sexta-feira, setembro 19, 2014

Para Descansar a Vista

Quero hoje dar-vos um poema escocês, daqueles que mesmo só de o ler já estamos a ver os kilts esvoaçantes e a gaita de foles a marcar a carga sobre as colinas (Braveheart...).

Mesmo sabendo que ganhou no referendo a segurança da permanência no regaço materno de Sua Majestade Britânica...

Poesia é imaginação. Por isso estou-me marimbando para o resultado do referendo e levanto bem alto a saia do kilt em sinal de desprezo para os casacas vermelhas (deve fazer um frio do caraças. pois segundo a tradição os Highlanders nada mais traziam por baixo para aconchegar as partes...).

Robert Burns (1759 - 1796) é talvez o mais conhecido e apreciado poeta escocês de sempre.  Começou  a vida artística seguindo os preceitos do Romantismo, mas por causa dos princípios políticos que sempre defendeu em vida, é hoje considerado percursor dos movimentos liberais e socializantes do século XIX e XX. Em 2009 foi votado pelos seus conterrâneos como a maior personagem da história da Escócia.

Do grande Robert Burns, poeta e socialista avant la lettre,  aqui vai Red, Red Rose (os nossos cravos também são vermelhos):

O my Luve's like a red, red rose
That's newly sprung in June;
O my Luve's like the melodie
That's sweetly play'd in tune.

As fair art thou, my bonnie lass,
So deep in luve am I:
And I will luve thee still, my dear,
Till a' the seas gang dry:

Till a' the seas gang dry, my dear,
And the rocks melt wi' the sun:
I will luve thee still, my dear,
While the sands o' life shall run.

And fare thee well, my only Luve
And fare thee well, a while!
And I will come again, my Luve,
Tho' it were ten thousand mile.
                            

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