Perdi ontem a cabeça.
Não dei logo por isso. Estava a acabar o almoço com o Prof. Carlos Fabião, antecipando a apresentação do nosso Livro da Arqueologia no Estoril, quando o "senhorio" vai de enviar SMS's com tal vigor e sequência que pareciam nascidos de alguma raiva interior. Ou isso ou então ter-lhe-ia dado uma "travadinha" daquelas que deixam o visado com as mãos a tremelicar...
O homem Gaspar tinha anunciado ao pobre Portugal mais um cabaz de Natal... A distribuir pelo ano que vem ( e seguintes) tendo por objetivo final proceder à exterminação do que resta da classe média. O Governo de Passos Coelho e (cada vez menos ) de Paulo Portas está transformado numa Comissão Liquidatária Ativa dos Remediados Ainda Vivos.
Está claro que esta coisa de perder a cabeça foi por graus. Só mais tarde, quando começei a ouvir os comentadores nas TV's, é que me apercebi da dimensão da "porrada" que me fez perder "la tête" de vez.
A definição de rico e poderoso neste nosso Portugal é estranha. Parece que qualquer casal com filhos a estudar e que tem uma hipoteca da casa, e pediu algum emprestado para um carrito familiar, recebendo brutos cerca de 70000€ por ano, é rico e poderoso.
Esse casal , depois de impostos e de pagar a hipoteca, mais o empréstimo do carro, ficará hoje com um rendimento mensal liquido de pouco mais de 1200€ por mês para pagar as suas obrigações: IMI, condomínio, água, electricidade, TV cabo, transportes, gasóleo, escola ou faculdade dos filhos, respetivos livros, comer e vestir... Já me esquecia: também para medicamentos.
Depois do que se viu e ouviu ontem, o mesmo casal deve passar (em estimativa, ainda não há certezas, só depois de ver os escalões do IRS novos) a dispor mensalmente para as mesmas despesas de pouco mais de 1000€.
Mas que porcos fascistas milionários !! Ainda se atrevem a abrir a boca com 1000€ para gastar por mês!!
Aristocratas de um raio! À guilhotina já!
Já nem digo mais nada enquanto não encontrar a minha cabeça. Se a virem (é grande, vê-se bem) podem enviar para aqui para o Báltico, ou então deixá-la no Beira Mar, que quando receber um dos subsídios que me prometeram para o ano passo por lá.
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