quinta-feira, dezembro 19, 2013

Receita rica, mas antiga...

Ontem não passei por aqui. Afazeres e reuniões bem cedo, lá para a FPC, não o permitiram. Mas hoje cá estou de novo!

E começo com um Abraço à minha querida Laïs (que gostou do Post sobre os Vinhos) e ao Leitor Américo Oliveira. Desse nosso Leitor  aqui deixo a sua sugestão para uma refeição "diferente":

Mariscos Recheados - uma receita de Ramalho Ortigão.
“Modo de preparar a arola, a caranguejola e o navegante - os mariscos referidos, que têm aproximadamente a forma de um caranguejo, cozem-se como a lagosta. Ponham-se em seguida com as pernas para o ar sobre um prato a arranque-se-lhes a parte inferior do corpo; na concha que fica então patente e cheia de um miolo líquido e substancial, lança-se picada a carne extraída das pernas; mistura-se queijo parmesão ralado, rega-se tudo com um ou dois copos de vinho da Madeira; pulveriza-se com pimenta-de-caiena; mete-se no forno e serve-se louro e bem quente dentro da mesma casca em que se preparou. Comam isto, e continuem a dizer mal de mim!”

Ingredientes para duas pessoas: 1 lagosta, arola, caranguejola ou navegante; 2 copos de vinho da Madeira; queijo parmesão ralado; pimenta-de-caiena-

O afamado escritor não nos deixou qualquer sugestão relativamente ao vinho que deveria acompanhar este acepipe. Alguém dá uma ajudinha?

Bem, para este autêntico Festival dos sentidos temos que ter um vinho a preceito. E como os mestres sempre escreveram "que tinha a bota de estar à altura da perdigota"  vai de procurar na minha memória gustativa algo que soubesse pelo menos tão bem quanto os mariscos da receita...

Tentemos ( se alguém conseguir hoje chegar a estes mariscos e ter a paciência para interpretar esta Receita) um Soalheiro Primeiras Vinhas de 2010 ou de 2011.

Custa cerca de 15 euros se o encontrarem...


E leiam aqui o que especialistas dizem dele (neste caso a autoria é de "Lugar de Baco" e o vinho recenseado é o da colheita de 2010):

Um branco de grande categoria, um vinho que deixa a sua marca e o seu carácter impregnado na memória gustativa dos que com ele se cruzam. Um vinho muito afinado e de um pendor gastronómico incrível.
Aspecto amarelo citrino. Aroma discreto , abre-se um pouco após algum tempo no copo, mostra-nos um lado levemente vegetal e citrino, fresco e algo complexo. Paladar fino, elegante e preciso, carregado de subtilidades e uma boa dose de complexidade, fruta discreta afinca-lhe a graça, uma combinação perfeita, uma boa frescura sustentada por uma correcta acidez acompanha-o ao longo de toda a prova. Termina amplo e duradouro.
 
 




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