Nesta Sexta Feira, com mais uma visita obrigatória ao cemitério, não há muita vontade de "bercejar"...
Faremos de conta então, porque quando a fantasia toma conta do enredo sempre vai abrindo alas para melhores dias.
Se o Sono é a antecâmara da Morte, nada mais apropriado para estes dias do que este magnífico soneto de Pessoa:
Dorme, que a Vida é Nada!
Dorme, que a vida é nada!
Dorme, que tudo é vão!
Se alguém achou a estrada,
Achou-a em confusão,
Com a alma enganada.
Não há lugar nem dia
Para quem quer achar,
Nem paz nem alegria
Para quem, por amar,
Em quem ama confia.
Dando o que nunca damos.
Melhor entre onde os ramos
Tecem docéis sem ser
Ficar como ficamos,
Sem pensar nem querer,
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
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