-" Filho, meias são para os pés!"
E tinha razão. Depois disso muitas vezes comprovei a sabedoria do adágio. Mesmo agora que enceto a 2ª semana de férias "a meias" com o trabalho, torno a verificar que tal escolha não é boa nem para o trabalho nem para o descanso da criatura (moi).
Na semana passada interrompi as férias na 4ª Feira (Reunião sobre a adopção do Acordo ortográfico nos CTT); na 5ª Feira (para alinhavarmos a arte final da Agenda deste ano, no Atelier) e na Sexta Feira (reunião sobre as consequências da implementação do IVA nos Serviços Postais). Não duvido da importância dos assuntos (se duvidasse tinha ficado em casa) mas não há semana de férias que aguente 3 buracos seguidos.
Nesta semana, já amanhã temos a reunião de controlo do Plano. E no dia 1 de Setembro (quinta feira) acabam-se estas "Férias"...
Para piorar o ambiente é esta a semana do meu aniversário. Não tenho problema nenhum em contar os anos que faço (farei 56). O problema é que a minha Mulher os fazia exactamente no mesmo dia - o que quando somos vivos e felizes dá uma alegria do caraças, mas se há o azar de um ir mais cedo ter com o seu Criador imaginem a chatice que fica a acompanhar o sobrevivente até ao fim natural dos seus dias...
Fico cá em Lisboa ? Vou à Beira pôr umas flores na campa? Tudo isso já fiz em anos anteriores. Este ano ainda não sei bem. É uma decisão que eu e o Senhorio tomamos sempre à última hora.
Os nossos "putos" estão "à rasca" sem saber o que podem fazer com os graus académicos que acumularam. A entrada na vida adulta, que dantes implicava "casa e pucarinho", vai sendo adiada. As famílias estruturadas não se constituem porque todos têm medo do futuro e de trazer filhos a este vale de lágrimas.
Na prática já nem se coloca a questão do "cavalo a meias"... as "meias" propriamente ditas é que já estão a tapar mais do que um par de pés , em muitos lares, em demasiados lares.
E temo que seja lá mais para o Natal que muitos portugueses se vão aperceber dos verdadeiros limites da sua "riqueza" . Sem dinheiro para gastar no supérfluo - obviamente necessário, minimalmente que seja, para fazer sonhar as pessoas, e chamando já "supérfluos" a Livros, CD's, ou a bilhetes para espectáculos públicos- o bom Povo Português começará a provar as tais passas do Algarve que lhe foram prometidas.
E quando muitas famílias - pondo todos estes supérfluos de parte - já não tiverem ao fim do mês dinheiro para o estritamente necessário?
Sinais de partilha destes sacrifícios por todos começam a ser gritantemente necessários também. Espero que o Governo esteja a pensar nisso. E actue.
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