O julgamento em Itália dos cientistas que tinham estado envolvidos nas previsões sismológicas, e depois nos comunicados públicos, sobre a possibilidade de terramoto em Áquila, deu e continua a dar muito que falar em todo o mundo.
Foram condenados a 6 anos de prisão, porque se teria provado durante o julgamento que foram as suas comunicações "pacificadoras e calmantes" da população que tinham levado a que muitos dos habitantes do que viria a ser o local da tragédia ficassem em sua casa, e não tivessem fugido como seria a sua intenção primeira.
Até que ponto esta moda vai pegar? Até que ponto todas estas decisões passarão a ser responsabilizadas na justiça? Até que ponto, por fim, é que se espera uma generalização deste assunto a políticos cujas ações dão cabo da vida das pessoas, tal como já pode acontecer (embora raramente) a advogados e juízes, a médicos e enfermeiros?
O risco já todos o sabemos: consiste em a "malta" envolvida passar a estar calada. Em os políticos decidirem sempre pelo seguro, ou então, em caso de dúvida, não decidirem nada. Todavia estude-se o exemplo da Islândia já citado por aqui...
Terá de se encontrar a figura do crime social "por omissão".
Dito isto, nem todas as ciências são "exatas".
Na dúvida, deve o cientista acalmar a população ou instigar o desassossego generalizado? E não seria depois "condenado" por ter obrigado milhares de cidadãos a debandar sem que nada tivesse acontecido? E responsabilizado (por exemplo) por causa dos roubos que teriam lugar nas casas abandonadas?
Não tenho respostas sobre estas questões. Mas uma coisa parece-me certa: têm que se discutir amplamente na sociedade civil.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário