segunda-feira, dezembro 23, 2013

Passeio no Cemitério às portas do Natal

Título meio tenebroso, cheirando a filme de vampiros - hoje muito em moda para adolescentes ansiando por emoções mais fortes.

Mas não, se não fosse - como veremos - o estupor da lixívia que me arruínou um polo de inverno que muito estimava, a coisa até foi engraçada...

Começou a aventura com a recolha das duas irmãs  "seniores" (para não lhes chamar pirâmides do egipto) pelas 8 horinhas da matina.

Como o "Je" chegou a casa delas 5 minutos atrasado o duo dinâmico já se mostrava enfadado.  E convém avisar que da minha garagem à porta de uma e da outra distam talvez 50 metros...

Já no Mercado de Cascais começou a liça em busca das flores. Depois de muito procurarem e perguntarem pelo preço lá se decidiram pelos ramos das orquídeas, a 8 euritos cada um (mais ou menos o preço de um Alvarinho Soalheiro...). Seriam já 9 e picos, e o motorista de plantão sempre a lembrar  que "se desejavam o almocinho na mesa pelas 13h (desse dia) era preciso apressarem-se..."

A resposta foi gélida como o dia:

- " Se estás com pressa vai andando que ainda há dinheiro para táxi!" "Agora vamos ver as bancas da fruta e dos legumes porque há meses que não vimos à praça!".

Conseguimos sair eram dez e meia, carregados de sacos com batatas novas, couves pencas, bróculos e fruta em barda. Mais as p**** das flores!! E como eu tinha levado o carro pequeno (porque não gosto de passear ao fds no carro "oficial"), imaginem onde tudo teve que caber? Obviamente que parte do material hortícola repousou entre as pernas e os traseiros das duas senhoras.

Chegados ao cemitério pensariam os leitores que se arranjavam as campas e ala para fazer o almoço?

Nada disso! Primeiro que tudo foi preciso dar as "broas" aos coveiros, para o que as catatuas tinham nos largos bolsos do casaco  várias notas de 20€.  Os ditos coveiros estavam à porta do cemitério, por ordem de importância, com o chefe à frente e os outros mais ao lado e atrás. Parecia a criadagem do Downton Abbey a receber a Rainha Victória!

40 € para o chefe, 20€ para cada "índio". Ao ver isto quase que me apeteceu estender também a mão à porta! Pôrra! Ganda profissão! Os principais clientes nunca reclamam e ainda dá direito a "broas" e "amêndoas"!!

Seguidamente houve a "lavagem das campas" operação em que f*** , isto é, estraguei , o c*** do meu pólo favorito, que era quase uma pessoa de família e tinha sido comprado ainda na época dos escudinhos...

Não se admirem por já estar a falar mal porque na altura , a ver as horas a passar, as mangas do camisolão cheias de lexívia e as p**** das velhas a falarem com as amigas em vez de ajudar, só me apetecia mandar as orquídeas às malvas ( com quem se deviam dar bem) meter-me no carro e partir.

Quis o destino que fossem 12,15h quando se deram por satisfeitas e autorizaram o regresso a casa.

Ainda mal se tinham acomodado no carrito quando começaram logo a perguntar "o que era o almoço??"

Evidentemente que o que me apeteceu dizer era que o almoçinho era "tomates de  bode velho com ovos escalfadinhos!".

Mas não disse. Sempre é Natal, o espírito da quadra inunda-me os sentidos e ... tenho de confessar, no dia seguinte ia pagar as despesas do mês da casa da minha santa  ao multibanco, levando na mão o cartanito da  dita...

He!He!He! (ou antes deveria dizer HO!HO!HO!).

A vingança come-se fria e com molho de notas (de banco).

Nota final: O almoço nesse dia foi carne assada  (ganso redondo) com grelos de nabo e batatas fritas. A carne tinha já sido assada de madrugada, e os grelos estavam também já cozidos, daí o meu ligeiro atraso na recolha das duas "bagagens".


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