O "bicho" antigo rói-me as entranhas e não consigo parar de pensar naqueles tempos em que - como exercício académico e nas vésperas das eleições - punha os meus alunos a fazerem sondagens paralelas para discutirmos os resultados e os compararmos com os das sondagens oficiais. Era um divertimento imenso esperar pelos resultados e ver como os "amadores" às vezes acertavam mais do que os "profissionais".
As notícias sobre esta matéria caem todos os dias. Ainda hoje de manhã estive entretido com mais esta:
Um dos factores que muito influenciava os resultados das sondagens no passado era o comportamento do chamado "centro cinzento" - o conjunto dos votantes que nunca se define como partidário assumido, votando de acordo com as suas ideias do momento, eleição a eleição.
A respectiva identificação como coincidindo (em cada processo eleitoral) com o corpo principal dos que se revelam "indecisos" é problemática e não deve ser feita de ânimo leve. Mas aqui, não estando na sala de aulas, vamos assumir que essa seria uma boa aproximação empírica.
Os "indecisos" são neste momento a 3ª força política de acordo com as sondagens. Em redor de 20%. Se se declarassem massivamente para um dos lados dariam a Maioria Absoluta .
Como é que estes "Indecisos" vão votar no dia 4? A grande questão caros leitores é essa. Porque em relação ao resto, PAF, PS, CDU e BE têm os seus apoiantes esclarecidos e animados para deitarem o boletim com a cruz no local certo.
Se compararmos esta eleição com as passadas, podemos estabelecer que uma parte considerável dos "Indecisos" não vai votar . Atitude que não se deve confundir com quem vota "branco" ou "nulo", os quais por norma já decidiram o que vão fazer, não podendo por isso ser considerados indecisos.
Os que vão votar distribuem-se em larga maioria pelos maiores Partidos. Mas como?
Nessa decisão vão mandar os Hábitos de Consumo e a forma como foram afectados. Cidadão votante não perdoa nas urnas ter alterado para baixo o seu nível de vida e padrão de consumo. O respectivo nível de indecisão estará muito mais ligado a saber com quem deve implicar, aplicando-lhe o castigo do seu voto.
Quem vou culpar pela crise que me afectou ? PS ou PSD\CDS?
Porque o voto dos "indecisos" é quase sempre um "voto a castigar" e não um voto a premiar a governação.
Esta questão de saber, de facto, "quem mandou chamar a troika?" tem mais importância do que parece e merecia estar em cima das discussões e debates.
A coligação PAF parece que percebeu isso melhor do que o PS. E é pena...
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