contra quem o provocou ( e quem terá sido? Quem chamou a Troika??!!!) como pode desencadear uma reacção de sinal contrário tendo em atenção o alívio de alguns (de todos') por se estarem a levantar algumas dessas restrições e o medo de se poder voltar a cair no abismo.
A "falha" nas previsões das eleições no Reino Unido e agora na Grécia ( onde quem venceu foi a direita e a esquerda, respectivamente, e apesar das sondagens darem outras expectativas) tem estado a ser explicada pelos analistas com base nos tais epifenómenos: no Reino Unido terão sido os independentistas da Escócia a "trair" o Labour. Na Grécia poderá ter existido "mão de reaça" a tentar influenciar os votantes com previsões alinhadas nas cozinhas de certo "establishment".
Aqui em Portugal, e seguindo a lição de Pedro Magalhães. duas coisas parecem certas:
- O PS está a perder impulso desde que entrou este mês de Setembro. Desce quase todos os dias, pouco, mas de forma consistente.
- Apesar disso, por enquanto mantém-se a situação de empate técnico entre a Coligação PAF e o mesmo PS.
Por muito que me esforce para tirar outras conclusões, neste momento a prudência e o rigor científico não o permitem. Mas vamos esperando e vamos falando.
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