"Até tu Brutus?" Assim Julio César se dirige ao seu "amigo" Brutus, que o acabara de assassinar, na imortal peça de William Shakespeare.
Pois dei comigo a sorrir (porque rir saíu de moda nesta conjuntura) quando li o habitual comentário de João Carlos Espada no Público desta Segunda Feira, queixando-se da última decisão governamental e arrepelando os cabelos pelo que de mal esta
subida de impostos fará à tal Classe Média (que parece andar escondida, com medo que ainda mais lhe metam o dedo no**).
O Espada? Esse neo-liberal convicto? O inimigo de Sócrates e de todos os socialismos? Onde chegámos...
Por outro lado, já o inefável Prof. Marcelo parece ter feito marcha à ré na sua diatribe contra as medidas governamentais. Quem o viu ontem entendeu que o homem terá finalmente caído em si e chegado à conclusão que para ter contratos chorudos com o establishment faz mister manter a bocarra mais fechada e contida em relação à crítica (exceto contra o Paulinho... Aí parece que lhe deram rédea solta. Et pour cause...).
Só por acaso apareceu hoje a notícia que foi ele mesmo, o Sr. Prof. Marcelo, o causídico escolhido por Portugal para esclarecer com o Governo de Angola algumas desavenças que metem diamantes à mistura. Por acaso, repito.
A posição do Dr. Espada (antigo vizinho da minha santa cá de baixo, da mesma rua) compreende-se: um homem começa a ter mesmo que ver bem para que lado lhe caem as moedas... E estando o "Moedas" neste propósito estranho de esmifrar tudo o que mexe, rico, pobre ou remediado, mal feito fora que os remediados não se revoltassem.
E não será o último.
Teremos em potência aqui no retângulo uma revolta tão abrangente que nem Estaline, Marx ou Mao sonharam com ela: uma revolução que mete todas as classes lá dentro, exceto a meia dúzia de senhores feudais que terão "feito este cozinhado desde o princípio". O problema é que ainda são esses que distribuem o pão e a cerveja por quem querem, misturando isso tudo com umas atividades circenses para o Povo se distrair do principal.
Começei com a velha Roma e termino com a mesma. Apenas tenho dúvidas se o estado atual do país tem mais a ver com o louco do Calígula ou com o velho Teodósius, o último Imperador digno desse nome , o que dividiu o Império entre o Ocidente e o Oriente...
Nota: O Quadro "Imperador Teodósius é impedido por Santo Ambrósio de entrar na Catedral de Milão" é de Van Dyck e está em Londres (National Gallery).
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